Encorajamento

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— Tu deixou o guri bater em você como se fosse um saco de pancadas, sem nem chiar um pouquinho, e aí tu vem me dizer que ficou excitado com isso? – Theo olhou sério, com uma sobrancelha levantada para a cara de Ricardo que terminava de limpar e trocar o seu curativo.

Depois da gentil conversa com o paulistano, o moreno resolveu desabafar um pouco com seus vizinhos de alojamento e falar sobre o ocorrido a poucas horas atrás.

— Eu gosto de apanhar de homem bonito, e de mulheres também. Mas sério, aquele jeitinho de marrento junto da cara de bravo dele me deixa louquinho – Num suspiro o moreno voltou a ter imagens de horas atrás, e ficou sonhando acordado na frente do gaúcho que apenas deu um tapa na nuca do outro.

— Guri para de ser doido e me escuta, o Sandro já arrebentou a sua cara com um soco naquela peleia de vocês. Ricardo, para de ser doido. – O gaúcho cruzou os braços e voltou a dar bronca. — Primeiro vamos entender os motivos desse soco, você foi e deu a entender que vocês iam se encontrar depois da aula, correto?

Ricardo ficou um tempo pensativo e logo voltou a responder.

— Sim, falei que a gente ia fazer algumas coisas depois da aula e que estávamos combinando.

— Mas bah! É lógico que o guri ficou com raiva, Ricardo, você tirou todo o contexto e ainda deixou ele em maus lençóis. Até eu teria dado um murro bem no meio da sua cara – Theo esbravejou, ele não estava errado e Ricardo sabia muito bem disso.

Num suspiro de reprovação, o loiro o deixou ali no corredor e foi embora deixando o carioca com uma cara de tristeza, mas obviamente como o dilema de brasileiro e nunca desistir, logo o moreno teve uma outra ideia, e já foi correndo importunar outra pessoa sobre os seus questionamentos sobre o paulista.

Ricardo passou pelos quartos até encontrar o que já conhecia muito bem, batendo na porta durou apenas poucos segundos até abrirem e no mesmo segundo foi recebido por um Miguel que não tinha uma expressão nada boa em seu rosto. Engolindo a seco, o carioca ficou quieto olhando o outro que apenas deu passagem para entrar dentro do quarto.

— Entre. – E assim sem nem dar um piu, o carioca entrou no quarto, mas logo foi recebido por um abraço apertado chegando até a ser levantando do chão. — Achei que 'ocê' não ia aparecer tão cedo por aqui Ricardão.

Ricardo se tranquilizou e riu do jeito descontraído do mineiro, dando um aperto de mão forte nele o carioca decidiu abrir o jogo consigo e explicar a sua situação. Ricardo contou de sua conversa com Sandro e até mostrou a marca do soco em sua barriga como se fosse um prêmio incrível, Miguel achou graça e até brincou um pouco ele, falando que se dependesse do próprio carioca ele mesmo já estaria todo roxo de tanto importunar o Sandro, pois bem, Miguel deu uma ideia um tanto ousada para fazer os dois ficarem um pouco mais próximos sem qualquer tipo de agressão e conflito entre eles.

— Óia só Ricardão, 'ocê' precisa ser mais calmo e tranquilo com o Sandro, ele tem o jeitinho meio bruto e meio coiceiro mas é um menino de ouro. Vamos fazer assim, vou sair hoje com o Matheus e vamos ir ao cinema, mas como eu já tinha marcado antes de sair com a Catarina e o Sandrinho nisso vai ir todo mundo, eu no meu cantinho com o Matheus e você com o Sandro.

Até que era um plano bastante surpreendente e elaborado, mas tinha uma dúvida ainda em como iria sobreviver até o final, Sandro era bastante arisco e odiava bastante o moreno e Ricardo sabia muito bem disso, mas não custava nada tentar e ver se pelo menos conseguia algum progresso.

— Mas e a Catarina? – Ricardo ficou com pena da garota em caso ela ficasse de vela.

— Ixi, meu querido, aquela ali vai conseguir um macho pra ir com ela. Fique tranquilo, ela não vai ficar sozinha não, conheço aquela víbora direitinho. – Apenas fez um gesto de modo giratório com o pulso, deixando a mão balançando no ar de forma despreocupada como se dissesse para deixar para lá, o que foi que Ricardo fez.

A Química é Louca Onde histórias criam vida. Descubra agora