Capítulo 1 - Ondas de Calor

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A porta do carro bate e as sandálias douradas caminham sobre a estrada de cascalhos. A barra do vestido balança conforme ela anda ao lado da plantação de girassóis; o brilho das flores se confundem com os cabelos ondulados da jovem.

Às suas costas, uma voz masculina chama:

— Helena.

Ela se vira para trás quando o homem de camisa social tranca o carro e vem ao seu alcance. O pouco da brisa que chega aos campos faz com que os pêlos dos braços de Helena se arrepiem.

— Fiquei meio sem jeito de perguntar antes, mas você poderia passar um pouco do seu horário hoje?

— Por quê? — Ela afasta os fios loiros dos olhos claros ao perguntar. — Aconteceu algo?

— Tivemos um problema com as flores. — Ele aperta os lábios e franze o cenho. — Você vai ver, de qualquer forma.

Ela concorda e cruza a lateral cercada de um longo campo florido. Além do pequeno portão, uma mulher de uniforme azulado se encontra parada.

— Bom dia. — A funcionária abre caminho para que Helena adentre o campo.

— Bom dia, Luiza.

— Pode começar. Logo, eu te alcanço.

Helena adentra os caminhos de terra seca e deixa para trás dois galpões cheios de cilindros, painéis de controle apinhados de botões e funcionários correndo de um lado ao outro.

Além dessa pequena fábrica, há dois prédios administrativos de três andares que completam o conhecido Complexo Santa Martha.

A luz da manhã se ergue no horizonte acima das copas das árvores que cercam o complexo, ao mesmo instante, as flores se viram na direção da luz.

Os girassóis cobrem a cabeça de todos que trabalham entre eles. E é ali, escondida, entre os caules grossos e verde esmeralda, onde encontramos nossa heroína.

O calor faz com que as sardas em seu rosto se tornem mais evidentes e o ligeiro formigamento surge nas pontas de seus dedos

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O calor faz com que as sardas em seu rosto se tornem mais evidentes e o ligeiro formigamento surge nas pontas de seus dedos.

Helena toca nos caules das flores que estremecem e despertam de um sono profundo. Ela olha de esguelha sobre o ombro e os girassóis que ficam para trás se alongam para cima.

Novos brotos surgem, novas folhas se abrem e os sóis florais mais maduros deixam claro seu tom dourado ouro.

Sem mencionar, os minigirassóis que se alastram pelo vestido dela como uma espécie de teia de aranha; eles deslizam pelos seus braços e permanecem parados sobre os ombros.

A cada pegada que ela deixa sobre a terra seca, pequenos girassóis se materializam feito cogumelos mágicos.

Por minutos, ela continua vagando num interminável campo de milhares de quilômetros. As flores sempre abrindo espaço e pendendo para o lado com a proximidade daquele corpo mágico passando entre elas.

Mulheres Plantas Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora