Capítulo 3

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Serenity.

Depois de toda a enxurrada de emoções do meu dia, agora, eu me encontrava na sala de reuniões da casa principal dos Cosa Nostra - da qual Vicente era o Don.

Com um cigarro na mão esquerda e a taça de vinho na mão direita, eu analisava cada canto do lugar. Desde as pontas dos janelões blindados em cada canto dos 4 até a adega que ficava posta para uso liberado.  Sim, o filha da puta tem uma mini adega na fucking sala de reuniões estupidamente elegante. Que ele tinha dinheiro eu sabia, mas de onde vem tanto?

Para entrar no casarão até que foi facil, uma pena que meu lindo carrinho foi de ralo, virou uma sanfona. Mas eu derrubei o portão pelo menos, um ponto pra seren! Depois do evento fatidico, eu rodei pra diversos lugares desconhecidos ao lado do diablo, recebendo olhares despretensiosos mas nada que fosse me abalar. Com cada documento trazido por mim comprovado, adentrei ao luxuoso local de negocios da maior mafia europeia, com um sorriso no rosto e com muita, muita fome.

-eu já mandei você tirar a porra do pé de cima da mesa- vicent me interrompe dos meus pensamentos sem tirar o foco do contrato a sua frente, ele lia palavra por palavra. E eu juro que pensei em ele estar me enrolando. 

-idiota- eu bufo tirando meus lindos pés de cima da mesa, mas continuo inquieta girando na cadeira de rodinhas.

Ele finalmente me encara.

-o que você tem em mente Serenity?- Eu apago o cigarro e me preparo pra falar.

Ele, atento a qualquer movimento meu, parece trabalhar a mente só esperando a minha resposta.

O filho da puta está montando um quebra-cabeça que eu nem sei qual é.

-eu pensei em trabalharmos juntos e..- eu me interrompo porque um barulho estranho vem dele. Ele estava rindo?

-boneca, eu não vou assinar esse contrato.

-não?- eu digo confusa

-não. Como você acha que as coisas funcionam aqui dentro?- ele ri fraco - As coisas funcionam do jeito que eu proponho. Você tem informações valiosas a mim, mas o trabalho que eu teria com você seria caro demais.

-mas você precisa de mim- eu levanto minha cabeça e ajeito minha postura- esses papeis não tem 1/3 do que eu sei

ele vai aceitar, ele tem que aceitar.

-fodasse? Eu poderia te matar aqui mesmo, na verdade, você nem estaria mais aqui.- Ele levanta ajeitando sua blusa social e se vira pra vista da cidade com as mãos nos bolsos.- Você é irrelevante a qualquer máfia.

O idiota diz tudo com tranquilidade enquanto olhava um ponto fixo.

Eu não iria deixar barato, não mesmo.

-seu idiota eles me adoravam la dentro. Você não sabe o que está falando. Eu fiz coisas que você nem imagina tá? - que merda, eu quero bater nele???

-tudo mundo gosta de algo que dá retorno senhorita blake- diz sarcastico.

-cala a boca, você só bosteja pela boca- bufo

-bostejo? essa é nova- ele ri forçado. Ele chega mais perto, na verdade muito perto e eu sinto seu hálito de vinho perto da minha boca.

O loiro segura meu maxilar com força e me força a olhar em seus olhos exalando submissão.

-a boneca precisa aprender a respeitar os superiores- sorri.

-eu não sou uma boneca seu otário- eu bravejo cravando minhas unhas no seu braço e ele parece nem se importar.

-você tem até amanha de manhã pra pensar, boneca.

Vicent fucking hacker sai desfilando batendo a porta me deixando sozinha na grande sala.

Nem mesmo o barulho da minha taça se desfazendo contra a porta recém fechada me faz ficar mais tranquila.

E ao olhar para o ponto fixo que ele encarou momentos atrás eu percebo:

Eu não tenho pra onde correr.


Kill Bill - Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora