Os próximos dias se passaram em uma enxurrada de atividades enquanto me preparava para a aula começar. Por mais que eu tentasse me convencer a acreditar que o silêncio de Bruno era uma coisa boa, era só uma questão de tempo antes que o outro sapato caísse.
Minhas ações em sua festa haviam sido descuidadas, mas às vezes as piores ideias me faziam sentir melhor. Mesmo agora, depois de uma semana, meu pulso acelerou, e eu não pude deixar de sorrir ao pensar em como tinha chegado a ele. A consciência que eu tinha ganhado, enquanto vivi no exterior vi as coisas que antes eram ameaçadoras parecem mais triviais agora. O nervosismo ainda subia no meu peito com o pensamento de Bruno, mas eu já não sentia a necessidade de evitá-lo a todo custo.
"Então, você está no topo hoje!" Não era uma pergunta. Lia chegou ao meu lado enquanto eu colocava meus livros. Sua mão agarrou a parte superior da porta do armário enquanto ela espiou em torno dele.
"Eu tenho medo de perguntar." Eu deixei escapar um pequeno suspiro, sem olhar para ela. Era o primeiro dia de volta, nosso primeiro dia do último ano. Eu tive uma manhã cheia de Física, Cálculo e PE. Peguei outro notebook para o francês, que era minha última aula antes do almoço.
"Então você não tem notado todos percebendo você hoje? Em uma escola de cerca de duas mil pessoas, eu acho que você pode ter notado que quase todos eles estavam falando de você.” Disse ela com uma risadinha.
"Será que eu sentei no pudim de chocolate de novo? Ou talvez um novo rumor esteja circulando que eu passei o ano passado escondendo uma gravidez e dei o bebê para adoção.” Bati meu armário fechando, então me virei de cabeça para o francês, sabendo que ela iria me acompanhar. Eu realmente não queria ouvir o que as pessoas estavam dizendo, em parte porque eu não ligava para o que elas estavam circulando de besteira agora e também porque não era nada novo. França foi um refúgio de paz. Graças ao Bruno a minha experiência escolar tinha sido uma longa sucessão de boatos, brincadeiras, lágrimas e decepções. Eu esperava mais este ano, mas eu não estava segurando a minha respiração também.
"Nem de perto. E, na verdade, a conversa é boa. Muito boa.”
"Ah, é?" Eu distraidamente respondi, esperando que ela sentisse o tom desinteressado e calasse a boca.
"Aparentemente, o seu ano na Europa transformou você de super nerd para super legal!" Lia transmitindo sarcasticamente, sabendo que eu nunca tinha sido super nerd. Não que eu tivesse sido considerada super legal também. Minha identidade padrão sempre foi "daqueles do lado de fora", mas apenas porque o longo braço de Bruno Menezes tinha me considerado menos do que aceitável em círculos mais sociais.
Eu subi as escadas para o terceiro andar para a classe, evitando outros alunos enquanto eles corriam para baixo para o seu próximo destino.
"Fatinha, você me ouviu?" Lia correu atrás de mim, tentando me alcançar. "Quero dizer, olhe ao seu redor! Quer parar por dois segundos.” Ela sussurrou, olhos suplicantes, quando eu olhei de volta para ela.
"O quê?" Sua urgência para passar as últimas fofocas era divertida, mas tudo o que eu queria era entrar na escola sem usar a minha armadura invisível. "Qual é o problema? Então o quê? as pessoas pensam que estou bonita hoje. Hoje! O que eles vão pensar amanhã, depois que Bruno conversar com eles?" Eu não tinha contado a ela sobre a festa de Bruno e o que eu tinha feito. Se ela soubesse, ela não seria tão otimista sobre as minhas chances.
"Você sabe, ele não era tão ruim depois que você saiu. Talvez a gente esteja se preocupando com nada. Tudo o que eu estou dizendo é que..” Lia foi cortada.
"Hei, Fátima." Gilberto Porto veio por trás de Lia e chegou atrás de mim. "Deixe-me abrir a porta para você."
Dei um passo para o lado, dando-lhe espaço para balançar a porta aberta. Não tendo nenhuma escolha a não ser terminar nossa conversa, apertei os lábios e acenei para uma Lia de boca aberta.
"É muito bom ter você de volta.” Gil sussurrou enquanto caminhava para a aula, eu primeiro e ele logo atrás. Eu ampliei meus olhos e tive que reprimir uma risada nervosa. A realidade de Gil Porto me envolver em conversa fiada era muito surreal.
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Bully
FanfictionAdaptação Brutinha Meu nome é Fatinha. Ele não me quer, apesar de me chamar. Ele nunca iria se referir a mim de modo informal, se ele se referisse a mim. Somos vizinhos, e uma vez, nós fomos melhores amigos. Mas então, num verão, ele se virou para...