Capítulo 23

227 17 0
                                    



Após vinte e quatro horas ansiosas, os sinais vitais e a atividade cerebral de Draco começaram a se equilibrar e os curandeiros concordaram em começar lentamente a levantar o charme do sono induzido. Eles queriam que ele acordasse lentamente para não sobrecarregar seu já frágil estado.

"E a memória dele?" Narcissa questionada, escovando a mão sobre a testa de Draco,

movendo sua franja para o lado.

"Estamos confiantes de que ele eventualmente recuperará toda a sua memória", o curandeiro tentou tranquilizar.

Narcissa e Lucius olharam para ele com horror enquanto Hermione dizia: "O que você quer dizer com 'eventualmente'?"

"Bem, a mente é uma coisa delicada," ele começou a explicar. "Pense nisso como um quebra-cabeça completo que acabou de ser derrubado no chão. Algumas peças permanecerão conectadas, mas muitas se espalharão e precisarão ser reunidas novamente. Alguns podem deslizar sob o guarda-roupa e--"

"Obrigado. Nós temos a metáfora", interrompeu Narcissa.

"Apenas vá com calma com ele. Cerque-o com rostos familiares, objetos, histórias e assim por diante. Deixe-o recuperar tudo no seu próprio ritmo. Tentar forçar uma memória provavelmente só o frustrará e prolongará a recuperação." O curandeiro olhou entre os três. "Alguma outra pergunta? Quando eles balançaram a cabeça, ele sorriu e disse: "Se alguma outra preocupação aparecer, não hesite em nos avisar".

Hermione suspirou e olhou para Draco, colocando brevemente a mão na bochecha dele. Ela tentou se concentrar no calor que ainda fluía através dele, em vez de sua quietude assustadora.

"Mais espera", ela murmurou.

Narcissa estendeu a mão através da cama e gentilmente deu um tapinha no braço. "Por que você não vai para casa e tenta dormir um pouco? Você parece estar pronto para cair."

"Não, estou bem", insistiu Hermione. "Eu quero estar aqui quando ele acordar."

"Eu vou cuidar disso, Narcissa." Lucius virou e apontou sua varinha para a cadeira desconfortável e reta que ela estava ocupando e a transfigurou em uma pequena espreguiçadeira. "Deide-te e feche os olhos, Srta. Granger, antes que tenhamos que encontrar um quarto neste prédio para você."

Hermione sabia que ela deve parecer um naufrágio. Ela conseguiu cochilar uma ou duas vezes na cadeira do hospital, mas qualquer embaralhamento de pés ou arranhão da porta quebraria o transe e faria seu coração disparar.

"Obrigado", ela sussurrou, dando a Lucius um sorriso fraco.

Enrolando-se no sofá improvisado, Hermione adormeceu quase assim que deixou suas pálpebras caerem. Não foi um ótimo sono, mas pelo menos foi sono. Foi pontuado com sonhos de Draco olhando através dela com o mais vazio dos olhares, enquanto Harry virou as costas e se afastou.

Um espirro violento a arrastou de volta à realidade e ela gritou. Puxando os joelhos apertados, Hermione tentou respirar profundamente e devagar enquanto tentava impedir que seu coração se acelerasse. Narcissa se ajoelhou até o nível dos olhos e seu olhar penetrante procurou no rosto de Hermione por... Hermione não sabia o quê. Talvez ela estivesse tentando descobrir se a namorada de seu filho realmente tinha dado a volta à curva.

"Você está bem?" Narcissa perguntou.

"Bad dream", disse Hermione, esticando lentamente as pernas e sentando-se.

"Por que você não vai à cantina e toma um chá?" Narcissa sugeriu, em pé. "E um pouco de sopa, ou até mesmo apenas um pedaço de fruta? Você parece um pouco agitada", ela se preocupou, colocando uma mão fria contra a testa suada de Hermione.

Tempestade Perfeita Onde histórias criam vida. Descubra agora