Seven

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Capítulo VII
"Sonhos ou memórias"

P.O.V. Narradora 📚

* Flashback *
2:00 PM

- Você veio!

- Não grita, não sei se me seguiram. -Madara se confortou sentando ao lado do amigo.

Um silêncio longo durou enquanto ambos olhavam envolta procurando algum espião,mas ainda não tinham descoberto nada, graças a Rikudou.

- Como você está? -Hashi se aproximou dando as mãos com Madara.

- Um pouco cansado, os treinos do meu pai ficam cada dia mais pesados, todo o mundo agora gira sobre essa guerra das nossas famílias. -O moreno pôs a mão na cabeça como se sentisse uma forte pontada de dor de cabeça.

- Está acontecendo a mesma coisa lá em casa, mas pelo menos meu pai está tendo todo o foco sob mim e está deixando meus irmãos de lado. -Hashi abaixa a cabeça melancólico.- Eu sinto que esses treinos estão fazendo muito mal para uns dos meus irmãos mais novos, ele não tem estabilidade para essas coisas e sinto que logo ficará doente.

- Não pense assim, as coisas vão melhorar e nós poderemos descansar. -O Uchiha apertou mais a mão do amigo.- Mesmo assim penso se quando tudo isso acabar ainda não poderemos ficar juntos. E se a rivalidade e o preconceito das nossas famílias nunca acabarem? Não quero acabar sucumbido as ideias do meu pai sobre vocês.

- Não podemos pensar negativo em uma situação negativa, se permitirmos que isso se aposse de nós, seremos roubados, temos apenas 13 anos, somos muito novos para tudo isso. -Eles dois não cogitaram em momento algum soltar a mão um do outro.

Madara não entendia porque estava sonhando com essa tal situação, era engraçado como a sua mente pregava peças e si mesmo, a foto que Hashirama lhe mostrou bagunçou a sua mente, misturou o assunto com seu passado, mas... Mesmo que ele soubesse que não era real... Aquele sonho era tão lúcido que ele podia jurar que conseguiu ver o sorriso radiante de Hashirama naquela versão pequena dele.

- Não sei porque, mas meu coração teme que essa seja a última vez que irei te ver. -O garoto sentiu o outro ficar tenso com a sua fala, parecia que ele sentia o mesmo e isso não significava coisas boas.

Se aquele pressentimento você verdade? Tanto a família Senju quanto a família Uchiha não pensaria duas vezes antes de meter um tiro no peito deles, não por maldade, mas o instito protetivo cega aquele que em algum momento ama, quem ama pode acabar correndo o risco de sentir o ódio, um ódio até incomum movido por algo maior, como uma magia quando age sobre outra, uma é movida pela outra maior, o problema era que o ódio não era uma coisa bonita como uma magia.

Olha o que uma rivalidade de famílias podia causar nas crianças, o medo de amar, o medo de existir, de morrer. Eles eram crianças, tinham apenas 13 anos, uma vida longa pela frente e um amor incomensurável dentro do peito, por que a injustiça tinha que agir sobre seres tão puros e inocentes? Eram tão pequenos que não sabiam nem se quer controlar o tamanho daquele carinho, eles nem se quer sabiam o que significava aquele carinho sobrenatural que sentiam um pelo outro.

- Não será a última vez. -O Senju disse depois de tanto tempo tenso e em silêncio.- Nos encontraremos diversas vezes, talvez não nessa vida, mas juro te procurar em todas as outras... Eu não vivo sem você.

O último encontro... Soou menos engraçado e divertido do que o comum, era triste, era como um tiro num peito de um coração que já não batia normalmente, como alguma tentiva de amenizar a dor, uma tentativa mais doída do que a própria dor que ela tentava parar. Ninguém tem noção do que é a dor de um verdadeiro coração partido... Mas Madara sabia e sabia o que isso lhe causava, só ele sabia o que era perder o movimento do corpo enquanto se pode mesmo assim sentir as lágrimas correrem pelos olhos, só ele sabia o que era sentir como se seu coração não batesse mais e quebrasse, se estilhaçasse realmente como uma janela, só ele sabia como sua mente não conseguia processar e conceber a ideia de que não poderia nunca mais olhar nos olhos de quem mais amava, nunca mais ouviria a sua voz e jamais veria seu sorriso, droga! Olha o que o seu pai fez consigo, se ao menos esses dois velhos pedissem desculpas um ao outro e aprendessem a viver como duas pessoas normais.

Aquele Sorriso °°° 2.0 ʰᵃˢʰᶦᵐᵃᵈᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora