Desastre Natural

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Vagando pelo espaço sem um rumo a tomar está Efestos inconsciente e sozinho nesse universo tão grande. O que pra ele parecia ser apenas poucos minutos desacordado a realidade estava longe de ser essa. Ele ficou desacordado por anos.
Seus olhos finalmente dão um sinal de que Efestos está vivo. Seus olhos se esforçam ao máximo para ficarem abertos, aos poucos ele vê o que o aguarda, o que pra ele é algo novo, totalmente novo. Na escuridão e entre os pontilhados brilhantes que iluminam ou tentam iluminar aquele espaço infinito ele vê uma grande esfera azul e verde com detalhes brancos. Não durou tempo o suficiente para apreciar pois em seguida seus olhos fecharam novamente e continuou assim por um grande momento.

Baía de Ikarus - Terra

Uma cidade povoada onde os grandes prédios preenchem a maioria de sua parte, onde as pessoas vivem a vida da melhor forma que conseguem. Enquanto alguns passeiam felizes com suas famílias, outros procuram abrigos para se protegerem da chuva que molham seu local de descanso, as calçadas de shoppings ou qualquer outra calçada de um grande comércio.
Parecia ser mais um dia normal na bela Baía de Ikarus, tudo estava "aos conformes de Deus" como alguns que moram nessa cidade a tempos diriam. Mas quem diria que isso mudaria em questão de horas após o sol raiar. As pessoas paravam nas calçadas onde passavam pacificamente e se respeitavam. O trânsito parecia essas mesmas pessoas, os carros paravam um atrás do outro. Alguns continuavam em seus carros, outros saiam e ficavam ali entre a porta do motorista aberta com a metade do corpo pra fora olhando o lugar mais improvável de onde aconteceria as desgraças que o mundo reservava para aquela cidade. Do Céu. Lá no céu azul, bem lá no céu algo estava caindo, um rastro de fumaça se formava rapidamente a medida que algo caia e dividia as nuvens. As pessoas começavam a ficarem agitadas. Elas corriam e gritavam que "Um meteoro" estava caindo e que eles precisavam sair dali rapidamente. Não demorou muito para que o tal meteoro se chocasse com o solo da cidade. Um clarão imenso crescia mais e mais e as pessoas não paravam de gritar e a empurrarem uns aos outros até que... Boom . O presente divino chegou.
O meteoro chegou ao solo com toda a sua velocidade e agressividade fazendo com que uma enorme fumaça de poeira se estendesse em uma enorme área da cidade. Graças ao impacto, inúmeras pessoas morreram ali, junto com a velha cidade que juraram que iria mudar suas vidas para melhor. As chamas do meteoro queimou várias pessoas que foram reconhecidas depois que a fumaça se dissipou. Dentre as pessoas queimadas até quase virarem cinzas mas ao ponto de ainda poderem fazer o reconhecimento facial estava várias crianças, idosos e até animais que contemplavam o que lhes foi dado.

Efestos ainda estava vagando pelo espaço, ele estava chegando mais perto do Planeta azul e verde e quando chegou perto a ponto de poder ver todos os detalhes (se ele estivesse consciente) começou a cair cada vez mais rápido. Seu corpo começou a ser atraído para baixo, o seu redor começou a esquentar. A medida que caia num local rodeado de árvores com suas folhas verdes que tornava o local o tanto belo, seus começaram a abrir levemente, seus lábios se separaram e pareceu querer sussurrar algo porém não saiu nada. Seu corpo ainda sendo puxado pela gravidade do planeta finalmente ele encontrou o solo rochoso e empoeirado. Quando finalmente acordou, as árvores quase cobriam aquele céu azul de tão altas que eram. Seu corpo doia, não sabia se for por causa do impacto ou por ele ter ficado tanto tempo sem usar suas musculaturas que ficou apenas a pele e o osso em seu corpo magro e... Grande. Sim. Efestos agora se parecia com um adulto. Seus cabelos estavam bagunçados claramente por causa da aterrissagem nada calculada. Seus olhos estavam fundos e ao redor estava negros, algumas pequenas rugas quase nítidas se formavam embaixo das olheiras e em sua testa. Sua boca estava ressecada e ao redor estava uma barba louca com fiapos aleatórios saindo do formado centralizado do rosto. Suas vestes estavam quase inteiramente a destruídas com leves rasgados porém um pouco apertada. Efestos se levantou aos poucos e quando ficou de pé se deu conta de um buraco enorme onde ele estava. Algumas árvores ao redor estavam causas e outras com os troncos quebrados. Ele saiu do buraco e o que ele via era mais e mais árvores.
Sem se importar com seu estado físico e no qual suas roupas se encontram, Efestos se esforça um pouco para se manter de pé, talvez ele ainda precise de um pouco mais de tempo para se acostumar com suas mudanças físicas. Ele olhou ao redor e não viu nada além do verde das árvores mas seguiu um caminho sem rumo. A medida que entrava na mais a fundo da floresta Efestos escutou um cantarolar. Ele olhou ao redor e não viu nada, nem um sinal de alguém cantarolando ali por perto então ele continuou a andar entre as árvores altas como gigantes e Efestos se sentiu como quando ele tinha 8 anos. Pequeno. O cantarolar veio novamente. Era como se, alguém o chamasse, é como se aquela floresta falasse. Efestos percebeu de qual caminho viria aquele chamado e seguiu, quando mais andava mais evidente ficava. Ao andar por algum tempo o chamado parou por um instante e Efestos também parou. Ele ficou imóvel olhando para o que estava em sua frente. Alguém com Cabelos ruivos estava ali, sentava num tronco de árvores caído. Quando Efestos pensou em andar em sua direção, o cantarolar voltou, e ficou claro de que quem estava cantarolando, estava ali. Sentada num tronco de árvore caído. O chão começou a tremer um pouco, quase imperceptível, mas Efestos sentiu e não tirou os olhos daquela pessoa. Uma aura verde começou a surgir nas árvores ao lado da pessoa. Era... Um lobo. Um lobo grande, belo. Parecia ser um espírito só que verde. O lobo se aproximou da pessoa de cabelos ruivos e abaixou sua cabeça para ela. Efestos continuou vidrado porém um passo em falso tirou sua furtividade. Ao ver aquilo, Efestos pensou em fugir dali, então deu um passo para trás e pisou num galho quebrando-o e fazendo com que as orelhas aguçadas do lobo o percebesse e então o lobo uivou tão alto que todas as árvores dali balançaram como se um furacão tivesse passado por alí. A pessoa que estava tentando acalmar o lobo se virou para Efestos e revelou seu rosto. Um rosto fino com bochechas rosadas, olhos verdes cintilantes da mesma tonalidade do lobo. Lábios como rosas de campo e seus cabelos cor de sangue. Suas vestes eram de um grande vestido verde escuro com detalhes brancos. Talvez tenha sido isso que chamou a atenção de Efestos, por um momento ele tinha esquecido o lobo de 3 metros e meio que estava bem a sua frente. A mulher continuou a acariciar a pelagem na parte lateral do lobo que rosnava loucamente. Sua atenção voltou para Efestos ao perceber que o lobo estava de acalmando aos poucos e então sussurrou "Calma...". Sua voz era como a de um anjo, seu sussurro acalmava a alma do ouvinte. Suas palavras eram como um cantarolar suave de uma ópera.

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