Capítulo 05.

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CAPÍTULO 05 —
O que os olhos não veem.

Aster não tinha acreditado verdadeiramente que Vinnie, logo Vinnie Hacker, o grande corredor número um, aceitaria ser seu tutor nas corridas

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Aster não tinha acreditado verdadeiramente que Vinnie, logo Vinnie Hacker, o grande corredor número um, aceitaria ser seu tutor nas corridas.

Primeiro, porque o mais velho não ia muito com a sua cara desde o primeiro momento em que se viram — Aster preferia ignorar o fato de que ele não era a pessoa que ela mais gostava em todo o mundo também, embora já não pudesse mais negar a pequena atração carnal que sentia por ele. Essa também era uma das coisas que a garota estava escondendo de sua mãe. Catherine provavelmente surtaria muito mais com a possibilidade de sua filha se envolvendo com um rapaz do que propriamente com corridas ilegais, o que era cômico de certa forma —, e segundo, porque a ideia toda desde o início lhe parecia improvável demais de acontecer, e talvez esse tenha sido um dos motivos pelo qual ela tentou. Porque mesmo que quisesse ter um resultado positivo, achou que não fosse dar em nada. Até que se tornou real.

Vinnie, por sua vez, não parecia estar verdadeiramente empenhado ou interessado nas aulas de Aster, ao menos na visão dela, e isso a incomodava mais do que ela pensou que faria. Ela sabia que não podia exigir algo dele, e que ficar ansiosa para esse tipo de coisa era um pouco vergonhoso também, mas Aster não conseguia simplesmente ignorar o descaso que o rapaz estava tendo com ela. Se o corredor costumava ser tão ocupado, ou não tinha a pretensão de se comprometer no assunto, então talvez não devesse ter aceitado o pedido de Aster.

De qualquer maneira, ela estava pacientemente esperando algum sinal de vida vindo do mais velho, o que, ao que parecia, demoraria uma eternidade para acontecer, sem tentar parecer desesperada e mais ansiosa do que deveria. O único contato que ela queria ter com Vinnie Hacker se dizia respeito estritamente a aprender a correr, e mesmo assim ela sentia como se o loiro estivesse fugindo dela da mesma forma que o diabo costuma fugir da cruz. Pelo menos, Aster felizmente não tinha cometido o erro de colocar suas expectativas em um patamar muito alto.

Aster ainda achava que não dava para esperar muito de um badboy idiota como Vinnie Hacker. Ela não seria burra ao ponto de dar um voto de confiança extra para ele — o tipo de cara que ela tinha consciência de que sequer deveria chegar perto. Entretanto, a essa altura do campeonato, Aster também não podia negar que existia uma certa atração por sua parte em relação a ele que a impedia de simplesmente evitar qualquer contato, mesmo tendo total ciência de que era exatamente isso o que deveria fazer. Era complicado de explicar, e ainda mais complicado sentir.

No fundo, Aster possuía um certo pressentimento inexplicável sobre toda aquela situação. E sobre Vinnie também. Desde o primeiro dia em que estava nos Estados Unidos, ela sentiu que tudo em sua vida mudaria, por algum motivo. Essa tinha sido sua ideia no começo de tudo, mas se dar conta de que ela estava certa fazia seu estômago se revirar vez ou outra. Ela apenas esperava que não fosse uma mudança negativa.

Todavia, Aster estava empenhada em sua missão de se tornar uma boa corredora. Claro que ela iria preferir que Vinnie lhe desse algum tipo de planejamento antecipado e olhasse na previsão do tempo para que eles não pegassem nenhum tipo de chuva ou algo do tipo, mas ela estava disposta a colocar seus tênis e sair com o loiro para suas aulas se isso fosse significar que então ela poderia sair por aí sentindo a tão falada adrenalina correndo por suas veias. Se não fosse tudo isso, Aster ficaria mais do que decepcionada. Essa era como uma de suas principais esperanças naquele momento. O sentimento de se sentir estagnada e sem um real propósito para viver era terrível. Doía na alma. Embora Aster preferisse não pensar nisso na maior parte do tempo, esse ainda era algo que ela não tinha resolvido por completo.

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