Expectativas e Dúvidas

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Sons de fritura acompanhavam a leve interferência do rádio local que ecoava no ambiente acompanhado do instrumental suave de um arranjo de jazz. Cantarolando enquanto colocava os pratos na mesa adaptável de sua casa, uma jovem de cabelos laranja ferrugem se balançava de um lado para o outro no ritmo, já sua amiga de cabelos castanhos avermelhados parecia distraída, rabiscando em um caderno de notas na mesa do jantar. 

- Mal posso esperar para o resultado de amanhã! - A mais velha das duas dizia com entusiamo visível, servindo dois pratos de macarrão ao molho com almôndegas a mesa. - Já imaginou Ruby? Eu e você, sendo colegas de trabalho? Seria a melhor coisa de todas. 

Ruby apenas riu da atitude de sua melhor amiga, não demorando em dar algumas garfadas generosas em seu prato:

- Seria super legal. Sinceramente, eu queria estar tão tranquila quanto você, Penny. - Suspirou, tentando afastar a inquietação.  - Você acha mesmo que vou passar? 

A garota de olhos verdes balançou a cabeça em afirmação, demonstrando confiança para a amiga de infância. 

- 95% de chance de você ser aceita. Os números não mentem cara Ruby. - Balançou seu telefone na frente da avermelhada. - Além disso, todo o grupo do trabalho estava comentando sobre seu projeto. Você realmente colocou uma pulga atrás da orelha dos desenvolvedores seniores da Schnee Dust Company com Crescent Rose. 

Isso tirou um pequeno grunhido de Ruby, que deitou sua cabeça do lado de sua refeição meio comida. 

- Não sei se "deixar com uma pulga atrás da orelha", seria uma coisa boa Penny. - Ergueu seu rosto para encarar a alaranjada. - O que o seu pai acha? 

Penny cantarolou, coçando o queixo com a pergunta. 

- Bem, papai adora conversar sobre tecnologia com você. Além disso, você já o ajudou um milhão de vezes com pequenas falhas técnicas de projetos de segurança. Tenho certeza que ele está orgulhoso. - Balançou a cabeça com certa decepção - Uma pena que tenham chamado ele logo essa noite para uma reunião de emergência. 

Enquanto observava sua amiga mais velha separar a parte do jantar de seu pai, Ruby refletiu silenciosamente, lembrando do pequeno encontro que teve com aquela moça chamada Weiss no dia anterior. 

Aparentemente, ela era uma mulher super séria e profissional, e mesmo só tendo a observado brevemente, elogiou sua capacidade criativa e ideias. Era um sinal de que ela deveria acreditar um pouco mais nas próprias capacidades? 

Inconscientemente, moveu a mão para o pequeno brasão de rosa em seu capuz, apenas para notar que não estava ali. Tateando o material, a garota olhou pelo chão, na esperança de encontrar o objeto. Algo que chamou a atenção de Penny. 

- Ruby? O que você está procurando? 

A avermelhada olhou para a amiga com uma expressão preocupada no rosto. 

- A insígnia da minha mãe! Ela não está na minha capa. Eu preciso encontrar. - A garota se agitou, se levantando da cadeira, na intenção de refazer seu caminho até o objeto. 

Penny, por sua vez, segurou a mais nova pelo ombro. 

- Ei, espera! Já está escuro lá fora. E a faculdade já fechou. - A ruiva mais velha repreendeu da forma mais suave possível a de olhos prateados.  - Eu prometo pra você que amanhã depois da aula, vou vasculhar todos os lugares até acharmos, ok? 

Embora estivesse frustada, Ruby suspirou e fungou um pouco. Penny estava certa. Nunca acharia seu brasão com temperamento que esfava. Além disso, Penny nunca lhe daria falsas esperanças. 

Uma Rosa no Jardim de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora