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Não reparei onde estava indo até parar o carro na frente da casa de Rosé. Não tive coragem de avisá-la que estava ali, então fiquei parada, olhando pra rua. Senti uma lágrima escorrer e soquei o volante com força soltando um grito rasgado abafado pelo carro. Por que tem que ser tudo tão difícil?
Sequei a lágrima e outra apareceu. Odiava chorar, mas não conseguia evitar. Não sei como vou falar pra Rosé. Não sei nem se o que ela sente por mim é semelhante ao que sinto por ela. Pra mim Rosie era como o sol após um dia chuvoso, brilhoso e quente, sempre bonito. Rosé era alegre, apaixonada pela vida e por arte, tudo sempre melhorava quando ela chegava. Eu arrepiava quando ela encostava em mim e sentia borboletas no estômago quando ela cantava. Eu estava apaixonada por ela há pelos menos 5 anos. Depois que ela me beijou eu vi que estava muito mais ferrada do que imaginava. Não iria conseguir parar aquilo tão cedo. Mas tinham muitas questões para por em pauta e como eu disse, não sei se estava disposta a passar por aquilo sem ter certeza dos sentimentos dela.
Na minha cabeça, ela pensava em mim como só mais uma, ela não sabe o que sente por mim, ela mesmo me disse aquele dia do primeiro beijo e eu não sei se estou preparada pra me jogar em um "talvez".
Ouvi um bater no vidro e congelei, olhando para o lado do carona onde o som vinha. Vi o rosto bonito de Rosé sorrindo pra mim mas ao mesmo tempo com dúvida estampada no semblante. Respirei e abaixei o vidro, mantendo a porta trancada.

-Oi, o que tá fazendo aqui? -Disse colocando os braços cruzados no vão da janela -Te vi pela janela do meu quarto, reconheci o carro e desci para ver se era você mesmo. Quer entrar?

Apontou para a casa atrás dela.
Balancei a cabeça falando que não.

-Bom...posso entrar então? Tá meio frio aqui fora.

Apertei os lábios concordando, apertei o botão e a porta destrancou. Ela sentou e fechou a janela, esfregando os braços.

-O que ta fazendo aqui?

-Eu...eu precisava pensar.

-E veio aqui?

Assenti. Liguei o carro e comecei a andar com o aquecedor ligado. Ela passou o cinto e esperou minha resposta me olhando.

-Onde vamos? -Perguntou quando eu não respondi.

-Eu não sei bem.

Ela meneou a cabeça e suspirou. Depois de um tempo em silêncio, apenas ouvindo o pneu no asfalto ela falou:

-Vira aqui, à direita.

Olhei pra ela e fiz o que ela pediu. Ela deu algumas direções e segui sem questionar.

-Vai um pouco mais pra frente, e pode estacionar aqui na direita à 45°.

Parei o carro e puxei o freio de mão. Olhei pra frente e entendi o porquê ela me levou ali. Estávamos em um morro numa parte alta da cidade, onde dava pra ver as luzes lá em baixo. Seul era uma cidade grande, movimentada e barulhenta, mas olhando daqui ela era bonita, calma e silenciosa. Apenas brilhosa.

-Uau -Disse maravilhada.

-Sabia que ia gostar -Ela falou com um sorrisinho.

-Quantas mulheres já trouxe aqui? -Perguntei zombeteira.

Ela riu e me empurrou levemente.

-Por incrível que pareça você é a primeira.

-Você fala isso para todas, tenho certeza -Falei sorrindo e olhando para frente.

Ela riu pelo nariz e negou.
-Não, não é qualquer uma que pode ver meu lugar favorito da cidade. Precisava fugir da sua mãe?

Tirei as mãos do volante e me soltei no banco. Ela sabia que tinha problemas com minha família, principalmente com mamãe. Assenti.

Hard To Love - Chaesoo I JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora