serve & protect, HARRY POTTER UA

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"nós estamos na encruzilhada, meu pequeno foragido,

e esse é o mapa do meu coração, a paisagem

depois da crueldade"

RICHARD SIKEN

Poe Tessler sabia muito pouco sobre Sirius Black.

Black era um dos meninos mais populares de Hogwarts. Ele se sentia estúpido pensando nisso agora que era um adulto, mas na época parecia importar muito — principalmente para Tessler, que não era o menino mais legal do seu ano, ou sequer um pouquinho legal em qualquer concepção da palavra. Os caminhos dos dois nunca chegaram a si cruzar, com Tessler tendo entrado três anos depois de Black já ter formado, mas ele ouviu muito sobre os "marotos". Mais de metade dos veteranos ainda eram apaixonados por pelo menos um dos meninos no grupo e, mesmo formados, eles continuavam sempre sendo mencionados: lendas espalhadas pelos corredores pelo que parecia que seria o resto da história de Hogwarts.

Havia um pequeno fascínio ali, um interesse naqueles tão famosos heróis, mas como um nascido trouxa chegando no mundo bruxo bem na época em que os seguidores de Voldemort atingiam seu ápice dentro e fora de Hogwarts, Tessler tinha problemas maiores com os quais se preocupar, como evitar futuros comensais que queriam se provar para os colegas e achavam um tímido, medroso lufano como Tessler um alvo fácil.

Quando Black foi desmascarado por ter traído os Potter e matado Pettigrew, Tessler ficou tão chocado quanto todo o resto, e tão ocupado celebrando o fim da guerra quanto qualquer outro bruxo. Também uma criança, ele mal pensou no que iria acontecer com o bebê que os salvou, quem diria então pensou muito no destino de Black.

Isso tinha sido doze anos atrás e aos vinte três, Tessler já era uma pessoa completamente diferente. Ele não era mais tímido, não era mais medroso, e ele nunca se sentia indefeso mais. Na verdade, era bem o contrário. Saído do treinamento para aurores como o mais promissor formando fazia quatro décadas já, havia um milhão de promessas e esperanças para o que vinha no futuro, além de uma briga que já durava dois anos entre dois supervisores que queriam ambos ficar com ele no seus times. Não era o suficiente para ele. Tessler queria mais: queria o caso pela qual todos os aurores mais velhos e com mais experiencia estavam lutando, que iria o empurrar adiante na carreira e o dar notoriedade e reputação no Ministério.

Era por isso que, admissivelmente, ele estava puxando o saco do chefe.

Sim, talvez ele estivesse fazendo mais coisas com o saco do chefe do que só o puxando. Talvez algumas dessas coisas fossem mais morais, outras mais sujas. Quando dito homem o pediu para organizar papelada antiga que estava só esperando para ser destruída, Poe concordou sem dar voz ao quão suspeita toda a situação era e o quão estava desconfortável fazendo parte dela.

Ler os documentos antes de os queimar foi só para se manter pelo menos um pouco entretido.

Ele nunca entendeu direito o que tinha acontecido com Sirius Black e com os Potter. Agora que Black tinha fugido e virado o criminoso mais importante do mundo bruxo, não entender o caso dele começava a ser um grande problema. Quando se viu segurando as provas usadas para levar Black a julgamento, ele achou que uma espiada rápida seria moderadamente interessante e iria acabar com qualquer dúvida que tinha.

Ao invés disso, Tessler descobriu um segredo muito sombrio que mudava como ele se sentia em relação a todo o governo para o qual trabalhava, um segredo que o colocava em um grande e eminente risco.

Apesar de tudo, ele não podia deixar o que tinha aprendido de lado.

Não quando um homem inocente tinha sido colocado em Azkaban.

poe tessler
( o auror )

sirius black
( o assassino )

remus lupin
( o lobisomem )