Final da copa

1.1K 63 9
                                    

_ Brasil On _

Era domingo e eu estava vendo meu inimigo vencer a copa na qual eu tanto queria vencer. Não desejo a ninguém passar por isso, meu mau humor era evidente. Mas, de certa forma eu já esperava, e claro, me recusava a acreditar que ele, que justo ele, iria levar para casa o meu hexa.

É, como esperado ele ganhou o jogo. Argentina, o vencedor da copa do mundo de 2022, seria mil vezes melhor se fosse "Brasil" no lugar de "Argentina".

Sinceramente, eu não queria ir parabeniza-lo pela vitória, eu sonhei tanto com ela e agora teria que ir dar um aperto de mão nele por conseguir ser melhor que eu no esporte em que eu era conhecido por ser o melhor. Hum, que ironia.

De qualquer maneira, seria rude da minha parte não ir lá, que tipo de perdedor eu seria se não fosse?
Então, contra minha vontade, me levantei da arquibancada e fui em direção à ele. Ele estava com a taça em mãos, um sorriso que carregava sua emoção e olhos brilhando, e logo tudo isso se substituiu por um misto de emoções: choque, deboche e felicidade. Ele não esperava me ver lá, e eu muito menos. Provavelmente ele pensou que eu estava em casa, já que somos inimigos e já tinha perdido a copa.
Me aproximando dele, vi sua expressão mudar ligeiramente, de alegria a choque, de choque a felicidade, de felicidade a deboche. Foi bem estranho.
Estendi minha mão e com um leve sorriso que claramente era forçado, cuspi um "Parabéns, hermanito.", logo começou o deboche, é claro.

Argentina- Brasil? Ora, Ora, pensei que tinha voltado chorando pro seu país. -

Brasil- Não enche, vim por educação. E pode parar com isso, que você ganhou a copa e não um Oscar. -  Agora, vejo que foi muito rude dizer isso, mas paciência pra aturar ele era tudo o que eu não tinha.

Argentina- Woon, ficou brabinho, hermano? Va a llorar? ( Vai chorar? ) - Ele disse apertando minha mão.

Brasil- Vou fingir que não ouvi isso e deixar você ter um dia feliz. Agora, tchau, vou conversar com alguém menos exibido. - Eu disse apertando sua mão com mais força.

Como ele tem tanta facilidade em me tirar do sério?

Soltei sua mão e fui procurar o Coreia, ele é um grande amigo e mesmo assim nos vemos menos do que vejo o chato do Argentina.

Logo o encontrei, estava com o Croácia.
Cumprimentei os dois e me juntei a conversa, por mais que eu tenha perdido para ele, eu ainda tinha uma relação sem tensões com ele.

Eu estava me divertindo, conversar e rir com eles dois me fez esquecer de que estava aborrecido.

Logo chega minha melhor amiga, a Colômbia, sorrindo e como sempre carinhosa. Lhe dou um abraço apertado, e logo a solto, mas com meu braço por cima de seu ombro.

Brasil- Hola, Colômbia! ¿Como estás? (Olá, Colômbia! Como vai?) - Digo feliz com sua presença.

Colômbia- Estoy bien, Brasil. ¿Y tu?(Estou bem, Brasil. E você?)

Brasil- Também estou bem. Mas por que está com esse sorriso malicioso?-

Colômbia- Oh ¿mi sonrisa? É que tive uma ideia e queria falar com você sobre, para saber si usted me puede ayudar. ([...]se você pode me ajudar.) - Ela disse com seu sotaque espanhol, ela ainda esquece de traduzir algumas coisas quando fala em outra língua, e eu NUNCA vou corrigir isso.
Mas acima de tudo, ela falou com um sorriso fofo e com um olhar que eu conhecia muito bem, o que ela estava tramando?

A Colômbia é como uma criança, fofa, engraçada, um anjo, parceira e um amor de pessoa. Mas até as crianças mais adoráveis e quietinhas tem seu lado apocalíptico, e era esse o lado que ela demonstrava com o olhar. Reconheço esse olhar de longe! Colômbia com olhos de boneca, pupila dilatando com frequência enquanto fala e ainda por cima animada? Com certeza ela estava tramando alguma.

Tudo numa noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora