Sol Nascente

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Mas um dia nascia e Adele o via pela janela de seu quarto. O brilho surgindo como um amante para satisfazer sua alegria, prendeu sua atenção enquanto continuava se arrumando para sair e dar uma volta pela cidade antes de ir à segunda apresentação de seu show no Hyde Park.

A mulher de madeixas douradas e lisas naquela manhã, deixou seu namorado dormindo e não avisou para onde iria, pois nunca foi de se explicar sobre o que fazer ou para onde ir. E assim que sua mansão, avaliada em cifras incontáveis, entrou no carro de luxo e começou a dirigir em direção a cidade apenas para extravasar e voltar para casa.

As ruas estavam praticamente vazias e não foi difícil encontrar uma vaga para estacionar. Foi bem rápido, e assim que fez, desceu e, usando uma calça jeans azul clara e uma camisa longa branca, começou a caminhar em direção a um enorme prédio de dois andares e fachada de tijolos alaranjados, trazendo um charme ao mesmo.

Adele não sabia do que se tratava, mas entrou e de imediato chamou a atenção de quem caminhava pelo lugar que parecia muito uma galeria de artes, e sorriu ao receber elogios e muitas pessoas, lhe restando apenas agradecer a cada uma delas e continuar observando os quadros e sentindo o que cada um deles queria lhe mostrar.

Funcionários da galeria começaram a se alvoroçar assim que a famosa cantora entrou em um corredor vazio e repleto de quadros em uma fileira, e assim que se aproximou de um em especial, ouviu um deles se candidatando a explicar sobre a obra e prontamente aceitou, mas parou ao ouvir a voz doce e inesquecível de S/N ecoando no espaço e dizendo: "Temos uma celebridade em nossa galeria. Que honra".

Adele olhou por cima do ombro da funcionária e a viu caminhando como em um desfile, devido a firmeza e delicadeza de seus passos, além de usar um vestido lápis branco com listras pretas na vertical, cabelo solto e um intenso batom vermelho. E apenas isso fez a mulher de olhos verdes sorrir e ficar sem graça, pois estava bastante simples naquela manhã que nascia.

- Bom dia, Adele? - fala S/N se aproximando e o som de seu salto ecoando - Gostou?

- É... Eu... Amei cada quadro - sorri assim que sente o perfume de rosas exalando da mesma e percebendo que não havia mudado.

- A artista aqui agradece - lança uma piscadinha.

- Todos são seus?

- Sim! Cada uma dessas telas - vira, começando a olhar para as telas que sua vista alcançava - Todas feitas em seu tempo e significado - volta a olhá-la.

S/N não poderia negar que a presença da cantora Britânica ainda lhe causava sensações. Não poderia negar que ela por um todo, era visivelmente afetada por Adele, e vê-la admirando seu trabalho como fazia quando estavam juntas, de uma determinada forma, lhe fez sorrir e fixar o olhar no dela, sendo brutalmente cortado o contato quando o celular da artista plástica toca.

- Com licença!

Adele a vê se afastando, e por mais que transparecessem normalidade perante ela, a mulher de madeixas douradas, estava com o coração batendo a milhares de batidas por segundo e também sentia como se borboletas estivessem voando em seu estômago, apenas de vê-la novamente e ainda mais linda do que no dia anterior.

Poucos minutos se passaram e a dona do hit Hello, viu S/N voltando a passos lentos e sorrindo para ela, até parar e falar:

- Fique à vontade, Adele. Nossas meninas o podem mostrar e explicar cada uma destas obras - sorriu e olhou para a funcionária que havia se candidatado antes de S/N aparecer - Acompanhe ela e mostre o que temos aqui.

- Sim senhora.

A cantora viu quando a mulher de vestido tubinho branco se virou, e criou coragem para caminhar até seu lado e dizer:

Deixe-me sentir!  - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora