Carlos esta desesperado, Luana não está perto, ele não consegue encontrá-la.
O que fazer? Se ele se perder da Luana? O que será dela sem ele? Nas noites em que ela chega em casa em silêncio e vai direto para o sofá, sem forças para ir para sua cama e que tudo que sabe é ficar parada, com aquele olhar... Carlos odeio aquele olhar, é tão vazio.
Ela precisa dele.
Preciso acha -la.
Com a determinação em mente, Carlos corre na plataforma lotadas do metrô, esbarrando nas pessoas, sem tempo para pedir desculpa, só continua correndo tentando achar Luana.
São tantas pessoas. Como vou achar ela nessa multidão?
Carlos fica desesperado, ela vira o rosto e vê um moletom verde e se lembra de quando conheceu Luana.
Estava ensolarado, era uma tarde de verão, as férias de julho tinham chegado e a rua estava cheia de criança, empinando pipa, brincando de bola ou de pega-pega. Ele estava lá com sua mãe e seus irmãos, não lembrava direito o porque, ainda era muito pequeno.
Ele estava brincando com seus irmãos quando a viu, a única criança usando um moletom, mesmo com todo aquele calor, mas lá estava a Luana, com aquele moletom verde que lembrava o caule de uma flor. Ela estava com a mãe dela, que veio falar com a mãe de Carlos, ela o encarou por um momento e depois de hesitar se aproximou.
Depois disso passamos a tarde inteira brincando.
E foi assim que começou, depois disso Carlos não conseguia lembrar de algum dia longe da Luana.
Ele olha ao redor com dificuldade.
Luana deve tá em algum lugar por aqui, ela estava aqui alguns minutos atrás - ele se distraiu por apenas um momento até ela sumir.
Ele tinha ficado tão feliz quando ela falou que eles iam sair, já fazia um tempo que não saem de casa, então ele aceitou rapidamente e seguiu ela, mesmo que a saída não fosse a clássica pracinha perto de casa, mas se eles vão pegar o metro então iram ao parque, aquele que é longe, mas é tão grande que compensa a viagem no metro lotado.
Carlos ouve um chiado e reconhece, o trem está vindo. Ele ficou desesperado, Luana falou que eles não poderiam perder esse trem, ela estava séria quanto a isso.
Carlos começa a chamar por Luana, aflito e com medo de perder o trem. As pessoas na plataforma começam a olhar pra ele.
Ele estava fazendo muito barulho? ele não se importava de verdade, precisava encontrar Luana
E nesse momento ele a vê. Parada na plataforma de embarque, perto da linha amarela.
Ele quer correr até ela e avisar que ela está muito perto da linha amarela e que ela só pode ser ultrapassada quando o trem abrir as portas
Ainda não está na hora, Luana.
- Ei, ei, cara calminha aí - falou um homem com um colete laranja e cheiro de café e cigarro, segurando Carlos que se mexeu, querendo se soltar e ir até Luana. - Você está perdido? Você tem coleira, então onde está o seu dono?
O barulho do trem aumenta e Carlos tenta se soltar, o homem aumenta a força no aperto e começa a falar mais alto e brusco e o puxa para a saída, Carlos chama por Luana, mas ela não o escuta, o barulho do trem fica mais, e mais alto.
Ele não consegue tirar os olhos da Luana, não pode tirar os olhos dela, se não vai perdê-la novamente.
Ele vai perder o trem. Ele vai perder a Luana.
No desespero Carlos se vira com raiva e morde a mão do homem que no susto acaba soltando a guia.
Mas isso foi o bastante, ele a perdeu de vista. Ele a perdeu.
Não se pode ultrapassar a linha amarela antes do abrir das portas
e ela ultrapassou.
Luana não está mais aqui.
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Contos Aleatórios Escritos A Meia Luz
Historia CortaContos totalmente aleatório que escrevi e resolvi postar apenas por desencargo de consciência. Mas espero que gostem.