Capítulo 5

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Meu final de semana foi angustiante, eu não parava de pensar em Rose e me sentia extremamente ansiosa. Eu queria vê-la logo, ver como seria sua reação, ver como nossa situação ficaria, mas parecia que quanto mais eu queria que o tempo passasse mais as horas se arrastavam.

No sábado eu fiz questão de dormir quase pelo dia todo, só não dormi direto pois eu tinha que arrumar minha casa e colocar algumas roupas para lavar. De noite saí para uma das baladinhas lésbicas em Hongdae com Jisoo para beber, conversar e distrair.

— É sério! Não é só a Yeri e a namorada dela, tem um monte de gay lá!

— Mentira! Você entrou em um ninho da bicharada? — Jisoo tirou muito com a minha cara, pois ela não acreditava que pudesse existir uma empresa em plena Coreia do Sul onde tem vários funcionários da comunidade LGBTQIA+ que sejam abertamente gay.

— Ah, desisto! Não sei, mas a minha chefe não deixa essas informações escaparem pra fora da empresa.

— Pura coincidência, ou ela é uma "chama de gays"! — Jisoo riu sozinha com o que disse.

— Talvez seja mesmo... — Falei baixo.

— Quê? Música tá muito alta. Ó, vamos comer alguma coisa lá fora, já bebi demais. — Concordei com minha amiga e assim fomos embora para nossas casas.

Não voltamos muito tarde e dessa vez eu achei até bom. No domingo eu passei o dia entediada, eu quase pirei, até pensei em ligar para alguma "amiga", mas só pensei mesmo. Estranhamente aquela não foi uma ideia que me deixou animada, eu devia estar doente, onde já se viu alguém estar ansiosa para ir ao trabalho? Tudo bem que eu não estava ansiosa para o trabalho em si, mas sim para ver a minha chefe, bom, de qualquer forma isso soava estranho e eu não poderia fazer nada pois era assim que eu me sentia, eu precisava ver Roseanne logo.

Enfim segunda-feira chegou, entrei na empresa receosa. Fiquei meu final de semana todo pensando nela, desejando estar com ela e quando chegou o momento, eu me sentia um pouco travada. Medo talvez expressasse o que eu sentia, medo de ser frustrada por quem sabe uma repentina mudança em seu comportamento, ou quem sabe ser despedida também, pois pelo que eu já a conhecia, ela era bem desse tipo.

— Ei, Wannie! — Dei a volta no balcão e me aproximei de onde Wendy estava sentada.

— Bom dia jenjen! — Me olhou e sorriu, em seguida lhe dei um abraço apertado — Como foi seu fim de semana? — Perguntou animada e eu soltei um suspiro pesado, ela franziu o cenho e eu me afastei, dando a volta no balcão novamente.

— Foi estranho — Disparei e ela riu.

— Por quê? — Levei minha mão até minha nuca, pensei por alguns instantes.

— Uhm, deixa pra lá — Foi a minha melhor resposta. — Srta. Rose já chegou? — Ajeitei minha camisa.

— Já sim, continua tranquila, eu acho — Riu e eu a acompanhei.

— Vou subir, depois nos falamos — Lhe mandei um tchauzinho e ela piscou para mim, assentindo.

Peguei o elevador, respirava fundo e tentava manter a postura. Como na semana passada, eu tinha que ser firme e estar preparada para o que pudesse vir. Eu a queria, não queria? Pois bem, nada mais certo do que eu estar disposta a fazer qualquer coisa, ou passar por qualquer coisa.

Segui para a sua sala em passos firmes, adentrei a sala sentindo meu coração bater forte, minhas mãos suavam, mas eu iria conseguir, eu iria manter a calma. Um sorriso despontou do canto dos meus lábios assim que ao me aproximar ela me olhou e fez uma leve reverência. Sim, ela não ignorou minha presença e ainda retribuiu ao meu sorriso, levemente, mas para mim teve um grande significado.

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