Um estranho na cidade...

17 2 1
                                    

Chegou o momento em que eu finalmente terminei o Ensino Médio. Foi um alívio imenso, mas também um momento assustador. Eu sempre tive dificuldades em lidar com pessoas e falar em público, e agora eu teria que encarar a faculdade. Eu não estava preparado para isso.Foi quando me deparei com a programação. Eu já tinha algum conhecimento em informática e decidi me aprofundar nessa área. Fiquei maravilhado com a possibilidade de criar coisas incríveis apenas digitando linhas de código no computador. E o melhor de tudo, não precisaria lidar com pessoas o tempo todo.

Eu mergulhei de cabeça no mundo da programação e comecei a estudar e praticar todos os dias. Logo, comecei a trabalhar como freelancer, desenvolvendo pequenos projetos para empresas. Foi um alívio para mim, pois finalmente encontrei algo que eu era bom e que também me permitia evitar contato com muitas pessoas.

Depois de passar boa parte da minha vida evitando pessoas, eu finalmente tomei uma decisão que parecia ser a solução para os meus problemas: me mudar para uma cidade nova. Eu tinha acabado de completar 22 anos e me sentia pronto para uma mudança.

Quando cheguei à cidade, meus olhos foram atraídos pela beleza do lugar. Havia um parque enorme com árvores altas e uma vista incrível da cidade. Eu sabia que era ali que eu passaria minhas noites, observando o céu e tentando entender minha própria existência.Nos primeiros dias, tudo parecia perfeito. Eu andava pelas ruas, observando as pessoas e imaginando que talvez, dessa vez, eu pudesse ser diferente. Mas a verdade é que, por mais que eu tentasse, eu continuava a ser a mesma pessoa distante e fria de sempre.

Eu me sntia solitário, mesmo em meio a tantas pessoas. Pensava em como seria bom ter alguém para conversar, para compartilhar minhas ideias e pensamentos. Mas a ideia de me abrir para alguém ainda me assustava.

Certa noite, depois de mais um dia solitário, fui até o parque e me sentei no banco de sempre. Olhei para o céu e comecei a pensar sobre tudo o que havia acontecido na minha vida até aquele momento.

"É engraçado", pensei comigo mesmo. "Eu poderia passar horas olhando para as estrelas, mas não consigo passar cinco minutos conversando com alguém".

Suspirei e encostei minha cabeça na árvore próxima. "O que há de errado comigo?", questionei a mim mesmo. "Por que é tão difícil me abrir para as pessoas?". Olhei para o céu novamente, procurando por respostas que nunca pareciam vir...

Fazia um mês desde que eu tinha me mudado para essa cidade, mas até agora nada havia mudado. Eu ainda estava sozinho, sem ter feito nenhum amigo. Às vezes me perguntava se isso era culpa minha, se eu não era uma pessoa interessante o suficiente para as outras pessoas quererem se aproximar de mim.

Eu tinha tentado algumas vezes, mas não conseguia manter uma conversa por muito tempo, parecia que eu não tinha nada a dizer. Era estranho, porque eu sempre gostei de estar sozinho, mas agora isso parecia uma maldição. Eu me conformei em viver assim, sem ter ninguém com quem compartilhar a vida.

Exceto pelas minhas visitas noturnas à praça, onde eu tinha meu banco favorito. Talvez fosse um hábito estranho, mas era a única coisa que me fazia sair de casa, era meu pequeno escape. Eu sentava lá, observando as pessoas ao meu redor e tentando adivinhar o que estava acontecendo em suas vidas. Às vezes, eu até mesmo imaginava como seria se eu tivesse alguém ao meu lado para compartilhar esses momentos.

Mas, por enquanto, eu estava sozinho, então eu continuava indo para a praça todas as noites. "Eu sou patético", eu pensava, "sentado aqui sozinho, olhando para o nada". Mas, no fundo, eu sabia que isso era o mais próximo que eu chegaria de ter uma vida social. Às vezes eu me perguntava se essa era a minha sina, viver solitário para sempre. Talvez eu devesse me acostumar com isso, aceitar que essa era a minha vida normal.

O Labirinto das EmoçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora