Time after time.

282 26 3
                                    

Sanji pensava se valeria a pena se arrastar para outro izakaya, encher a cara sozinho talvez o ajudaria esquecer aquela noite de bosta que acabara de vivenciar. Entregar de bandeja o maldito marimo para a belíssima Hiyori, talvez eles se merecessem. Até que fizeram um belo casal.

Cansado só de pensar, Sanji achou melhor passar em uma loja de conveniência antes de voltar para os braços de seu exílio, comprar umas cervejas e alguns petiscos, em sua casa não teria que dar explicações para ninguém do motivo de seu choro. Apagou o restante do cigarro que estava fumando na sola de seu sapato e jogou a bituca em uma lata de lixo mais próxima.

Vagava pelas ruas, escolheu a rota mais longa, precisava realmente distrair para não sofrer mais.

Demorou mais que o esperado para chegar numa loja de conveniência mais próxima. Foi direto até as geladeiras e passou a mão dois fardinhos da sua cerveja favorita, pegou alguns amendoins salgados e mais alguns pacotes que viu em sua frente, não tinha se dado o trabalho de ler o rótulo, sua cabeça doía demais para aquilo. Após pagar pelos produtos, Sanji seguiu o caminho contrário de onde veio, iria a pé para casa. Dava graças a alguma divindade por ser sexta, não tinha cabeça para abrir sua confeitaria.

Finalmente depois de uma longa caminhada de quase meia hora, ele chegou ao seu destino, num conjunto de apartamentos residenciais. Um lugar tranquilo para se morar, ao se dirigir até o elevador e marcar o andar onde morava. Continuou cantarolando a música que estava em sua cabeça desde que saiu do izakaya, o corredor estava silencioso.

Isso era bom.

Ao chegar em frente da porta de casa, bateu a cabeça contra a madeira, encaixando a chave na fechadura. Ele só precisava de um banho e esquecer da vida no sofá, fingindo dar atenção para TV enquanto afagava os pelos da sua gatinha, Citron, que o recebeu como sempre acariciando sua perna, em uma forma de demonstrar um “seja bem vindo de volta”, ronronando alto.

Sanji deu uma pequena atenção para a gata e deixou as cervejas na geladeira e os aperitivos na bancada, junto das chaves e do celular. Mal tocou desde a sua volta do bar e talvez tão cedo tocaria, era certeza que no maldito grupo teria fotos de todos sendo felizes, incluindo o mais novo casalzinho.

Só de lembrar, seu coração doía e as lágrimas brotavam.

E tudo o que ele queria esquecer era uma única pessoa…

Indo em direção ao banheiro, se despindo no caminho mesmo, sem dar bola para o celular que estava vibrando em cima do mármore. Apenas entrou dentro do cômodo e trancou a porta.

___🍶___

Zoro ficou sem entender o que caralhos estava acontecendo, maldita hora que ele aceitou sair com a Hiyori, só queria que ela parasse de encher o seu saco, e talvez aceitando sair com ela e explicar que não, eles não poderiam ficar juntos pelo simples fato dele ser gay talvez ela o deixasse finalmente em paz.

Ele permaneceu sentado onde Sanji o havia deixado, fitava o telefone, após algumas mensagens enviadas para o mesmo, sem sucesso de resposta, tentando digerir as últimas palavras do loiro. Luffy estava a sua frente, ele parecia querer dizer algo, mas só parecia. Talvez poderia ser o tanto de gente cercando eles, possivelmente se ele sugerisse para ir em outro bar, para conversarem com mais privacidade.

E foi o que ele fez, silenciosamente, mudando os contatos do Sanji para o Luffy.

Zoro, xx:xx: “Eu não sei o que aconteceu com o sobrancelhas, e o porquê ele foi embora daquele jeito, quer ir em outro lugar para me explicar? Por favor…”


Luffy, xx:xx: “Só se você me dizer por que diabos aceitou sair com a Hiyori, cara.”

Zoro olhou para frente e a cara que o baixinho fazia era de “???”, o moreno apenas assentiu com a cabeça, numa forma de concordar com a condição imposta pelo amigo. Era justo, uma informação por outra. As palavras de Sanji sempre voltavam e voltavam em círculos, quer dizer que todos esses anos eles poderiam ter tido algo? Tentava puxar alguma evidência que deixava explícito a possíveis investidas do loiro, mas nada, zero.

Long long time...Onde histórias criam vida. Descubra agora