fourth chapter

51 10 8
                                    

— Que tal se a gente falar o nape um do outro? — Perguntou o garoto ao lado de Chishiya, se apresentando como Ippei.

— Se você quiser vencer esse jogo, observe seus adversários, observe os movimentos deles e até mesmo as falas, esse jogo exige confiança, você precisa ter certeza de que a pessoa está sendo fiel a você, se não a qualquer momento vc pode estar morto, como tem tanta certeza que eu não sou o Valete de Copas? Ou até mesmo ela? — Chishiya pergunta para Ippei apontando para mim deixando o garoto um pouco assustado.

— Idiota. — Sussurei para Chishiya que sorriu. — Sabe Ippei, todos aqui aparentemente tem alguém que pode confiar, aqueles dois ali no canto, acabaram de começar a conversar e vão se dar bem, aqueles casal que acabou de chegar, sabe o que eles estavam fazendo antes do jogo começar? Ele está mantendo ela presa a ele, fazendo com que ela se sinta segura, assim fazendo ele ter uma pessoa que seja fiel a ele. Toma cuidado com quem você confia.

Assim que eu acabo de falar vem uma garota na nossa direção sendo acompanhada por um grupo de pessoa, a garota parou na minha frente com as mais atrás do corpo sorrindo simpática.

— Vocês não querem se juntar a nós? Vamos nos ajudar...

Tem alguma coisa de estranho com essa garota, simpática demais, sorridente demais, expressiva demais, carinhosa demais, ela com toda certeza pretende matar todas essas pessoas próximas a ela.

— Eu acho que...

— É claro, nos juntaremos a vocês, vamos nos ajudar. — Chishiya falou por cima se aproximando mais ainda e fazendo a garota sorrir "tímida".

Chishiya sorriu também e a garota saiu andando, só pode estar de sacanagem comigo. Olho para o garoto que estava atrás de mim e ele sorria me encarando, mas logo fez uma cara confusa e eu apenas sai andando revirando os olhos. Estou morrendo de fome.

Quebra de tempo.

Eu gosto muito de comer, e aqui tem bastante coisa gostosa, peguei um pacote de biscoito e uma caixinha de suco, me sento e como pensando nos jogadores e no Valete, eu estava sozinha, ainda não tinha ninguém aqui, até aparecer um homem alto, com suas mãos no bolso, terno e um olhar caído, um sorriso pequeno e andando devagar até minha direção.

— Você é namorada daquele loiro? — Ele pergunta olhando para baixo.

— Não. — Preciso ter o mínimo de contato possível com essas pessoas.

— Você tem um palpite de quem seja o Valete de Copas? Eu tenho dois.

— Ainda não, eu não consigo pensar direito quando eu estou com fome. — Falo comendo mais um biscoito.

O homem sorriu me encarando e vejo Chishiya entrando no cômodo acompanhado de Ippei, o rapaz com o terno logo saiu do lugar e Chishiya sentou do meu lado.

— O que ele queria? — Ele pergunta sério olhando para frente.

— Nada, o que a boneca queria? — Me refiro a garota esquisita e Chishiya apenas me encara. — Ele achou que eu tinha algum palpite sobre o Valete.

— E você tem?

— Quando eu terminar de comer eu penso.

De canto de olho vejo Chishiya sorrir abaixando a cabeça, até então ficamos apenas em silêncio, enquanto ippei fazia trilhões de observações e perguntas diferentes. Nunca vi uma pessoa ser tão ligada. O tempo foi passando e eu estava pensando na garota esquisita, ela parece ser uma criança que mata por diversão, o tipo que esfaqueia enquanto ri igual uma maluca, ela poderia ser o Valete com muita facilidade, mas nem sempre o mais provável é o culpado.

— Está saindo fumaça da sua cabeça, gatinha. — Chishiya estava com sua cabeça apoiada na sua mão virado para mim, me encarava por alguns segundos mas eu ignorei.

— Acho que a boneca esquisita pode ser o Valete, não acha?

Ele suspirou ajeitando sua postura e olhando para seus próprios pés.

— Não estou pensando muito nisso agora, esse jogo não vai começar ate que alguém morra, então só vou começar a pensar no meio.

Ele falava ainda olhando para os próprios pés, até que escutamos um barulho, indicando que devemos entrar nas nossas celas. Respiro fundo e me levando junto com Ippei e Chishiya.

— Ei, vem cá. — O loiro me virou de costas e colocou meu cabelo para o lado tocando levemente na minha nuca, me fazendo arrepiar. — Espadas. — Ele sussurrou próximo do meu ouvido, sabendo o efeito que esse ato causaria, depois sorrindo.

Filho da puta.

Quebra de tempo.

Entramos nas celas e as portas se fecharam com força, eu respiro fundo novamente e falo meu nape, depois de alguns segundos não escuto nada, e as portas se abrem. Saiu da cela e Chishiya sai da cela do lado, olho para ele e o garoto sorri para mim, vou até ele e Ippei sai também sorrindo.

— Isso vai ser muito fácil! — O garoto falou esperançoso.

— Não se engane, quanto mais o tempo passa as pessoas vão ficar mais nervosas e enlouquecer. — Chishiya falou arrancando o sorriso do rosto de Ippei.

— Você é mau, Shuntaro. — Comento andando e sendo acompanhada pelos dois garotos.

𝐎𝐓𝐇𝐄𝐑 𝐇𝐀𝐋𝐅 - 𝘊𝘩𝘪𝘴𝘩𝘪𝘺𝘢 𝘚𝘩𝘶𝘯𝘵𝘢𝘳𝘰Onde histórias criam vida. Descubra agora