chuva.

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Aviso prévio: essa obra retrata os personagens do RP, não os streamers que interpretam.
  

 
A chuva caía tão forte lá fora que fazia seu eco ressoar por todo escritório no qual Cellbit estava sentado, e como de costume, sozinho. Aquele dia não havia começado igual a todos os outros, porque na Ilha de Quesadilha todos os seus dias eram iguais, assim como uma rotina imposta. A única diferença fora o céu cinzento que se estendia por toda ilha, os ventos fortes anunciavam o óbvio: uma tempestade.

Nas televisões, A Federação havia avisado para os moradores permanecerem em suas casas e evitarem saídas, não importava o motivo que fosse. E todos obedeceram, como sempre. Cellbit havia deixado Richarlyson com Forever, Mike e Pac. Os três estavam ajudando na construção do Create e outras loucuras que só o Forever entendia. Por conta disso, Cellbit havia ficado sozinho na Favela. Sua cabeça vagava para longe enquanto seus olhos permaneciam presos nos papéis escritos ao contrário — aquele era um método idiota, mas bastante útil para manter aquele urso longe do conhecimento dos planos da Ordo.

Cellbit não queria admitir para si mesmo, mas se sentia sozinho naquele escritório empoeirado. É claro que ele sempre deixou bem claro para todos que deixá-lo só era algo bom, que estar sozinho era algo rotineiro seu, mas o seu desejo vergonhoso de estar junto rastejava por sua nuca e tampava sua boca, sufocando seu peito lentamente. Um suspiro pesado e quase que aliviado escapou de seus lábios quando ele notou que seu sufocamento era apenas hipotético, não real. O loiro puxou a gola de sua camisa para o lado, retirou os suspensórios e seus óculos.

— Eu preciso de um café — sua voz ecoou no vazio e foi logo esquecida. Cellbit levantou da cadeira, pegou sua xícara e se aproximou da cafeteira vazia, um outro suspiro pesado escapou de seu nariz quando ele lembrou que deveria ter feito café há 1 hora atrás.

Sua mente estava tão distante que nem das coisas básicas ele lembrava de fazer, e estas se referiam a refeições. Forever era o único que parecia genuinamente se importar, Mike e Pac eram distantes, então não perguntavam por não terem um vínculo afetivo forte. E estava tudo bem.

O louro caminhou até sua casa de fachada e fechou os olhos para se acostumar com a claridade lá fora. Ele olhou para os seus baús e começou a procurar por algumas sementes de café. Seu dia só seria bom se ele tomasse, no mínimo, três garrafas de café. Seus olhos passaram por todo o baú, mas não havia um rastro sequer de café. Ele, então, foi para outro baú e tentou continuar com sua procura obsessiva.

Tentou. Porque as batidas ríspidas em sua porta fizeram sua espinha arrepiar. Diversas variáveis passaram por seu cérebro tão rápido que ele mal teve tempo de raciocinar qual poderia estar correta. Seu corpo não saiu do lugar, e as batidas continuaram.

Quem poderia ser? O aviso de mais cedo foi lógico: permaneçam em suas casas, não arrisquem a vida de seus ovos por mero capricho. E ninguém na ilha teria coragem de ir contra aquelas regras.

Cucurucho foi a primeira palavra que estourou em sua mente. A ideia de ter aquele urso maldito batendo em sua porta durante um temporal foi aterrorizante. Tão aterrorizante que as cicatrizes do último encontro macabro que ambos tiveram voltaram a arder. Cellbit deu tempo ao tempo, e por cinco segundos as batidas pararam e deram espaços a chutes.

— Quem está aí? — Ele gritou enquanto se aproximava da porta, do seu bolso puxou uma mini faca enquanto se culpava por ter deixado suas outras armas fora de alcance.

Ninguém respondeu à pergunta feita. E a chuva continuou a cair.

Trêmulo, ele encostou no trinco da porta e engoliu em seco. Se fosse Cucurucho, ele não bateria na porta, apenas entraria sem ser convidado como sempre faz, mas Cellbit não queria ter que confiar na dúvida e acabar sendo pego de surpresa por aquele maníaco filho da puta. Ele trocou a faca de mão e abriu a porta pronto para desviar de qualquer golpe surpresa.

umbrella; guapoduo Onde histórias criam vida. Descubra agora