POV MÁRCIA
- Eu ainda não entendo o por que de eu ter que ir.- Bruna faz uma cara emburrada enquanto brinca com a alça da xícara de café.
- Você vai porque pode apagar todo mundo se precisar.- Inês fala em seguida com firmeza.
Bruna me olha por alguns segundos e tento não pensar em nada, reparo na curva da sua boca enquanto faz uma cara amarrada, olhando sua boca me lembro do sonho em que tive com ela no dia em que "voltou dos mortos". Droga...vejo um sorriso de canto enquanto me olha, olho para Inês e a mesmo está com o cenho franzido me olhando.
- Então fala que precisa de mim lacoste.- Bruna fala enquanto me olha, tento manter meus pensamentos livre de qualquer coisa que possa me complicar agora.
- Você vai e não tem outra opção.- Inês se levanta e vai para a pia lavar a xícara que usava.
Penso se ela está brava comigo, pela traição dos meus pensamentos, Bruna não me olhava mas pelo seu semblante provocador, sei que está lendo meus pensamentos também.
- Que clima é esse? - Bruna fala sem nenhum filtro.Droga odeio ela.
- Qual a finalidade desse jantar afinal? - Falo tentando mudar o suposto clima pesado.
Inês continua na pia enquanto Bruna me olha dos pés a cabeça, sinto meu rosto corar e assim que Bruna nota meu desconforto ela desvia seu olhar de mim.
- Essa vila já perdeu gente demais, temos apenas uma chance para resolver tudo isso sem machucar mais ninguém.- Bruna encara Inês com uma expressão de surpresa.
- Acha mesmo que elas não vão tentar matar a gente?- Bruna fala enquanto Inês revira os olhos.
- Por isso que você vai, você é a única que consegue derrubar todo mundo.- Inês fala em um tom mais baixo sem dar o braço a torcer para Bruna.
Bruna abre um sorriso vitorioso se levantando da cadeira e cruza os braços enquanto me olha. Desvio o olhar do seu e vou ao lado de Inês.
- Você leva Márcia...preciso chegar sozinha e sei que você pode proteger ela.- Eu e Bruna somos surpreendidas pelas palavras de Inês.- Mas se você encostar um dedo nela...sua morte vai ser dolorosa.
- Que isso...me ameaçando assim na frente da sua namorada? Que falta de educação lagartixa.- Inês a encara após suas palavras.- Vou me comportar.
Meus pensamentos estão confusos, pela primeira vez sinto medo do que pode acontecer nesse jantar e que possa machucar mais pessoas se tudo der errado, espero que Inês tenha algum plano melhor do que só conversar ou provavelmente não sairemos vivas de lá.
- Confia em mim, vai ficar tudo bem.- Inês fala em meu ouvido e em seguida deixa um beijo leve em meu rosto.
- Então tá bom, passo te pegar sete e meia, usa aquela lingerie vermelha pra mim.- Bruna pisca sorrindo e antes que Inês possa repreender sua fala, Bruna some.
- Não deixa ela te irritar, precisamos nos concentrar nesse jantar, tá bom?- Falo enquanto beijo seus lábios lentamente.
- Porque estava pensando naquele sonho?- Inês interrompe o beijo e me pega de surpresa com a pergunta.
- Não foi por querer...eu...não sei, não controlei, só veio na minha cabeça. - Inês me olha com expressão seria.- Não significa nada pra mim, eu amo você.
Inês acaricia meu rosto enquanto olha nos meus olhos, deixa um beijo em minha testa e outro em meus lábios.
- Eu também amo você.- Suas palavras saem em um sussurro.- Não vejo a hora de te ver naquele vestido de novo. Preciso ir.
Fecho meus olhos em um beijo rápido e quando abro novamente Inês não está mais no cômodo, ouço meu celular tocar e vou até a sala buscar.
- Oi vagabunda.- Ouço a voz de Manoela, já me trazendo uma repulsa instantânea. - Presta bem atenção no que eu vou falar, se você tiver o mínimo de apego pela pirralha você vai fazer o que mandar ou serviremos ela no jantar.
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N.A
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