Introdução

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Para lá da Ponte, um romance fictício e verídico da minha realidade. Da realidade inspirada em sonhos futuros, em busca de inspiração em livros lidos .

Espero que seja uma história que vos prenda do início ao fim.


*

      Enquanto olhava para aquela peça de roupa, que já tinha cerca de 6 anos recordava-se de todas as memórias que lhe trazia - momentos com a sua avó, momentos com amigos, momentos com aquele rapaz que achava que viria a ser o amor da sua vida- o que a entristecia imenso. Aquela peça de roupa ganhou sempre algum significado para si e por isso, era um dos motivos pelo qual não ia desperdiçar e deixar de usar.

Além de que o dinheiro que tinha não permitia estar sempre as compras, tinha que reutilizar tudo o que tinha até estar completamente gasto e pronto para o lixo.

Porque fico triste ao olhar para esta peça de roupa? - Questionava-se sentada no seu sofá, sozinha

A sua avó não se encontrava mais presente, e o que a deixava mais triste foi não poder se ter despedido, e sentir a culpa de não ter feito uma última chamada com ela visto estar longe dela. Mas no dia em que ela faleceu, sentiu uma grande paz que a deixou sempre descansada.

Portanto, aquela peça de roupa trazia-lhe à memória o cheiro da sua avó e simplesmente a agarrava com todas as forças enquanto deixava cair algumas lágrimas.

Por outro lado, Márcia e o seu feitio de esperar sempre mais do outro , ainda não havia tido sorte no amor. Todas as vezes que encontrava alguém, tentava não criar demasiadas expectativas e praticamente não apresentava o rapaz a ninguém porque tinha receio que a deixassem como sempre. Mas aquele rapaz, Manuel, tocou-lhe no coração pois fora o seu primeiro amor.

Tudo estava bem, tudo estava como devia ser e simplesmente Márcia estava cega com o amor. Não tinha nada para correr mal, pensava Márcia a todos os instantes. Não sabia o que deveria sentir, insegurança? Medo? Ciúmes?

Nunca havia amado ninguém na sua vida, mas sabia que não queria errar em nada dali em diante. Aprendeu a amar e a encontrar nas palavras de Manuel o seu amor próprio. 



Acabara por adormecer no sofá enrolada naquela peça de roupa, que tantas memórias lhe trazia.

Para  lá da PonteOnde histórias criam vida. Descubra agora