Shadows Of Maru

Corvo cintilante.

Eu estava acostumada com meu aumento de poder, mas normalmente não se manifestam com tanta potência assim.

Alguma coisa estava acontecendo. Alguma coisa estava despertando dentro de mim.

Eu não tinha muito tempo para pensar nisso durante o dia, mas, à noite, pesadelos com alguns dejavus estranhos que são de outra pessoa lutando ferozmente com uma mulher sombria me faziam acordar suando frio e assustada.

O tempo chuvoso estava pior, o que não ajudava muito com meus pesadelos. Certa noite, uma tempestade enorme me fez tremer de medo.

Fiquei andando de um lado para outro no meu quarto, com a sensação de algo me queimando por dentro do meu peito.

Lembrei da expressão séria da sra. Ukarama e do meu pai, de seus olhos decepcionados.

Respirei fundo. Peguei o livro da história de Havany.

Eu nunca precisei da ajuda de um amigo antes. Se falasse com Moa, ela ficaria preocupada. Poderia, pelo menos, pedir desculpas ao meu pai pelo meu comportamento.

Desci a escada para falar com meu pai que fica sempre no escritório. O castelo ficava vázio e cheio de guardas na volta do castelo, mas a porta do escritório estava entreaberta e a luz vinha do lustre se estendia ao longo do piso.

Eu estava perto da porta quando ouvi a voz da sra. Ukarama dentro do escritório... Meu pai parecia nervoso. Uma voz que, sem dúvida, era a dela disse: "Estou muito apreensiva, Vlad."

Meu corpo estava sem reação.

Não sou de ficar ouvindo atrás da porta, mas jamais tinha visto ela tão abatida.

Abri um pouco mais a porta.

- O poder deles - sra. Ukarama estava dizendo. - Estão ficando mais fortes.

- Ainda me lembro dos nossos amigos Akemi e sinto muita saudade do seu irmão e da Moa, mas todos tiveram que fazer seus sacrifícios e deixar seus filhos conosco - disse meu pai. - Precisamos que as crianças amadureçam mais.

- Mas eles não sabem quem realmente são e isso me faz sentir como se eu fosse uma traidora.

- Você não é uma traidora, Akemi. Deixe-os desfrutarem do seu presente enquanto não souberem do passado doloroso que tivemos.

- Você está certo.

- Todos temos algo pra esconder e seu irmão ficaria orgulhoso de você - Falou meu pai.

- Vlad, nós... nós não podemos falhar com eles. - A voz da sra. Ukarama estava abafada com seu choro. - Nossos amigos não se sacrificaram por nada.

- Continue com seu trabalho bem feito, Akemi - disse meu pai gentilmente. - Ainda lembro quando aquelas meninas de Osaka vieram e se tornaram lendas.

Esabarrei numa armadura e ela caiu chão fazendo uma barulheira.

O escritório ficou em silêncio.

Com o coração acelerado, sai correndo para meu quarto.

Vi uma sombra saindo da porta do escritório, a sombra da sra. Ukarama, segurando uma espada.

Abri a porta mais próxima e segui correndo pelo corredor.

Alguns segundos depois ouvi um lento tzii, como, uma lâmina rasgando a carne, depois um som de metal batendo em algo. Uma sombra parou no corredor.

Uma gota de sangue escorreu pelo meu braço, caiu no chão formando uma poça e vi que fui acertada de raspão pela adága da sra. Ukarama.