Olhos profundos.

37 4 0
                                    

Eu estudo em um colégio tradicional, católico, só para meninas. É bem rígido para ser honesta, e os uniformes são tradicionais e esquentam muito. Mas tirando isso eu tiro de letra, não sou uma pessoa dificultosa para se adequar às regras, dogmas e etc. Veja bem, eu não sou católica, eu mal acredito em uma religião certeira, todavia, minha família sempre foi muito estrita então, tanto faz serei uma boa garota ou algo desse naipe.

Ah e meu nome é Alicia.

Eu sempre observo uma garota desde que cheguei aqui, não muito tempo atrás aliás, essa garota sempre aparenta estar melancólica com algo, em seu semblante transparece isso. Seus cabelos são negros e escorridos, e seus olhos são da cor da penumbra, tão negros e tão tristes. Ela tem um físico esguio, medianamente curvilínea e sua pele aparenta ser tão macia (não que eu tenha notado isso). O nome dela de acordo com a chamada é Cassandra, até que combina com ela se ouso dizer. Ela é bastante quieta, sempre observo ela lendo livros ou ouvindo música em um antigo mp3 player, e eu sempre quis puxar assunto com ela por alguma força magnética, que me atraia a ela, eu nunca senti isso antes.

Hoje eu vi ela lendo um livro no intervalo, a qual ela sempre passa na sala, o nome era "Garota Lunar", me tentei a fazer uma pergunta, bem besta.

- Sobre o que é esse livro Cassandra? – Eu joguei as palavras a ela como uma isca a um peixe valioso.

- Ah hm, é sobre uma garota que descobre que é filha da lua, é bem interessante. – Sua voz era suave, era como o tilintar de uma agulha em um ambiente barulhento, e por algum motivo quando ela falava seu semblante era um pouco menos melancólico.

- Legal. – Essa foi nossa única linha de dialogo até o intervalo onde vi ela sentada comendo um sanduíche que aparentava ser um misto quente, e um pequeno copo contendo um suco dentro. Sozinha.

Eu estava na porta da sala vendo ela ao longe, podendo olha-la a uma certa distância, segura, como se ela fosse um ser intocável.

Até que tomei coragem de me aproximar novamente, e sentei a sua frente.

- Passando o intervalo sozinha né, com certeza deve achar todo mundo bem chato e eu não julgo! – Após falar eu faço uma careta com a intenção de faze-la rir, e consigo, vendo ela dar uma risada baixinho e balançando a cabeça levemente.

- Na realidade, não sou de me aproximar muito das pessoas, sou muito no meu mundo por assim dizer. – Cassandra explica-se, e então dá uma mordida em seu misto e parece observar algo ao longe.

- Bom, é normal, mas eu posso passar o intervalo com você? Talvez você possa me explicar mais sobre seu livro. – A garota dos cabelos negros sorri com a minha proposta e então oferece um lugar ao seu lado, eu me sentei e então comemos e conversamos até ela se soltar aos poucos, e então pude ver o lado radiante de Cass, era tão lindo.

A garota dos olhos tristes.Onde histórias criam vida. Descubra agora