CAPÍTULO 2 A GRINGA QUE TENTAVA SAMBAR

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Uma garota caminhava nervosamente por um corredor. A garota tinha a pele clara, longos cabelos negros, que estavam soltos e na frente de sua face, uma franja quase cobria seus olhos azuis. A garota era dona de um rosto bonito, que possuía uma pinta do lado esquerdo, logo acima da boca, mas não era só seu rosto que chamava a atenção, pois seu corpo era bem definido, fazendo-a se passar por uma mulher adulta facilmente. Suas curvas eram notadas por causa de suas roupas; calça jeans azul-escura, muito apertada, um top azul-escuro, deixando seu abdome malhado à mostra e ela estava calçando botas pretas com os canos altos por cima da calça, quase chegando aos joelhos. Ela tentava se proteger do frio que estava fazendo no corredor, cruzando os braços na frente do corpo, mas era inútil, pois o local era muito frio, o que a fazia torcer para que seu objetivo fosse um lugar quente e agradável.

A garota de olhos azuis, fitava o corredor, que não possuía janelas, apenas portas de madeira clara, separadas uma da outra por alguns metros, sempre com uma outra porta na frente e todas possuíam maçanetas cromadas. Ela ficou aliviada por notar os números pretos garrafais nos centros das portas, pois o corredor estava vazio e ela não queria sair batendo em cada porta até encontrar a do seu destino, pois era sua primeira vez naquele lugar. A garota olhava em volta, ainda muito nervosa, o que a fez reparar nos detalhes do corredor, como as paredes bege, cheias de cartazes, adesivos e painéis, de várias cores e tamanhos, todos dispostos aleatoriamente, o que deixava as paredes bem coloridas. O piso gelado era de mármore claro e a garota notou que ele estava precisando de uma limpeza, pois tinha alguns papeis espalhados por ele e se podia notar que tinha poeira, pois suas botas deslizavam um pouco como se tivesse areia no chão, o que só deixava mais difícil sua caminhada nervosa. A iluminação artificial, feita por luminárias compridas, sendo suas luzes em um tom amarelado para deixar o lugar mais aconchegante, não funcionava muito bem por causa do frio, assim, elas só serviam apenas para sua função inicial. A garota pensou que alguém deveria colocar alguma espécie de aquecedor no corredor, pois o lugar parecia ser bem rico e organizado.

Depois que pegou um celular rosa que estava no bolso da calça jeans, a garota verificou alguma coisa antes de parar na frente de uma porta com o número 37. Ela se preparou para bater à porta, mas parecia não ter coragem, ficou olhado algumas mensagens no celular e só depois de o guardar e respirar fundo voltou a posição de bater à porta. Finalmente bateu, de uma forma apressada.

— Entra! — mandou alguém com voz feminina, porém autoritária. — A porta está aberta. Você deveria parar de ficar chegando tão tarde antes do dia das provas.

Depois de respirar fundo, a garota entrou, quase gemendo ao tocar na maçaneta cromada da porta, que parecia de gelo por causa do frio. Ela fechou a porta com cuidado para não a bater e incomodar sua anfitriã, depois ela começou a reparar no quarto, como nas paredes bege e no tapete, que parecia ser bege-escuro, quase verde-escuro, pensou ela. Até no cheiro estranho do quarto ela reparou, mesmo assim, ela agradeceu pelo lugar ser muito mais quente que o corredor, a coitada pensou até em beijar o termóstato. Ela fitou a iluminação artificial do centro do teto, que fazia muito bem seu papel, mas não só de iluminar, pois ali a cor amarelada funcionava, deixando o lugar mais aconchegante. Por mais bizarro que fosse seu devaneio sobre o termostato, ela não sorriu, continuou a reparar no quarto, pensando se aquele tapete que revestia todo o piso era quentinho, e pelo jeito macio dele, talvez fosse, pois ela podia notar, mesmo com suas botas. De frente para porta, a garota de cabelos pretos viu uma cama de solteiro, que ficava no canto entre a parede da esquerda e a em paralelo a da porta, com sua cabeceira encostada a em paralelo. O design da cama era antigo, de madeira escura, com a cabeceira com o topo redondo e as pernas dela eram curvadas. Ao reparar na organização da coberta bege-clara da cama e no travesseiro com sua fronha na mesma cor para combinar, a garota já tinha uma ideia de quem era o dono daquela cama, pois havia mais de uma cama no quarto, só que a outra ficava encostada na parede da direita, porém, ela estava com a coberta bagunçada e o travesseiro jogado em um canto, e eles possuíam a mesma cor das da outra cama. Ela viu a janela que separava as camas, umas das coisas mais modernas naquele quarto, pois ela era de metal cromado. A garota agradeceu pela janela está fechada, mesmo com suas cortinas bege abertas, revelando o que seria uma noite agradável com lua cheia, se a garota tivesse roupas apropriadas para o frio. Foi neste momento que ela reparou que o quarto parecia se divido no meio, pois o lado da cama bagunçada era cheio de pôsteres mal colados nas paredes de forma aleatória. Eles eram de bandas de rock, pop e alguns eram de filmes, e todos sempre enfatizavam homens sem camisas. O contraste era muito grande entre o lado esquerdo e o direito do quarto, o que fez a garota ter certeza de quem pertencia a cama da esquerda. Logo abaixo da janela, havia uma cômoda antiga, seguindo o design das camas; com suas pernas curvadas e seus puxadores de ferro pintado de preto. Sobre a cômoda tinham várias roupas intimas femininas de várias cores e, entre elas, uma tigela branca, do que parecia ter sido servido cereal a alguém, mas pelo jeito foi logo cedo ou há alguns dias, o que fez a garota pensar em como a pessoa que dormia do lado esquerdo aguentava seu companheiro de quarto. Ao olhar para a cama bagunçada, a garota foi a seguindo com os olhos até chegar em dois roupeiros altos com uma única porta cada, que ficavam logo ao lado da cama da direita. Os roupeiros eram antigos, também de madeira escura e possuíam um espelho em suas portas, o que fez a garota ver seu reflexo, ficando desapontada ao notar como estava abatida e como suas roupas eram ridículas. Os espelhos dos roupeiros eram cheios de adesivos, o mais próximo a cama tinha vários de homens sem camisas, enquanto o do lado tinha apenas de silhuetas de borboletas roxas, azuis e rosas, mas o que chamava a atenção era que eles eram postados de forma organizada, combinando tamanho, posição e cor. Finalmente ela chegou no que queria; era uma escrivaninha encostada na parede em que ficava a porta do quarto. A escrivaninha também era antiga, com pernas curvadas e sem gavetas, sobre ela tinha algumas coisas modernas; um laptop preto fechado e uma luminária pelicano desligada, também preta, mas não era só o que havia sobre ela, pois haviam livros grossos fechados e abertos, formando pilhas. Próximo a escrivaninha tinha uma cadeira preta de escritório com rodinhas, que mesmo sendo mais moderna que a escrivaninha, estava claro que era desconfortável, pois seu encosto era baixo e pelo jeito que a pessoa que a ocupava se mexia, pessoa que era o motivo da presença da garota de olhos azuis no quarto.

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⏰ Última atualização: May 19, 2023 ⏰

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