Bad boy - Yang Jeongin

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Lee Jihye~
Lee's house - Seoul, South Korea
9h30AM

Abro os olhos lentamente enquanto os sinto inchados pela noite de choro passada. Fico encarando o teto branco por alguns minutos e logo olho para o despertador digital ao meu lado e vejo que está marcando 9h30 da manhã.

Hoje faz 4 anos que a minha avó morreu e fiquei horas chorando ontem à noite pela imensa saudade que sinto dela. Ela faz muita falta na minha vida, era a única pessoa da família que se importava comigo, a única pessoa que me perguntava se eu estava bem, a única que cuidava de mim e me aconselhava sem julgamentos.

Me levanto e ando em passos lentos até o banheiro enquanto arrumo o meu cabelo tendo certeza que ele está super bagunçado. Já dentro do cômodo eu utilizo o sanitário, escovo os dentes, retiro o meu pijama e entro dentro do box de vidro para tomar banho. Eu ligo o chuveiro e quando a água está em uma temperatura aceitável, entro embaixo dela.

A água quente cai sobre os meus ombros e fecho os meus olhos, aproveitando a sensação dos músculos relaxando sob o vapor quente. Depois de alguns minutos apenas parada aproveitando a sensação, eu pego os produtos na prateleira embutida na parede e começo a lavar o cabelo.

Depois de aproximadamente 15 minutos eu termino o banho e desligo o chuveiro, desejando poder ficar horas embaixo da água quente. Eu me seco com a minha toalha branca e saio do box, parando em frente ao espelho enquanto observo os meus olhos vermelhos e inchados. Eu pego um frasco de hidratante no armário em cima da pia e depois de colocar um pouco do produto em minha mão, espalho o produto em toda a minha pele. Em seguida eu saio do banheiro e vou até o meu guarda-roupa, onde pego uma calça jeans, uma blusa de manga cumprida, uma jaqueta de couro e um coturno, todos pretos.

Eu volto para o banheiro, faço uma leve maquiagem para esconder os olhos inchados, passo um gloss e um perfume. Depois de secar os meus cabelos, saio do cômodo, arrumo a minha cama e abro as cortinas, permitindo que a luz do dia invada o quarto. Pego meus fones, chave, celular e carteira, saindo do quarto logo em seguida e tendo a infelicidade de encontrar a minha mãe no corredor.

—Garota, a casa está suja e precisa de uma faxina. - fala a minha mãe mal-humorada assim que me vê saindo do quarto

—Não enche o saco e limpa você mesma - falo seca enquanto ando até a saída do apartamento

Depois de sair do apartamento, fecho e tranco a porta de entrada enquanto solto um suspiro cansado, andando até o elevador em seguida.

Estou cansada de tudo. Cansada de não me sentir à vontade e em paz na minha própria casa, cansada da péssima vida que levo desde pequena, sendo o amor e carinho escassos vindo de meus próprios pais. Cansada do fato que tirando os meus amigos, eu não tenho nada e nem ninguém...

Sempre que estou com meus amigos, me esforço para rir e sorrir mesmo que não seja verdadeiramente, não quero os preocupar. Mas quando fico sozinha, tendo como companhia apenas os meus pensamentos, tenho absoluta certeza que minha saúde mental está péssima e escassa, e o que mais me segura viva são meus amigos.

Depois que entro no elevador, coloco os meus fones de ouvido e dou play na minha playlist de músicas calmas e tristes.

Em poucos minutos eu já estou no andar térreo, então saio do prédio e começo a andar até uma cafeteria não muito longe dali.

Eu ando por um tempo pelas ruas do meu bairro e logo chego na cafeteria que costumo tomar café. Faço o meu pedido e me sento na mesa de sempre, a do lado da janela. Depois de alguns minutos um atendente trás o meu pedido - um café e um pedaço de bolo de limão e eu começo a comer.

Como o bolo enquanto observo a vista pela janela, observando as pessoas e crianças passarem perto do vidro do estabelecimento, alguns felizes e outros nem tanto.