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E lá estava eu novamente, exausta e suada em frente ao computador.
Havia sido um orgasmo satisfatório, mas não havia sido "uau".

Cupcakes continuava falando e encerrando todo aquele seu showzinho profano na tela, o qual ela fazia toda semana as quartas-feiras. Esse showzinho, por sinal, era algo que eu e mais de mil pessoas pagávamos para ver.

Eu ainda achava a ideia de ficar se mostrando seminua e se masturbando ao vivo para as pessoas verem e pagarem ela para isso muito absurda, mas a mesma com certeza ganhava 'pra caralho com essas lives, e acho que ninguém iria parar assim que o dinheiro caísse na sua conta — eu pelo menos não pararia. E também, ela usa uma máscara em todas as lives, o que explica porque ela não deve sentir vergonha de fazer tudo isso.

E, enquanto ela estivesse fazendo esse tipo de conteúdo, eu com certeza iria ver.

Comecei a me limpar e desliguei o computador.

Tinha que ir treinar, a próxima competição seria mês que vêm, e eu precisava estar pronta para acabar com a Sevika no rinque.

Assim que tomei um banho e coloquei uma roupa descente para sair, escutei a campainha tocar. Atravessei a sala e abri a porta.

— Estava na minha caixa de correio de novo. — riu a mulher dos cabelos escuros de olhos azuis claros, me estendendo uma caixa muito bem lacrada.

Soltei uma risada nasal, tomando o pacote para mim.

Caitlyn Kiramman não era ninguém mais e ninguém menos que minha vizinha.

Diferente de mim, ela conseguiu estar naquele condomínio caro porque, além de ser oficial da polícia, nasceu numa família de políticos, e não porque teve que lutar na vida. Claro que, de primeira, eu pensei que ela fosse um pouco mimada por causa disso, mas me enganei.

Caitlyn na verdade era uma pessoa muito legal, e nós nos encontrávamos na academia do condomínio com uma boa frequência.

Além de é claro minhas correspondências acabarem sempre caindo na caixa dela — comecei a achar que, quem quer que estivesse fazendo isso, estava fazendo de propósito.

— Obrigada, senhorita Kiramman. — agradeço, colocando a caixa na mesa mais próxima da porta.

— Eu já te disse que não precisa de tanta formalidade, você pode me chamar só de Caitlyn. — a mesma me interrompeu.

— Vou me lembrar disso da próxima vez.

— Está de saída?

— Vou na academia treinar, você vêm?

— Hoje não. — disse a mesma, abrindo a porta de sua casa. — Estou cansada agora, só saí para pegar minha correspondência.

— Entendo. — saí de casa, e tranquei a porta. — Então, acho que vou indo. Boa tarde, Caitlyn.

— Boa tarde para você também, e não se canse!

Assenti com a cabeça, indo até o elevador. Não tinha motivo para fazer um treino duro e ficar exausta no fim de tudo, afinal, eu ainda iria jantar na casa do meu pai hoje.

~~~

— A final vai ser amanhã, não é? — questionou meu pai, Vander, enquanto me passava o prato de arroz.

Assenti com a cabeça que sim.

Minhas semanas tendiam a ser bastante corridas, então, era sempre muito bom estar na minha casa. Sentido o cheiro gostoso da comida caseira do meu pai Vander, e sentada à mesa ao lado dele, minha irmã Powder — também conhecida como Jinx — e do segundo marido dele, Silco.

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