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Nesta manhã de terça-feira não foi tão diferente, a mesma coisa monótona de sempre.

Tzuyu se levantava e ficava olhando um tempo pro nada, até finalmente tomar coragem e seguir em rumo para o banheiro e se enfiar no chuveiro quentinho que era a única coisa que aquecia suas manhãs.

Então novamente saiu de seu banheiro e foi trocar-se. Colocou seu uniforme e all star desgastado nos pés, ajeitou o cabelo como se costume e se olhou novamente no espelho.

Um sorriso cresceu em seus lábios enquanto se olhava no espelho, mas logo morreu ao começar a pensar demais.

E naquele silêncio ensurdecedor que estava o seu quarto, o som de seu aparelho apitando a deu um leve susto e a tirou de seus devaneios.

[ desconhecido ]
Estava aqui pensando no quão linda você estava ontem, imagino que hoje você deve estar mais que deslumbrante, Tzu.

E a mensagem anônima a fez dar um sorriso mínimo.

[ desconhecido ]
De noite eu havia escrito uma carta para ti, e nela expressei cada sentimento que sentia por você, escrevi palavras que talvez eu nunca falaria na frente de ninguém além de você, e naquelas letras redondinhas está todo o amor que sinto por você

— TZUYU! DESÇA LOGO OU IREMOS NOS ATRASAR, QUERIDA!! — a voz de seu pai a chamou atenção, que desligou o celular e o guardou em sua bolsa.

Esses idiotas até que estão melhorando nas pegadinhas.

(...)

Tzuyu ouvia a professora de matemática balbuciar coisas que a mais nova não entendia, então apenas anotava o que estava no quadro.

— ... Então passarei uma pequena atividade para fazerem agora em sala. — assim que a professora disse um aluno rapidamente levantou a mão — Sim, Jungkook, podem fazer em dupla. — então a sala que outrora estava em silêncio se tornou uma bagunça.

A taiwanesa continuava quieta em sua carteira, ela até pensou em chamar alguém para formar uma dupla, mas essas pessoas não eram tão próximas de si ou apenas já formaram suas duplas.

A professora de cabelos grisalhos passou por sua mesa e deixou a folha com algumas "simples" atividades para Tzuyu, que sentiu uma forte dor de cabeça a atingir ao ver todas aquelas questões.

Enquanto olhava para as perguntas, sem encontrar nenhuma resposta, sentiu um tocar sútil em seu ombro e se virou para seu lado.

— Desculpa te incomodar... só queria saber se quer ser minha dupla, sabe?

Tzuyu parou para olhar melhor para a garota que senta a fileira ao lado, já que sempre chegava e saia com o mesmo tédio da escola e mal reparava em algumas pessoas. Algumas vezes a olhou, por exemplo: em apresentações de trabalhos. Mas desta vez foi diferente, e por mais clichê que fosse, sentiu se perder naquela olhos amendoados e que a fizeram se perder por um certo momento, até perceber que olhava tempo demais para a garota ao seu lado, que esperava ansiosamente pela resposta da mais nova.

— Ah!... hm... claro, claro! — Tzuyu respondeu de forma desengonçada e a japonesa riu baixo.

Com uma certa timidez, a japonesa aproximou sua carteira da de Tzuyu, cujo os olhos vagavam por lugares sem sentido.

— Então... — a voz calma da garota ao seu lado a chamou a atenção. Suas orbes se encontraram lentamente com o rosto da garota ao seu lado. Por que me sinto assim? — Me chamo Minatozaki Sana, e você?

— Chou Tzuyu — a garota fingiu estar focada naquelas questões confusas, quando na verdade se questionava algo ainda mais confuso do que todas aquelas perguntas difíceis.

O que há de errado com você? Por que se sente assim?

A Minatozaki sorriu para Tzuyu — É um nome lindo, combina tanto com você.

Chou não era uma pessoa que sempre estaria esperando por um elogio, e caso ganhasse um, apenas agradecia e tentaria achar formas de mudar o rumo daquela conversa. Apesar de nunca ter ao menos conversado com Sana ou ter alguma proximidade, ela sentiu aquela estranha sensação de que seu rosto queimava e um pequeno embrulho se formou em seu estômago.

Suspirou, tentando contes pensamentos que vão contra seus princípios.

— Obrigada. — sorriu minimamente e voltou a olhar apreensiva para o papel a sua frente.

— Quer ajuda?

Tzuyu virou seu rosto para a direção da garota ao seu lado, e seu olhar apreensivo se encontrou com o conforto que a garota passava. — Sentiu um leve arrepio percorrer por sua espinha, como se tivesse levado um pequeno choque. O seu rosto estava quase que de encontro com a face tranquila da Minatozaki.

Se ajeitou na cadeira, ficando um pouco mais distante da japonesa e pigarreou.

— Não precisa, eu acho que consigo fazer isso sozinha... — disse hesitante, ela queria aceitar a ajuda da garota, mas achou melhor negar.

— Tem certeza? Eu sou boa com números. — disse gentil. Abaixou seus olhos para a folha com escritas que fora apagada várias vezes e sorriu ladino — Isso aqui é fácil pra caramba!

A Minatozaki pegou um lápis médio em sua bolsinha e se aproximou de Tzuyu, trazendo o caderno da garota para si. Começou a anotar e explicar como fazia as tais contas. — Enquanto fazia outra conta complexa, seu cabelo loiro e brilhante caia em seus ombros, tampando a visão de seu rosto.

A mais alta aproximou sua mão esquerda do cabelo da garota e o tocou, trazendo para trás de sua orelha e dando uma visão de seu rosto e o que fazia. A garota ao seu lado virou minimamente a cabeça e olhou nos olhos de Tzuyu, que agora se prendeu nos seus devaneios.

— Tzu-

Um sorriso estava no rosto da mais velha, mas antes que ela pudesse dizer algo o sinal ecoou pela sala barulhenta e Tzuyu rapidamente arrumou seus materiais.

Sana ao menos conseguiu se despedir, quando se deu conta Tzuyu nem estava ali mais.

— Tchau?...

ANÔNIMO - SaTzuOnde histórias criam vida. Descubra agora