Colônia verde limão

4. O sonho -Elena-

A gente não morreu, conseguimos passar pelo casulo e realmente ela estava certa. Passamos o resto da noite conversando e ela conseguiu se render a me contar um pouco mais da sua vida, ela é legal, pelomenos até agora.

-Ei Elena, está com sono? -ela me tira dos meus pensamentos, estava realmente quase cochilando.

-Acho que sim

-Vou ajeitar um lugar pra você dormir, acontece que só tenho uma cama porque a outra quebrou se me der um minutinho consigo arrumar ela tudo bem? -ela se levanta e se aproxima

-Tudo bem sim, eu espero. -me viro e fico observando ela abrir uma porta e de lá sair duas camas pequenas, uma especie de beliche, ela parafusa uma pequena madeira na parte de baixo da cama e tira dois panos que devem ser a coberta de uma gaveta.

-Pronto você pode dormir encima. -ela me entrega o pano e me ajuda a levantar, me deito e espero ela apagar as luzes ficando só os painéis acesos

Pego no sono fácil mas alguma coisa aparece do meu lado abro os olhos e estou em casa penso que tudo isso foi só um delírio, chamo por Leonor mas ela não me responde.

-Elena você está bem? ouvi você resmungar algumas coisas. - Era minha mãe. Eu não sei o que responder e a primeira coisa que faço é perguntar que dia era.

-Como assim que dia é? hoje é hoje. -sua expressão muda completamente e ela fica brava e larga da minha mão, seu rosto começa a se deteriorar, consigo ver sua pele borbulhar e derreter

-Você não é minha mãe aonde estou? o que você quer comigo? -eu pergunto apavorada mas não consigo me mexer da cama meu peito dói por tentar respirar

-Agora você vai aprender a não fazer perguntas de mais.

Ela pega uma faca na cabeceira da cama e sobe encima de mim me apunhalando várias vezes o peito e eu o sinto arder mas não consigo fazer ela parar, onde caralhos eu estou. Quando ela tenta cortar o meu pescoço eu acordo num pulo , Elora se assusta e acaba caindo da cama.

-Menina tá tudo bem?? você está chovendo nos olhos de novo. -Ela pega na minha mão e me olha apavorada também -porque você sempre chove tanto?

eu não consigo explicar só sei chorar e chorar, foi tudo um sonho eu não quero nem pensar em dormir de novo.

-Eu.. tive um pesadelo, estou com medo. -Olho pra ela e nem tento segurar o choro com a voz embargada que mal sai eu te peço -Sera que você pode me dar um abraço?

Ela abre os braços e me espera descer da cama, entro em meio aos seus braços e choro e choro muito, minha cabeça não consegue raciocinar o que aconteceu não sei digerir tanta informação. Eu não vou mesmo conseguir dormir.

Eu sempre tenho sonhos turbulentos assim, quando acontece coisas novas ou eu estou muito ansiosa.

-Você.. quer beber alguma coisa? falar alguma coisa? sei lá fazer alguma coisa? -Ela se afasta um pouco pra poder me olhar nos olhos, eu apenas balanço a cabeça como resposta. -Ah é.. quer se sentar?

Me sento na cama dela e ela se senta ao meu lado, estou me tremendo e enfim consigo dizer alguma coisa.

-Posso dormir com você essa noite?

seu rosto fica mais azul que o normal e ela concorda com a cabeça, se afunda no cantinho da cama e deixa o resto do espaço pra mim.

-Vou ficar te olhando até você pegar no sono pra te proteger.