Tuas cicatrizes minhas marcas - (Mpreg) DEGUSTAÇÃO

PRÓLOGO

PRÓLOGO

ROCCO LEON

Ser jovem, atraente em uma universidade conceituada pode ser a melhor época da vida de uma pessoa. Eu sei, estive lá, perdi tudo. Como um garoto bissexual, crescido numa família abastada donas de uma extensão de terras e fazendas prósperas e sem preocupações, eu aproveitei tudo que a vida proporcionou nos meus vinte... Mesmo que até então ficava mais com garotas do que garotos. Era mais acessível quando meus colegas (porque só depois de tudo descobri que não eram amigos) iam para lugares sem muitas opções para pessoas como eu, então eu aproveitava com eles, me sentia parte do ''grupo'', enquanto ignorava que minha preferência era claramente os garotos. Corpos delicados estavam bem, mas nada como foder alguém que pode sustentar a força de estocadas mais rudes. Então como um interruptor que se apaga, tudo mudou. Eu mudei.

10 anos antes...

A sequência de festas esse ano estava mais intensas que os anos anteriores, também pudera, éramos veteranos em seu último ano de universidade, queríamos aproveitar antes que a vida adulta se instalasse de verdade, a maioria de nós já tinha uma clara ideia do que queria daqui para frente e essa poderia ser nossa última chance com a liberdade de fazer as coisa que queríamos sem ter que analisar tanto. Meus amigos estavam animados e eu estava entrando na onda deles. A festa da vez seria em uma fraternidade, e essas eram sempre as melhores, bebidas a vontade, música alta e pegação rolando por todos os cômodos. Talvez fosse meu dia de sorte e poderia ficar com alguém realmente interessante hoje. Não que eu esteja reclamando, as garotas e poucos garotos que fique até hoje estavam bem. Mas as vezes, apenas as vezes sentia falta de sentir uma conexão daquelas épicas que fazem sentir um formigamento bom e que faz revirar os olhos. Talvez isso fosse devido eu ficar com garotas muito mais do que garotos o que era uma contradição, porque com o tempo percebi que claramente estava mais inclinado para os caras. Porém é muito difícil achar alguém nos lugares onde ia e com as pessoas com quem andava, meus amigos todos héteros diziam estar bem com minha sexualidade, mas as vezes me questionava se isso era devido ao fato de terem me visto só com garotas penduradas ao meu lado. Na poucas vezes que fiquei com garotos percebi que era realmente ai que podia ser eu, inteiramente, as mulheres me deixavam excitado mas com os homens eu podia me soltar e fazer exatamente como tinha vontade. Além de que, gostava de ter onde pegar e por motivos que eu não entendia, as mulheres lutavam cada vez mais para estarem magras e pequenas em toda parte. Os caras já estava com seu estoque de bebidas a postos na carroceria da caminhonete e chegamos na casa da fraternidade quando o barulho ensurdecedor de música e conversas alteradas tomava conta da rua.

- Caralho mano, essa vai ser das boas. – Fala Kaden, que desconfio já estar meio alto de bebidas anteriores.

- Isso porque não começamos com minha surpresinha. – Concorda Caio, animado apontando para algo coberto na carroceria depois que todos saímos da caminhonete.

- O que vocês aprontaram? – Pergunto curioso.

- Mano é surpresa, mas posso te adiantar que vamos fazer dessa festa um estouro. – Apenas assinto sorrindo. Homens adultos que agem feito adolescentes, não posso julgá-los porque as vezes me divirto com suas loucuras como todos os outros. Entramos e começamos a beber e curtir. As garotas inevitavelmente se aproximam do grupo de cinco amigos que somos, cada uma se pendurando em algum de nós. Depois de alguns beijos na loira pendurada em mim me afasto educadamente dela com a desculpa de ir atrás de mais uma bebida, não estava rolando com ela, infelizmente. Muito bonita, mas por algum motivo estava faltando algo, quase sempre faltava. Alcanço uma cerveja no balcão no exato momento em que Kaden entra na cozinha me chamando.

- Leon, vai perder o show cara! Vamos lá, o Caio já deixou tudo pronto. -

- O que vocês estão aprontando dessa vez? – Sorrio para ele esquecendo a bebida no balcão e o seguindo para fora.

- Mano eu sou doido, mas o Caio, esse cara é insano. – Kaden fala como se fizesse um elogio.

Chegamos ao quintal da casa onde Caio está em frente a algumas coisas empilhadas de forma desajeitas. Quando me aproximo melhor, consigo ver do que se trata. São fogos de artificio. Estremeço um pouco, essas coisas são perigosas se não manuseadas corretamente, fui a muito rodeio com shows pirotécnicos de volta em casa e em viagens com a família. Isso pode dá muito errado rapidamente se a pessoa não souber o que está fazendo.

- Kaden, isso é perigoso cara. –

- O Caio disse que já fez isso antes, relaxa, ele sabe como mexer com isso. – Afirmou Kadem. Não acreditei naquilo, porém Caio era aquele tipo de cara riquinho arrogante que não aceita que digam a ele o que fazer. Me aproximei um pouco deles e tentei por um senso comum, mesmo sabendo que não ia funcionar.

- Mano, isso ai não é ilegal? Isso ai é perigoso cara. – Afirmei

- Qual é Leon, vai dá uma de franguinho medroso agora? Cara tu não é cowboy de volta em casa? Essas porras tão por todos rodeios por ai, e já fiz um show desse na fazenda dos meus tios. Eu sei o que estou fazendo. –

- Só toma cuidado Caio. –

- Tá tudo sobre controle, mano. –

Me afastei deles indo um pouco mais para o fundo da multidão que se formava em volta de caio e suas coisas empilhadas, esperando pelo show, enquanto escolhi observar de longe. Ele fez sua apresentação e começou a se abaixar para acender a pilha. As pessoas começaram a se animar, gritando e assobiando cada vez que o barulho de estouro e luzes enchiam o ar. De repente percebi que as coisas estavam ficando fora de controle e fogos estavam se espalhando para todo lado, os gritos de animação se tornaram gritos de pavor e as pessoas começaram a se desesperar e correr em todas as direções. Não houve tempo para reagir, em milésimos de segundos senti dor, e um impacto muito forte que me desequilibrou me levando ao chão, em seguida parecia que meu rosto e cabeça estavam cercados de fogo e depois apenas escuridão. ''Acho que estou morto'', foi meu último pensamento.