Capítulo 4

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S/N WALTON

"Quem não tem medo da vida também não tem medo da morte."

- Arthur Schopenhauer


A morte, para alguns, pode ser vista como libertação, enquanto para outros pode ser acompanhada de arrependimentos. Mas arrependimento de quê? De não ter seguido seus desejos, de não ter amado quando teve a oportunidade, de achar que não tinha tempo para nada, de ter vivido em prol de algo negativo, ou de não ter vivido plenamente? São questionamentos profundos que nos confrontam com a essência da existência.

A pergunta que persiste é: o que nos levou à morte, ou todas as nossas ações até o momento final tiveram algum valor? É um dilema pessoal que nos força a refletir sobre o que verdadeiramente importa em nossas vidas.

Quando Harvey chegou assinamos o contrato com a L-corp e conversamos sobre a compra da CATCO, me espantando Sam e ele terem se dado bem. Estou agora na varanda do escritório de Lena vendo o sol se pôr e as estrelas começarem a brilhar no céu, a morena saiu para dispensar Jess, Sam foi buscar a filha assim que terminamos e Harvey foi embora ajeitar os papeis para amanhã.

— É realmente uma bela vista, não é? - Ela pergunta e se encosta no parapeito ao meu lado. - Quando o dia é cheio venho sempre aqui respirar um pouco, mas nunca olho pra baixo.

— Não superou o medo de altura, não é?! - Ri e a olhei disfarçadamente. - A vista está mais bonita que a de metrópoles de qualquer forma. - Ela me olhou de repente.

— Esteve na filial de metrópoles? - Pergunta.

— Já sim, estive lá com Lex. - Ela ia questionar, mas a parei. - Eu sei que ainda é complicado falar sobre isso Lena, mas precisamos, é importante pra mim assim como era pra ele. - Comecei a falar e andei para dentro da sala atras de pegar minha bolsa, voltando para a varanda a vi de cabeça baixa. - Só preciso que me escute por alguns minutos e depois juro que se não quiser, não toco mais no assunto

— Se acha que tentar explicar as atitudes de Lex me fará entendê-lo está muito enganada, tem 10 minutos S/n. - Se virou para mim de cara fechada.

— Conheci Lex na casa branca a alguns anos atras, ele me viu em uma das reuniões e apenas foi me cumprimentar, quando nos demos conta estávamos em uma longa conversa sobre tecnologia e projetos de nossas empresas. - Ri lembrando daquele dia. - Depois daquela reunião mantivemos contato caso precisássemos de ajuda com alguma coisa. Lex era um homem muito inteligente, mas com paranoias e raiva suficiente pra anular toda genialidade. Não concordo com os métodos dele, mas não é sem razão, ele sempre teve motivos Lena. Eu vou responder todas as suas perguntas, mas antes responda uma pra mim, quando Lex te machucou fisicamente Lena?

— Não sei se, se lembra, mas ele me sequestrou uma vez. - Riu sarcástica e voltou a falar. - E quanto ao ataque do meu helicóptero com drones?

— Lex pode ser obcecado em matar os supers, mas você Lena, ele nunca tocaria em você para machucá-la. Quando ele te sequestrou ele tinha o objetivo de trazer o homem de aço até ele. Seu helicóptero nunca foi atacado, Lex descobriu que os dois supers estavam em National City, ele queria ver de perto eles dois juntos. O piloto era contratado para fazer as manobras com o helicóptero, os lasers que saiam do drone eram só luzes pois ele sabia que um deles a salvaria, o pobre piloto só bateu a cabeça quando Supergirl segurou vocês no ar. - Ela me olhou e eu me aproximei dela botando a mão em seu braço.

— Me fala mais do que você sabe, eu preciso de provas S/n, eu amava o menino que era gentil e simpático, amava meu irmão, mas ele já não é isso a muito tempo. - Diz com a voz baixa e tristonha encostando a cabeça em meu ombro. Ouvi um movimento acima de nós e mais uma respiração.

— Não estamos sozinhas Lee, tem uma pessoa escutando nossa conversa. - Ela se espanta olhando para os lados mesmo estando no último andar, me afasto um pouco dela e falo. - Desça Supergirl, sua mãe não te deu educação?

— Calma S/n, como sabe que é ela? - Diz me olhando com dúvida.

— Apenas sei Lena. - Falei convicta. - Supergirl não falaram que é feio escutar conversa dos outros? - Lena deve achar que estou louca. Peguei o celular e ativei o som desenvolvido por mim para imobilizar kryptonianos e o ativei. Lena me olhou espantada com os gritos acima de nós então desliguei e subimos para o térreo rapidamente.

— O que você fez S/n? Por que ela gritou? - Me fazia perguntas no caminho.

— Existem coisas Lena que nem ela poderia escutar, não agora pelo menos. - Empurrei a porta sem dificuldade deixando Lena ir na frente. - Ela está ali na frente.

— O que fez comigo e por que fez isso? - Diz assim que me aproximo dela com Lena atras de mim.

— Eu não fiz nada, apena me certifiquei que a empresa da srta. Luthor estivesse segura, sabia que posso processar você por invasão de propriedade e privacidade? - Me abaixei e segurei sua cabeça. - Não precisa lutar, quero ver seus ouvidos. - Ela pareceu relutar, mas deixou. - Não machucaram, não são feitos pra isso. Se me permite. - Indiquei pôr as mãos atras da sua cabeça e ela autorizou. - Eles não te machucam só te desorientam e te repelem, mas a um local aqui que faz passar. - Pressionei com a pressão certa em um nervo dela. Me levantei e a ajudei a fazer o mesmo.

— Como sabia que eu estava aqui? - Ela pergunta, merda.

— Tenho meus truques, mas e você o que fazia escutando minha conversa com a Srtª Luthor? - Nesse momento a mesma se fez presente.

— Responda Supergirl não tenho a noite toda, preciso tratar de algumas coisas com a S/n. - Diz se pondo ao meu lado cruzando os braços.

— Eu estava patrulhando quando passei e escutei o nome do Lex, sei que não deveria, mas como ignoraria essa conversa depois de ouvir sobre mim? - Ela argumenta.

— Simples, indo embora. - Lena respondeu ríspida. - Não tinha uma patrulha? Continue nos seus afazeres supergirl. - Vira as costas e sai comigo atras dela, ao voltarmos para sua sala ela voltou a falar. - Não quer ir até meu apartamento? Preciso saber mais sobre o assunto em que estávamos, você topa? - A olhei sem saber o que fazer.

— Lena... não sei se é uma boa ideia. - Olhei para aqueles olhos brilhantes e aceitei. - Tudo bem, vamos?

Saímos da empresa e como já tinha dispensado Thomas fomos em seu carro comigo dirigindo e seguindo suas instruções pois ela também havia dispensado seu motorista, é a noite vai ser longa. 

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𝑃𝑜𝑟 𝑆𝑒𝑐𝑢𝑙𝑜𝑠 | 𝐿𝑒𝑛𝑎 𝐿𝑢𝑡ℎ𝑜𝑟 𝐴𝑛𝑑 𝑌𝑜𝑢Onde histórias criam vida. Descubra agora