Deja vú (Cascuda)

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   Seguir em frente era tão difícil, mas ele fez isso parecer tão fácil ou talvez o problema fosse comigo, quer dizer, todo mundo da turma achava que nós dois fossemos terminar a qualquer momento como uma bomba relógio.
   As redes sociais deveriam servir como minha válvula de escape, mas não é para isso que uso e sim para saber como vai a vida do Cássio - ou Cascão como prefere ser chamado pelos seus amigos - é assim que descubro que seguiu em frente, que está com Magali, a pior parte é que sempre suspeitei que poderiam chegar a ter algo. Vejo uma foto deles juntos, estão em um carro, em que ele é o motorista, na legenda da foto está dizendo que Malibu é o destino deles. Solto um suspiro, aquela era a nossa viajem de todas as férias, costumavanos juntar nossas economias especialmente para isso.
    Descendo mais um pouco tem outra foto, eles tomando sorvete aparentemente de morango, uma colher para dois, fizemos isso também. Talvez fosse impressão minha, mas eles faziam as mesas coisas que nós fizemos.
   Acho que a parte mais complicada era ter que vê-los na faculdade, afinal, por pura maldade do destinio nós estudamos na Universidade Limoeiro.
   Quando chego no campus, a minha primeira visão são eles, hoje não é o meu dia, eles estão sentados na sarjeta da calçada trocando jaquetas, ela ria de como a dela ficava pequena nele, desvio o olhar quando percebo ele olhando em minha direção, engulo o nó que se forma em minha garganta, tentando ignorar a repentina vontade de chorar, continuo meu camino para dentro do prédio. Era estranho como aquilo ainda me afetava, talvez porque fazíamos isso também.
   Na hora do intervalo escutei uma melodia familiar vindo de lá, com toda certeza alguns de nós nascem com uma tremenda falta de sorte, eram eles de novo, o casal feliz, Cascão tocava Bily Joel para Magali, Uptown Girl justamente a nossa música, fui eu quem o ensinou a tocar. Mais uma vez aquela tristeza tomava conta mim, dessa vez não quis segurar as lagrímas, deslizei minhas costas pela parede.

   – Aposto que ela vive contando para os seus amigos o quanto você é único – coloquei a mão em minha boca para abafar o som de um soluço – Mau sabe ela que fizemos tudo isso, já pensou em contar a ela? – sussurrei, escutei um som estranho, me levantei rápidamente saíndo dali.

   Me senti naquele momento como uma atriz, que fora simplesmente substítuida por outra, diziam ou eu talvez quisesse acreditar nisso mas depois da dor e da tristeza vem a raiva, e pela primeira vez odiei algum dia ter sido o tipo dele.

   Me senti naquele momento como uma atriz, que fora simplesmente substítuida por outra, diziam ou eu talvez quisesse acreditar nisso mas depois da dor e da tristeza vem a raiva, e pela primeira vez odiei algum dia ter sido o tipo dele

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Uma one curtinha, para testar mais uma vez a escrita em terceira pessoa, mas não sei, bem, espero que gostem e acho que é isso.
Inspirada na música Deja vú da Olívia Rodrigo, perdoem os erros, espero que gostem e tchau (⁠◠⁠‿⁠・)

P.S: façam seus pedidos, vou adorar escrevê-los.

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