Frágil Neve

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A neve bailando brancos
num céu de festa e cetim.
Um vendeiro de tamancos
pisando nela: plim, plim!
Escondido no telhado,
pia, pia, um passarinho.
Há um boneco estatelado
bem no meio do jardim
E por detrás da vidraça,
num resfriado de atchim
olhando a neve na praça,
sonha longe uma garota
[Seu nome]


Scottsdale - Arizona, 09:41PM

Os pequenos flocos de neve estavam à queda da calçada. O vidro se tornava embaçado com as pequenas partículas do fruto do inverno. A garota de cabelos soltos tinha um olhar distante, ela estava com os olhos sobre o vidro ao seu lado, sem um ponto direto, apenas pensava muito sobre o ciclo eterno das mudáveis coisas, ao mesmo tempo seu pensamento era vazio. Era uma estranha sensação, nova, dolorosa e vazia.

Aquela noite estava sendo difícil. Após uma grande perda, seu coração não estava com paciência para aquilo. Discussões, gritaria... Essa era sua família, do qual estavam reunidos em um restaurante local da praça.

As vozes a importunavam. Sentia seu corpo ficar quente, principalmente a área da cabeça. Estava ficando cada segundo mais estressada com a presença deles. Sufocada se sentia, ia vomitar palavras de raiva. Precisava sair dali o quanto antes, antes de ir à beira da loucura.

— Com licença, mãe, pai.. — A garota pediu passagem, que estava sendo bloqueada por seus pais que sentavam ao seu lado. Eles a olhavam confusa. Por que ela queria sair? Afinal, por que a dúvida? Ela pode ter a necessidade de ir ao banheiro. Não é algo incomum assim.

— Vê se volta logo, [Seu nome]!— A figura feminina ao outro lado da mesa dizia cruzando os braços. Estava impaciente e nervosa. Era possível ver uma veia destacada no canto esquerdo superior de sua testa.

Em passos pesados, a garota abandonou o restaurante, seus familiares só notaram quando já estava distante.

[...]

A estrada era vazia e escura. [Seu nome] dirigia seu carro, era um Range Rover Evoque, em rumo à sua casa. Por mais que seus sentimentos estivessem em luto neste momento, um medo percorre sua espinha. A solidão na estrada em meio a escuridão, era de se amedrontar.

Seu corpo entrou em pânico rapidamente ao cair os olhos sobre o retrovisor. Uma silhueta preta, aparentemente um homem, tinha apenas a máscara branca e roxa pela metade o destacando.

Seu olhar era sombrio, daria calafrios na moça, mas no momento ela não pensava nisso. Suas mãos no volante perderam o equilíbrio, levando o carro em direção a uma grande árvore. O carro bateu fortemente. O airbag fora acionado para o banco do motorista e passageiro, mas o impacto fora tão forte, que a moça ainda assim se feriu e perdeu a consciência, a levando ao desmaio.

O homem no banco de trás estava sã e intacto. A porta fora aberta pelo o mesmo, ele se direcionou até a porta da moça desacordada e a levou consigo.

[...]

09:10AM

Já era dia seguinte. A luz forte do sol invadiu a janela do quarto, batendo contra seus olhos fechados. A claridade a fez acordar e a primeira coisa que sentiu fora uma forte dor de cabeça. Ao sentir, levou suas mãos para a área, na intenção de massagear, mas foi pega de surpresa ao sentir um curativo onde estava doendo. Isso a fez lembrar sobre o que aconteceu na noite passada. Tinha um homem, um homem mascarado, você perdeu o controle do carro e só se lembra de ir em direção a uma árvore de carvalho. Depois disso, não tem ideia do que aconteceu.

Crime por Amor - Sally FaceOnde histórias criam vida. Descubra agora