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Val d'Isere, France - Dezembro de 2022

-Eu pensei que só o Charles fosse mão de vaca nos Leclerc - Julia falou indignada com o presente que Arthur tinha entregado a ela.

-Você torce para a Ferrari, vai ser útil Julia - Arthur revirou os olhos e Julia jogou a blusa da Ferrari nele.

-Você não gastou um centavo, só pegou na fabrica - ela cruzou os braços e fez um bico fazendo todos nos gargalharmos.

-Entrega logo o seu Ju - Pedro gritou e ela levantou para pegar o pacote embaixo da árvore.

-Meu amigo secreto é uma pessoa que eu conheço pouco e que a Antonella odeia  - ela gargalhou e todos nos gritamos o nome do Lorenzo.

Ele levantou rindo e pegou o presente das mãos de Júlia a abraçando em seguida, ele abriu e mostrou para gente uma blusa de linho de cor azul linda.

-Está vendo como se da presente ? - Júlia olhou para Arthur antes de se sentar e ele riu.

-Bom meu amigo secreto ou amiga secreta me deu um certo trabalho para presente, afinal eu acho que ela não gosta de nada - Lorenzo pegou a sacola da árvore e meu pai gritou o nome da Antonella.

-Pai ? - ela olhou com os olhos arregalados para ele que riu.

Antonella levantou e caminhou até Lorenzo com cara de poucos amigos, pegou o presente de sua mão e abriu a caixinha relevando um par de brincos lindos.

-É lindo - Ela sorriu e olhou para ele. - Obrigado.

-Até que enfim eu consegui agradar essa mulher - ele levantou as mãos para o céu tirando risos nossos e até de Antonella que surpreendeu dando um abraço em Lorenzo.

-Minha sina é entrar na família Leclerc - Marcos gritou e Antonella e Fernanda o olharam com os olhos arregalados - Eu só estou falando a verdade.

-Pai pelo amor de Deus fica calado - Antonella falou ainda com as mãos nos braços de Lorenzo.

-Esta vendo Lorenzo, ela também me oprime igual faz com você - Marcos falou e Lorenzo explodiu em uma gargalhada levando um tapa no braço de Antonella.

-Fernanda, para o papai por favor - Antonella olhou com uma cara de choro para ela que estava rindo ao meu lado.

Já era quase três horas da manhã quando eu e Pedro sentamos bebados no sofá rindo de algo que Marcos contava, Lorenzo passou com Antonella nos braços depois de ela sentar na cadeira e dormir.

Fernanda apareceu depois de um bom tempo sumida, provavelmente colocando a pequena Elisa para dormir. Ela entrou na rodinha de conversa que estávamos e Pedro puxou ela pela mão a sentado em seu colo para falar algo em seu ouvido me fazendo olhar para eles com a testa franzida.

Ela logo se levantou e seguiu para as escadas sumindo para os quartos, fechei a cara para Pedro e esperei alguma reação dele que permaneceu sentado. Se ele está pensando que vai comemorar o natal com a minha mulher está muito enganado, nem que para isso eu tenha que atrapalhar o planinho de ambos.

Levantei e subi as escadas devagar e segurando na parede, pois depois de muitas garrafas de bebida eu não estava com a coordenação motora muito aplicada. Assim que cheguei no final da escada vi Fernanda parada na porta do quarto que é de Antonella, Lorenzo abriu a porta para ela que entrou e eu tentei juntar algo na minha cabeça alcoolizada e não conseguindo.

Caminhei até a porta do quartinho bati uma vez não obtendo resposta, bati a segunda é nada. Quando bati a terceira vez Lorenzo abriu a porta.

-O que diabos você quer Charles - ele falou com a cara fechada.

-Quero saber porque você abriu a porta para a minha mulher - Lorenzo franziu a testa confuso - A Fernanda é minha mulher.

Ele revirou os olhos e deixou espaço para eu entrar no quarto, olhei ao redor e vi Fernanda sair do banheiro com o vestido molhado.

-O que você tá fazendo aqui ? - ela me olhou confusa.

-MANAAAA - ouvi a voz da Antonella vindo do banheiro - EU TÔ NUAAA, VOU SAIR ASSIM.

Eu e Lorenzo arregalamos os olhos e Fernanda revirou os dela virando para o banheiro.

-Eu vou pegar uma roupa, fica aí -ela fechou a porta do banheiro e seguiu até uma mala no chão pegando algumas peças e voltando para o banheiro.

Fernanda saiu do banheiro com Antonella que sorriu para mim e fez um joinha com a mão me fazendo rir dela.

-Deita aí Antonella - Fernanda apontou para cama - tem remédio para dor de cabeça e água aqui na mesinha.

Antonella confirmou com a cabeça se cobrindo com o edredom e Fernanda veio da direção onde eu e Lorenzo estávamos.

-Já pode ir Lorenzo - ela sorriu pra ele sem mostrar os dentes - Daqui a pouco chega a Júlia bebada também.

Lorenzo confirmou com a cabeça e saiu do quarto sendo acompanhado por mim e Fernanda, ele foi em direção ao quarto dele e ela me olhou com a sobrancelha arqueada.

-O que veio fazer aqui ? - perguntou

-Vim atrapalhar seu plano de passar a noite com o Pedro - fiz bico

-Que ? - ela franziu a testa.

-Eu vi ele puxando você para o colo dele - cruzei os braços e senti um pouco de tontura pela bebida. -Acho que estou bebado.

-Você está bebado sim - ela gargalhou - Vem.

Ela me puxou para o meu quarto e eu fui sem relutar, onde essa mulher for eu vou atrás sem falar nada esse é meu destino.

-Vai tomar um banho para deitar também - ela abriu a porta do banheiro e eu entrei fazendo bico - Sem bico Charles.

-Aprendi fazer bico com você - ela sorriu e negou com a cabeça - Não ria não.

-Eu não estou rindo - ela segurou o riso - E eu não ensinei ninguém a fazer bico.

Entrei para o banheiro tirando a roupa e entrando embaixo do chuveiro, tomei um banho rápido somente para tirar o álcool e enrolei a toalha no quadril voltando para o quarto.

Fernanda estava olhando pela janela quando eu me aproximei dela colocando as mãos na sua cintura, ela me olhou e sorriu.

-Dorme aqui comigo ? - perguntei olhando  em seus olhos e ela negou com a cabeça. -Porque ?

-Senhor Marcos Filipini já não gosta muito de você - ela riu - imagina se descobre que você anda dormindo com a filha dele.

-Ele gosta de mim sim - fiz bico - Eu espero que sim. 

Fernanda gargalhou e me deu um beijo na bochecha e eu segurei a sua mão a puxando de volta para grudar em meu corpo e aproximar nossas bocas, e foi ali sobre o nascer do sol que eu a beijei sentido seu corpo arrepiar com meu toque e meu coração acelerar como a primeira vez que a beijei naquela boate em São Paulo. 


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