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No domingo, Robby esperava que Miguel já estivesse praticamente bem. A febre havia passado no dia anterior e qualquer sintoma residual seria efêmero. Johnny estava de volta, e bastante triste pela perda do amigo, então Robby sugeriu que chamassem Miguel para tomar café todos juntos, surpreendendo muito o pai. Agora estava ali, parado em pé na frente da porta dos Diaz, sentindo as mãos suarem de nervoso.

Por que estava nervoso, aliás? Havia passado um dia e uma noite inteira com Miguel, não tinha porque estar assim. Mas seu corpo não tinha noção disso, claramente. Bateu à porta de forma fraca e hesitante, e não teve resposta. Bateu mais forte.

— Já vai! — ouviu a voz ainda mais familiar e, para seu alívio, muito menos fanha.

A porta se abriu e ele viu Miguel, ainda de pijama e com os cachos um pouco bagunçados, mas parecendo bem mais disposto e saudável, olhando para ele levemente surpreso, abaixando um pouco a cabeça e sorrindo de canto, nervosamente. Ele parecia até estar ficando vermelho.

— Ahn… hm — Miguel limpou a garganta — oi. Tudo bem? — perguntou meio sem jeito.

— Comigo tudo bem — Robby disse, sorrindo pela pergunta — eu não tava doente. E você?

— Ah, é. Eu tô melhor. Acho. Eu acordei agora — o moreno respondeu, mostrando as roupas que usava para ilustrar seu ponto.

— Desculpa ter te acordado… Já são 10h, vim perguntar se você queria tomar café com a gente — Robby disse, um pouco chateado por ter interrompido o descanso dele.

— Claro! Eu não cozinho muito bem, com sono então… Entra, vou só trocar de roupa.

Robby estava preparado para correr de lá e ir pra casa terminar de arrumar a mesa para o café, mas não conseguiu resistir ao convite. Seus pés nem o obedeceriam se tentasse, então apenas confiou em Johnny para deixar tudo pronto. Robby foi até a cozinha enquanto Miguel tomava banho e trocava de roupa e aproveitou para fazer uma garrafa de suco para ele e deixar pronta na geladeira. Talvez ele nem precisasse mais, mas ele queria garantir. E, de certa forma, gostava de cuidar dele.

— Pronto. Desculpa a demora, mas eu realmente precisava de um banho. Suei demais — Miguel disse, encostado no batente da porta da cozinha. — O que você tá fazendo aí?

— Sua febre não voltou né? Você mediu? — Robby perguntou.

— Medi, tava 36,6. Eu tô melhor — ele disse, se aproximando para ver o que Robby fazia e parando bem ao seu lado.

— Eu fiz um suco de limão pra você. Vou deixar na geladeira — Robby disse, ainda mais nervoso com a proximidade. Podia até sentir o cheiro do shampoo de lavanda.

— Obrigado. Você me mimou tanto, vou ficar mal acostumado — Miguel brincou e Robby revirou os olhos.

— Vai à merda, Diaz. Acabou sua boa vida.

— Disse aquele que acabou de fazer suquinho pra mim.

— Se me encher o saco eu levo a garrafa comigo — Robby ameaçou, rindo, e Miguel pegou a garrafa que ele segurava, as pontas de seus dedos tocando as de Robby.

— Sai, me dá isso aqui. É meu! — disse, guardando a garrafa na geladeira — vamos, antes que o sensei canse de esperar e coma tudo.

— É um risco bem real — Robby concordou, seguindo o mais alto.

Os dois entraram no apartamento rindo e conversando, o que fez Johnny pensar em se beliscar para conferir se estava sonhando. Já fazia tempo que ele queria que os dois garotos se dessem bem, mas ver o desejo se realizando era um pouco chocante.

Cuida de MimOnde histórias criam vida. Descubra agora