Capítulo 1

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      Acordar cedo nunca foi um problema para Zee. Sua rotina extremamente controlada, fazia com que acordar cedo fosse simples e fácil. Hoje, porém, ele perdeu o horário pela primeira vez nos últimos dois anos. Se não fosse sua mania de deixar tudo organizado na noite anterior, definitivamente esqueceria coisas extremamente importantes para sua aula, como por exemplo seu notebook.

      Ele pega sua bolsa de cima da poltrona marrom da sala e sai correndo para o trabalho, mas as coisas não seriam simples assim. Ao sair do apartamento que ele escolheu estrategicamente por estar em frente ao elevador, Zee depara com uma placa de aviso.

      Este estava quebrado, o obrigando a ter que usar a escada, coisa que não seria um problema se não tivesse apenas vinte minutos para chegar na universidade.

      Gostava de sair de casa com muito tempo de antecedência. Por algum motivo que ele nem mesmo sabia qual, gostava de dirigir com calma e ver a vista - que era mais uma mistura de prédios e árvores - do bairro que morava. Contudo, hoje o universo não estava ajudando. Além de estar super atrasado, o fazendo esquecer completamente de seu pequeno hobby, também estava pegando todos os sinais fechados na avenida. Avenida esta que por alguma razão estava extremamente movimentada e com o trânsito lento, coisa que também não era comum.

      “Não é possível” Exclama depois do terceiro sinal vermelho que pegava. Ele olha o horário no visor do carro. Tinha sete minutos para chegar no trabalho. Impacientemente, começa a bater os dedos no volante do carro e torcer para que o sinal abra, o que acontece poucos segundos depois.

      Novamente Zee acelera o máximo que o trânsito permitia.

      Já estava dando graças por estar a pouco menos de três quadras da universidade.  Porém, como tudo hoje não estava sendo flores, assim que vira na última esquina antes de chegar na rua da universidade, o carro que estava à sua frente freia, o obrigando a frear bruscamente em seguida na tentativa de evitar a colisão.

      Poucos segundos depois seu carro bate com força na traseira do carro branco e o impacto repentino faz com que ele bata a cabeça com força no volante.

      Zee leva alguns segundos para se orientar, mas mesmo depois disso, a primeira coisa que consegue pensar é “Que raios de airbag é esse que não funciona?”

      “Arg!”  exclama enquanto leva a mão à testa.

      “Que ótimo! Tudo que eu precisava agora era bater na merda de um carro

      “Okay Zee, você precisa sair e ver se o estrago foi grande. Conversar com o outro motorista, e ver se o seguro cobre. Simples.”  Fala consigo mesmo “Considerando a hora, é melhor que eu ligue para a universidade, duvido que vá ser rápido aqui.”

      Enquanto seu monólogo continuava, ele se desfaz do cinto de segurança e abre delicadamente a porta do carro.

      “Estou ferrado” pensa assim que sai e vê o carro em que bateu. Podia não entender de carros, mas sabia reconhecer um carro caro quando via um.

      A porta do motorista do carro branco se abre e de lá sai um rapaz de provavelmente vinte anos.

      “Ah meu Deus! Me desculpa Phi, eu não queria frear assim! Um gatinho surgiu do nada e eu não queria atropelar ele, aí eu freei, mas eu não tinha a intenção-” o rapaz fala tão rápido, atropelando as palavras que Zee mal entendia o que ele dizia.

      “Ei! Respira!” ele interrompe tentando ser o mais paciente possível.

      “Me desculpa.” o rapaz repete.

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