Uma nova inimiga?

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Eu sei, eu sei. Fui rude com Moa. Mas eu odeio perder e aquilo foi traumático e ela estava me deixando fora de mim, me olhando como se eu fosse uma fraca qualquer. 
Sempre que eu ficava nervosa, minha vilã entrava em ação, portanto não fiquei surpresa quando, assim que sai da escola, eu descontei em pobres alvos inocentes.Em vez de ir para o castelo e esperar me acalmar, peguei minha mochila, saí discretamente e fui para a floresta.
- Eu vou mostrar que sou mais forte e nem que eu use o mal pra isso – disse a mim mesma.
*****
Uma palavra sobre a minha mãe.
Seu nome era Moa Kikuchi ela era a melhor pessoa mais bondosa do mundo, o que apenas prova minha teoria de que as melhores pessoas geram o pior. Os pais dela morreram em um desastre de navio, e ela foi criada por seus padrinhos. Queria ser uma guardiã, assim lutou bravamente por Havany. Então o fim dela chegou. Depois que ela morreu, meu pai ficou cuidando de mim e dando o amor que nunca tive e não poderei ter da minha mãe.
A única coisa boa que lhe aconteceu foi conhecer meu pai.
Nunca conheci ela e nunca vou conhecer, apenas essa espécie de sensação calorosa, talvez o mais leve resquício de seu amor. Meu pai não gosta de falar sobre ela porque isso o deixa triste. Ele não tem fotos dela, apenas um laço de cabelo vermelho.
Veja bem, eles não eram casados. Ele me contou que ela era gentil e poular, e o relacionamento deles era lindo. Então um dia ela resolveu lutar contra sua mãe pelo bem de Havany em alguma missão e nunca mais voltou.
Morta em uma luta sangrenta, meu pai me contou.
Meu pai me criou sozinho. Nunca se queixava ou ficava zangado. Nem uma só vez. 
Mas eu sabia que não era uma criança fácil.
Acabou se casando com Yuko Hiroseiko, que foi simpática nos primeiros dias em que nos acostumamos com ela e depois mostrou quem realmente era, uma gananciosa idiota.
Em nossa convivência, tornávamos a vida do meu pai bem insuportável. O modo como ela me tratava, o jeito como ela e eu nos relacionávamos... bem, um bom exemplo é minha chegada em casa.
Entrei em nossa sala de jantar, esperando que meu pai já estivesse lá. Em vez disso, Yuko estava sentada em seu lugar na mesa, exibindo suas jóias novas para suas "amigas".
Mal erguendo os olhos, ela disse com desdém :
- Já chegou a peste.
- Onde está o meu pai?
- Na reunião – disse ela. - Seus amigos estiveram aqui procurando por você e eu fiquei surpresa. 
- Surpresa pelo quê? – falei.
- Por você ter amigos – disse ela. – Provavelmente só pelo fato de você ser a princesa. 
- Conquistei amigos por mim mesma e você não teria essa capacidade – disse eu.
- Seus amigos estão te esperando no seu quarto– gritou ela às minhas costas.
O cheiro dos perfumes da Yuko era quase pior que carne pútrida.
Mas assim que pensei naquilo, minhas pernas bambearam. Lembrei-me do perfume de Noelle.
E foi isso. Nada de Bem-vindo ao lar. Bom ver você. O que fez na escola?
Yuko era gerente de uma taverna, no reino vizinho, mas largo o emprego depois que meu pai se casou com ela. 
Não sei por que ainda meu pai não se divorvio com ela. Ela só fica gastando o dinheiro do meu pai em charutos que me dão nojo  e em roupas e jóias, é claro. Sempre roupas.
Toda vez que eu estava no castelo ela esperava que eu lhe fornecesse meu poderes para ajudar nos "serviços" particulares dela. Chamava isso de nosso ―Segredo de familia‖. Isto é, se eu contasse para o meu pai, ele me mandaria para um internato.
- Eu não estou com cabeça para arrumas suas bagunças,se vira - falei.
Ela ergue uma sobrancelha desconfiada.
Yuko era capaz de farejar mentiras como um cão de caça, o que era surpreendente, já que seu prórpio cheiro deveria encobrir qualquer outro.
- Você brigou e apanhou – disse ela. – Ligaram da escola e eu não se seu pai vai gostar muito da notícia.
Bati a porta do meu quarto, que na verdade não era meu. Durante os meses de aulas era a ―sala só para as roupas de Yuko,apesar de ter muitos quartos no castelo,ela escolheu justo o meu. Esse quarto era da minha mãe e eu não vou sair daqui por nada.
Larguei a mala em cima da cama. Lar doce lar.
Olhei pra trás e vi Gasper e Moa sentados na minha cama.
- Então? -
Gasper se alevanta e vem em minha direção e me abraça.
- Gasper... - Tentei falar,mas ja estava perdida no seu calor.
Mas assim que pensei naquilo, minhas pernas bambearam. Lembrei-me da expressão de poder de Noelle – como ela me fez cair tão facilmente. Um calafrio repentino me percorreu. 
Era como se alguém – alguma coisa – estivesse procurando por mim naquele momento, talvez subindo pesadamente a escada, com asas horrendas.
Então ouvi a voz do meu pai.

- Maru?
Ele abriu a porta do quarto e meu calafrio sumiu.
A simples entrada de meu pai no quarto já consegue me fazer sentir bem. Seus olhos brilham.O sorriso é quente como uma lareira.
- Confusão na escola novamente filha? - Disse meu pai me tirando do abraço de Gasper.
Agito meus braços fazendo surgir algumas chamas em meus pés.
- Não foi apenas uma confusão, ganhei uma inimiga e meu destino vai ser matar ela daqui pra frente.

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⏰ Última atualização: May 08, 2023 ⏰

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