Cíumes

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Paraná deveria estar muito, MUITO cansado na noite anterior, por que só assim para ter adormecido nos braços do gaúcho. Agora em plena luz da manhã ele já começava a sentir uma vontade absurda de se levantar e sair daquela situação, e era exatamente o que iria fazer, mas assim que o moreno impulsionou o corpo para frente o par de braços que o envolviam fecharam o abraço.

- Já quer fugir piá...

- Bom... Bom dia Sul, eu só ia no banheiro... Juro.

Rio Grande do Sul tirou a força dos braços e libertou o moreno, ele assistiu enquanto o outro corria para o banheiro e por algum motivo começava a escovar os dentes. Era uma cena tão simples, tão cotidiana, mas aquilo deixou o gaúcho com uma sensação de frio na barriga, ele logo se levantou e apoiou no batente da porta.

- Tu vai querer conversar sobre isso quando?

- Sobre o que? – O moreno respondia com a boca ocupada por escova e pasta.

- Sobre o tempo de certo! – O gaúcho apenas viu o outro dando um olhar mortal de canto de olho – Não sei se notou, mas a gente acabou de sair da mesma cama, que inclusive foi onde a gente dormiu e inclusive eu estou vestindo uma roupa que é sua, até a cueca, então acho que é sobre isso.

- Eu entendi Sul! – Paraná bateu com as duas mãos na pia e o loiro podia ver pelo reflexo do espelho que estava de olhos fechados – Eu só acho que não tem nada pra conversar...

Rio Grande do Sul se aproximou e abraçou o menor apoiando o queixo no pescoço dele, mesmo que não estivesse visível o moreno sentiu o leve espetar da barba que começava a crescer, o paranaense odiava muito essa sensação e não entendeu por que o corpo se arrepiou.

- Não sei de onde tu tirou isso, mas quando tu me chama de "Sul" eu juro que vou enlouquecer – O maior começou a deferir beijos leves no pescoço exposto – É isso mesmo que tu quer paix... – Ele dizia sem tirar a boca da pele alvo, mas foi interrompido.

- Pode voltar a me chamar de Paraná por favor! Eu quero... Eu acho que eu quero – O moreno rodou no próprio eixo ficando de frente para o gaúcho – Eu só não estou acostumado a ficar no mesmo ambiente que você... – O loiro levantou uma sobrancelha – ... sem a gente estar brigando.

- A gente pode brigar se você quiser – O sorriso que o maior exibia nos lábios fazia o paranaense pensar que eles não estavam falando do mesmo tipo de briga.

- Eu te odeio tanto – A voz saiu carregada, um sinal que nem o Paraná acreditava nas próprias palavras.

- Te odeio desse mesmo jeitinho também – Quando terminou de falar o maior deu um selinho de leve nos lábios do moreno.

Enquanto o loiro saia do banheiro e deixava o paranaense sozinho o segundo se perguntava se ele também conseguia ouvir as batidas do próprio coração.

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Os dois se aprontaram rápido, como hoje não tinha tanto o que preparar eles não precisaram acordar antes do sol. Paraná estava colocando as roupas encharcadas de ambos para lavar e secar. Agora ele precisava tomar a frente, precisava avisar o gaúcho que ele iria com o próprio carro, que não queria ficar sendo levado para lá e para cá, e iria dizer isso de um jeito confiante, já estava cansado de agir como um ratinho assustado.

- Paraná? – O loiro apontou na porta, ele segurava a pequena capivara no colo – Ela vai ficar sozinha aqui? Não quer levar ela?

- Não, tem muita gente, muito barulho, muito cheiro, ela pode ficar estressada – Ele encarou Naná que diferente do dono parecia não conhecer o significado da palavra "estresse".

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