capítulo 01

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A morte do Rei Viserys Targaryen não poderia ter ocorrido em pior momento para o ômega Príncipe Lucerys Velaryon. O dia já seria interminável e extenuante, mas a notícia entregue pessoalmente pela Mão do Rei Otto Hightower exacerbou a dificuldade que Luke estava passando naquele dia.

Pois Luke estava no cio e já fazia alguns dias.

Apenas recentemente o ômega começou a florescer, mas cada alfa na ilha de Dragonstone estava ciente de seu estado atual. Feromônios tingidos com mel flutuavam por todo o castelo, permeando o ar salgado com cheiro de fumaça e enxofre. Os betas presentes na ilha sabiam que deveriam proteger o príncipe ômega dos alfas que desejavam deflorá-lo. Quanto aos alfas, um específico estava ganhando tempo, andando na parte inferior da escada que levava ao quarto de Lucerys.

O alfa em questão era o Príncipe Jacaerys Velaryon, que agora era o herdeiro legítimo do Trono de Ferro. Ele havia sido escolhido por sua mãe alfa, Rhaenyra, para buscar Luke. O tempo era essencial, enfatizou ela. Antes que a ordem de sua mãe pudesse ser seguida, Jace teve que controlar sua própria luxúria carnal. Abordar seu irmãozinho com o estado de espírito errado levaria a um acasalamento não sancionado. O dia exigia luto e talvez uma batalha assim que chegassem a Porto Real, não fornicação. Jace nunca havia amaldiçoado silenciosamente os deuses tanto quanto fazia durante aqueles momentos em que trabalhava para se recompor, resistindo ao impulso de coçar as glândulas em seus pulsos. Fazer isso pioraria as coisas, pois os óleos só poderiam deixar seu irmãozinho ainda mais louco de luxúria.

Reunindo sua força, Jace respirou fundo e começou a subir, um degrau de cada vez. O castelo estava turbulento enquanto os servos e guardas de sua mãe se preparavam para viajar para Porto Real, o que não fez nada para aliviar o zumbido em sua cabeça. Antes que pudesse chegar à metade do caminho, Jace parou e virou a cabeça para trás em direção ao pé da escada, pois seu padrasto havia chamado seu nome.

Jace engoliu em seco quando encontrou o olhar intimidador do alfa superior. "Sim, Príncipe Daemon?"

Houve um momento de silêncio, um lembrete claro para Jace de quem tinha mais poder. Daemon se dirigiu a ele, seu tom plano, mas poderoso. "Você o cobrirá com uma capa. Ele nunca esteve no cio antes. A tentação de seduzi-lo e de outros o seduzirem será forte. Além disso, ele cavalgará com você no Vermax."

"Vou cuidar disso, por sua ordem." Jace inclinou a cabeça respeitosamente.

Daemon grunhiu. "Faça o possível. A Rainha gostaria de partir em breve devido à... complicação ... que Otto nos informou. Quando chegar a hora, você ficará longe do perigo. Lucerys deve ser protegida."

Antes que Jace pudesse responder, Daemon foi embora. A "complicação" era algo com o qual sua facção deveria lidar. Que melhor maneira de provar seu valor para sua mãe, a Rainha, do que remover o maior obstáculo no caminho do Trono de Ferro?

Subindo os degraus mais uma vez, Jace começou a inventar maneiras de como ele poderia derrotar Aemond Targaryen na batalha. O louco caolho também era um alfa, alguém que procurava Luke desde que o garoto tirou seu olho. Aemond não suportava ser dominado e não parava de ficar obcecado por Luke desde aquela noite fatídica, anos atrás. Sejam cartas de amor ameaçadoras ou vôos provocativos entre King's Landing e Dragonstone que ele fez com que Luke lesse e visse respectivamente, Aemond deixou claro que não cessaria suas ações até que ele reivindicasse o príncipe não reclamado.

Jace só teria que garantir que isso não acontecesse. Se fosse para a batalha, seja com espadas ou dragão, ele estaria pronto.

Ele ordenou que os membros beta da Guarda Real, Sor Lorent Marbrand e Sor Steffon Darklyn, que estavam guardando a porta de Luke, se afastassem. Eles estavam hesitantes, pois ainda não haviam sido informados do que havia acontecido em King's Landing, mas um olhar ameaçador de Jace e eles se separaram, descendo as escadas com pressa. Jace observou-os partir antes de respirar fundo. Ao fazer isso, ele apenas se lembrou do doce aroma vindo do outro lado da porta. Mal parando de coçar uma glândula, Jace bateu.

Deixe-o assistir, deixe-o rastejarOnde histórias criam vida. Descubra agora