— Aurora!
— Já estou indo, mamãe!
Passei um leve batom e arrumei minhas malas. Estou tão ansiosa por esta viagem, que não durmo há dias.
Brincadeira, mamãe me mataria.
Seja bem-vindo e bem-vinda a minha história. Eu sou Aurora Ragnvindr. Já devem imaginar de quem sou familiar, hum? Hihi!
Por que das malas? Simples. Estou indo passar algum tempo com o meu irmão, em Mondstadt. Eu e ele não nos vemos há anos. Deixe-me ver... Há...
— Aurora!
Opa! Depois eu conto. Tenho que correr.
Peguei às duas últimas malas e desci as escadas apressadamente, quase caí quando cheguei ao último degrau.
Esqueci de mencionar, desastrada é o meu nome do meio.
— Liam chegará à Mondstadt sem você. — Vi a mulher de curtas mechas grisalhas, cruzar os braços para mim, com uma carranca no rosto.
— Não se preocupe tanto, mãe. Chegaremos em alguns dias. Isso se uma tempestade de neve não nos impedir de sair de Snezhnaya haha. — Dei o meu melhor sorriso para ela, conseguindo desfazer a expressão amargurada da minha velha. Digo, mãe. — E Liam não seria louco de sair sem mim. Isso quebraria meu coração e ele sabe disso. — Coloquei minha mão em meu peito enquanto posava dramaticamente.
— Tenha modos, mocinha. — Ela pegou uma das malas e eu levei a outra. — E comporte-se quando estiver lá. Obedeça seus primos.
Diluc e eu não somos irmãos de sangue. Ele é filho do meu tio, irmão de meu pai, entretanto, nós somos tão ligados um ao outro, que isso não nos impediu de criarmos laços mais fortes. Kaeya chegou um tempo depois, mas logo nos apegamos um ao outro.
Depois que meu tio faleceu, a minha relação com o Luc mudou drasticamente, como se eu fosse uma desconhecida invadindo a propriedade que ele herdou do pai. Na época doeu muito, mas hoje eu entendo, não completamente, mas eu sei como é a dor de perder alguém, afinal, não tenho uma Visão Anemo à toa.
— Assim a senhora me ofende. — Falei enquanto entregávamos as malas ao mordomo, vulgo Liam. — Eu não fui criada para obedecer a ninguém, embora isso não seja uma desculpa para que eu dê dor de cabeça ao Diluc. Vou me comportar, eu prometo.
— Eu sei, minha querida. — Ela se aproximou e acariciou meu rosto. — Apenas se cuide lá, tudo bem? — Assenti.
— Vou me cuidar.
— Vamos, senhorita Aurora. — Liam chamou.
— Onde está papai? — Olhei para minha mãe com dúvida. — Ele não vem se despedir de mim? — Vi-a suspirar e logo entendi. — O trabalho.
— Ele está muito atarefado, mas pediu para que se cuidasse também.
— É sempre assim. Ele nunca tem tempo para mim. — Já estou farta desta situação. É sempre a mesma conversa. — Mas que bom que está aqui, mamãe. Pelo menos alguém se importa comigo.
— Não diga isso, seu pai também a ama tanto quanto eu. — Ela advertiu, mas não me convenci tanto.
— Não é o que parece. — Murmurei, já começando o meu caminho para a carruagem.
— Aurora.
— Eu te amo, mãe. Até daqui a alguns meses. — Entrei no transporte e fechei a porta. Coloquei minha cabeça para fora da janela e mandei um beijo para ela. — Vou sentir sua falta. — Enfatizei enquanto acenava.
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Canções da Brisa
FanfictionNão há sequer uma música no mundo que não seja tocada por nossas emoções interiores. Quando tocamos, se tocamos, é porque queremos expressar o que sentimos. Felicidade, tristeza, raiva, angústia, medo, prazer... No entanto, quando olho para você, a...