Capítulo 06.

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CAPÍTULO 06 —
Hierarquia social.

Com o tempo, as coisas iam entrando em eixo

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Com o tempo, as coisas iam entrando em eixo. Assumindo seus devidos lugares e se tornando parte do cotidiano.

Os uivos de Nietzsche todas as manhãs exatamente no mesmo horário deixavam de ser um incômodo para se tornar um lembrete de que ela estava em casa e que mais um dia tinha amanhecido, a trilha sonora que saia do quarto de Jace não parecia mais tão alta quanto antes é muito menos irritantes, assim como as músicas que ele ouvia estavam quase entrando para a playlist de Aster também, a presença de Peyton deitada em sua cama para que elas fizessem absolutamente nada uma na companhia da outra era rotineiro e fazia com que ela se sentisse importante numa amizade verdadeira. As mensagens de Cathe deixavam de ser um peso em seu peito também, para ser apenas algo menos recorrente e de fácil resolução. E então, o clima americano já não era mais estranho e nem um pouco familiar, e sim totalmente o contrário disso. Com o tempo, Aster Moreau foi capaz de se acostumar com sua nova vida. Se adaptar e, principalmente, gostar dela além do que acreditou que faria. E com o tempo, ela descobriu que tinha tudo para ser uma ótima corredora. Que tinha tudo para se adequar a realidade que talvez estivesse em seu sangue.

Com o tempo, a incerteza acerca de sua decisão já não existia mais. A cada dia que passava, Aster tinha mais certeza de que havia feito a escolha certa, desde o momento em que resolveu sair da França para ir para os Estados Unidos.

Com o tempo, dois meses de Aster em outro país vivendo com seu pai e a família dele se completaram. Surpreendentemente, passou mais rápido do que ela imaginou, e também tinha sido uma experiência melhor do que Aster acreditou que seria. Por um lado, isso era bom, reconfortante de algum jeito, porque significava que as coisas estavam indo bem e que os dias não estavam sendo vividos em looping, mas por outro, também significava que talvez seu tempo de estadia na quente e interessante Califórnia estivesse perto de chegar ao fim. A pior parte de tudo isso seria conversar com sua mãe sobre toda a coisa de estar dando certo, definitivamente, e ela tinha noção disso mais do que gostaria de admitir. Convencer Catherine Moreau sobre qualquer coisa nunca foi uma tarefa fácil, afinal, e Aster não tinha dúvidas de que dessa vez não seria diferente. Principalmente porque falar que as coisas com seu tão odiado pai estavam dando certo estava longe de ser o que sua mãe queria escutar.

Los Angeles com certeza não chegava nem perto do que Aster tinha imaginado, mas a ideia de ir embora e não concluir nem metade do que estava surgindo em sua mente a cada dia que se passava era um pouco desesperadora. Perder a liberdade que ela tinha lá para voltar para a França e então viver sob as regras de Cathe novamente conseguia ser ainda mais desesperador também, para falar a verdade. Além disso, Aster sabia que sua mãe não perderia tempo antes de fazer sua matrícula em uma boa universidade que ela sequer estava pronta para fazer. Havia outras coisas com que a Moreau queria se ocupar antes de se dedicar cem por cento ao seu futuro — uma graduação era só a porta de entrada para o resto de uma vida dedicada ao trabalho e não era nem isso o que Aster estava procurando fazer no momento. Entretanto, Cathe não concordava nem um pouco com sua filha, só para não perder o costume.

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