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HÁ UM ANO

"Não! Vire aqui." Lia gritou no meu ouvido direito.
O pneu do Bronco do meu pai gritou com a súbita volta curta para uma rua de carros embalados.
"Você sabe, talvez você devesse ter dirigido, apenas como sugeri." Eu soltei, mesmo que eu não gostasse de ninguém dirigindo quando eu estava no carro.
Como se estivesse lendo minha mente, Lia respondeu: "E ver você enterrar o rosto em suas mãos cada vez que eu não ultrapassasse uma luz amarela? Não."
Eu sorri para mim mesma. Minha melhor amiga me conhecia muito bem. Eu gostava de dirigir rápido. Eu gostava de me mover rapidamente. Eu andava o mais rápido que minhas pernas pudessem me levar, e eu dirigia tão rapidamente quanto era razoável. Corria para cada sinal de pare e luz vermelha. Apressava-me esperando ser a primeira.
Mas ouvir o ritmo da música batendo na distância, eu não tinha vontade de correr ainda mais. A pista foi tomada com um carro após o outro, mostrando a magnitude da festa, fomos estacionar. Minhas mãos apertaram o volante enquanto eu estacionava em um local a um quarteirão de distância da festa.
"Lia? Eu não acho que isso seja uma boa ideia." eu declarei... De novo.
"Vai ficar tudo bem, você vai ver." Ela deu um tapinha na minha perna. "Bryan convidou Victor. Victor me convidou, e eu estou te convidando”. Seu tom de voz calmo não fez nada para aliviar o aperto no meu peito.
Soltei o cinto de segurança e olhei para ela. "Bem, lembre-se... se eu ficar desconfortável, eu vou embora. Você pega uma carona com Victor".
Saímos e corremos pela rua. O tumulto tornando-se cada vez mais alto conforme nos aproximávamos da casa.
"Você não vai a lugar nenhum. Você parte em dois dias, e estamos nos divertindo. Não importa o que aconteça.” Sua voz ameaçadora abalou meus nervos já instáveis.
Enquanto caminhávamos até a calçada, ela ficou atrás de mim. Mensagens de texto Victor, eu deduzi. O namorado dela havia chegado mais cedo, depois de ter passado a maior parte do dia com os amigos no lago enquanto Lia e eu fazíamos compras.
Copos vermelhos se espalhavam pelo gramado, e as pessoas dentro e fora
da casa, aproveitando a noite agradável de verão. Vários caras que eu reconheci da escola pularam para fora da porta da frente, perseguindo um ao outro e derramando bebidas no processo.
"Hei, Lia. Como vai tudo, Fatinha?" Frederico Massafera sentou perto da porta da frente com uma bebida na mão, conversando com um garoto que eu não conhecia. "Deixe suas chaves na tigela." Ela instruiu, voltando a atenção a sua companhia.
Precisei de um momento para processar seu pedido, até que percebi que ela estava me fazendo entregar as chaves. Pensei que ela não deixaria ninguém dirigir bêbado esta noite.
"Bem, eu não vou beber." Gritei por cima da música.
"É que você pode mudar de ideia." ela desafiou. "Se você quiser, eu preciso das suas chaves."
Irritada, eu cavei na minha bolsa e deixei cair meu chaveiro na tigela. O pensamento de desistir de minhas intenções me irritou como o inferno. Não ter minhas chaves significava que eu não seria capaz de sair rapidamente, se eu quisesse, ou precisasse. E se ela ficasse bêbada e deixasse o cargo? E se alguém acidentalmente pegasse minhas chaves? De repente me lembrei da minha mãe, que me dizia para parar de perguntar "e se". E se a Disneylândia estiver fechada para limpeza quando chegarmos lá? E se todas as lojas da cidade ficarem sem Gummi Bears? Mordi o lábio para reprimir uma risada, lembrando como ela ficava irritada com minhas perguntas sem fim.
"Uau", Lia gritou no meu ouvido: "Olha aqui!"
Pessoas, alguns colegas e outros não, saltaram para a música, rindo e dançando. Os cabelos em meus braços se arrepiaram com a visão de toda a animação e entusiasmo. O piso ecoou a batida vinda dos alto-falantes, e fiquei sem palavras ao ver tanta atividade em um espaço.

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