Vigésimo Quinto Capítulo

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– O que vocês estavam pensando? Isso é absolutamente inacreditável! - Macarena grita com a equipe ao entrar no galpão sem qualquer constrangimento ou culpa.

Ela está farta de gritar com seus colegas de equipe em alguma operação.

Macarena estava com as duas palmas na cabeça ao se aproximar da cena e se deparar com o corpo de Zayed morto no chão.

– Macarena, se acalme e nós vamos falar sobre isso - Diz Fábio.

– Não! Não vou me acalmar. Você sabe o que fez? Você sabe que isso torna meu trabalho completamente impossível se você-

– Isso obviamente nunca deveria acontecer - Pronuncia Alicia tentando evitar olhar a cena do local.

– Nunca deveria haver armas envolvidas, mas Zayed começou a atirar em nossa equipe e imediatamente tivemos que nos proteger - Fabio argumenta e todos começam a falar ao mesmo tempo.

Logo o hangar virou um murmúrio de vozes, mas todos eles foram interrompidos por uma voz diferente dos demais, a que destacava entre as outras.

– É como dizem, onde há fumaça, há fogo... Mas nesse caso é onde há armas, há disparos.

A voz de Zulema ecoa pelo hangar enquanto seus passos também eram ouvidos na medida que ela se aproximava de todos.

Uma sensação de surpresa e de medo invadiu o local ao mesmo tempo. Zulema era uma caixinha de surpresas, não sabia se ela tinha uma granada nas mãos e jogaria neles, talvez?

– Onde há Zahir, há morte.

Por fim, Zulema finaliza sua fala parando de andar com as mãos nos bolsos do moletom.

– Fique onde você está e mostre as mãos! - Grita Fábio.

De jeito nenhum, pensa Zulema.

Em um milissegundo, sua mão encontrou um aperto constante e ela a puxou para fora da cintura de seu jeans, antes de apontar para enfrentar o grupo de pessoas que vieram com o único propósito de arruinar sua vida.

Alicia automaticamente puxou sua arma também, já que Zulema estava com uma apontada em sua direção.

– E agora o que fazemos? Contamos, um, dois, três e todos nós matamos? - Alicia diz com os olhos em Zulema.

Macarena vê isso acontecendo em câmera lenta. Ela viu Zulema pegando sua arma e viu como todos os policiais se concentram imediatamente em Zulema, o único objeto em movimento e ameaçador neste hangar.

– Não! - Macarena grita, a única que não havia apontado e retirado arma alguma.

– Largue sua arma!

Soa de lados diferentes, enquanto os policiais coletivamente apontam suas armas para Zulema. Vários pontos verdes aparecem ao redor da área do peito dela, já que toda a equipe aponta para a morena.

– Zulema!

O grito aterrorizante de Macarena faz com que a morena olhe para ela por um breve momento. Seus olhos se encontram e, embora haja apenas confusão na Zulema, há tanta culpa na de Macarena.

Zulema retorna o olhar a Alicia que está na sua frente, ela lentamente se ajoelha ainda com a arma nas mãos e acaba com o rosto no chão no meio do hangar, com policiais ao redor ainda apontando para ela.

Zulema coloca sua arma no chão e a joga para frente, ela bateu na bota de Alicia que a amparou com o pé e abaixou a própria arma.

– Inspetora - Fábio chamou Alicia e ela pareceu voltar à realidade.

Agora que a arma está fora de suas mãos, Alicia vai em direção a Zulema junto a um policial, enquanto os outros mantêm suas armas miradas nela por segurança.

– Zulema Zahir, você está presa por lidar com contrabando... - O policial diz ao colocar as algemas nas mãos de Zulema.

– Cuide de Macarena, Alicia - Zulema diz sob o som de metal clicando ao redor de seus pulsos que ecoa através do hangar vazio - Por favor...

– ...Sob o qual a importação e posse de armas de fogo ilegais e o tráfico, posse e comércio de drogas ilegais.

– Cuidate - Zulema diz enquanto Alicia balança a cabeça concordando.

– A posse de criptomoeda roubada, o roubo de...

Enquanto o policial continuava falando, Macarena se aproxima em meio às lágrimas e fica à frente de Zulema.

Ya no estás sola.

Os olhos de Macarena encontram os de Zulema e o olhar neles diz a ela tudo o que ela precisa saber.

Te quiero - Zulema finalmente diz para Macarena.

Dois policiais ficam de cada lado da morena e cada um enrola uma mão no braço de Zulema, antes de guiá-la em direção à saída.

Macarena quer segui-la; ela realmente consegue dar alguns passos até caminhar ao lado de Zulema, mas depois é empurrada para trás por um dos oficiais restantes, e é segurada por Alicia.

– Não! - Macarena eleva o tom de voz.

O tom de sua voz faz Zulema olhar em volta para trás mais uma vez.

Não há ódio nos olhos dela, nem tristeza. Há apenas um leve sorriso em seus lábios.

Ela está sendo impedida de se mover em direção a Zulema por Alicia agora, porque o desespero a tornou mais forte do que nunca.

– Não! Zulema!

A morena está apenas sendo guiada pela porta de metal da entrada e Macarena está sofrendo nos braços de Alicia.

Todo o corpo dela da cabeça aos pés está com dor e Zulema já desapareceu fora de vista.

Para sempre.

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