Você alguma vez pensou em mim como seu melhor amigo?

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N/A: Presente pra minha neguinha, deusa dos VegasPete.

Feliz aniversário, loveshouis ✨🥳🎂❤

Quando a primeira folha marrom caiu, o clima esfriou

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Quando a primeira folha marrom caiu, o clima esfriou. A cidade, Yule, perdida em alguma região setentrional, deu adeus à primavera em uma tarde úmida, onde as espécies da última floração foram destruídas pela chuva. Para Vegas, aquela era a melhor época do ano.

Havia algo misterioso e aconchegante no outono, talvez o clima agradável da transição para o inverno, estação congelante e solitária, ou a morbidade na ideia de caminhar sobre os cadáveres dos filhos da mãe-natureza.

Vegas era um apreciador da arte, desde jovem mostrou interesse por poesia, música e pintura, mas com o decorrer dos anos, sua paixão estacionou na escrita. O poder de criar novos mundos, dar nomes e cores a histórias inéditas, transmitir através de suas palavras, cenários e sentimentos que sacodem seus leitores, tocando-os no ponto em que ele próprio foi tocado.

As pessoas de fora o descreveriam como alguém austero, pulcro e reservado. Advinha de uma família de renome, os Theerapanyakul, nobres falidos que mantinham o título como seu maior orgulho, já que dinheiro lhes faltava. Sua mãe, uma mulher incisiva e cruel, podia ser descrita como o maior tormento em sua vida, desaprovava tudo que ele fazia, escolhia ou pensava. Sua característica mais marcante era sua habilidade inigualável para destruir a autoconfiança dos filhos, por isso seus irmãos mais velhos partiram para o sul tão logo puderam.

De sua família, a única herança que tinha eram seus genes. Beirava 1,80m de altura, tinha cabelos ondulados escuros, mas os tingiu recentemente para um tom claro de castanho e os manteve curtos, na altura das orelhas, com undercut na parte de trás e mais comprido na frente. Sua pele era branca e consequentemente mais sensível ao sol, por isso detestava o verão; tinha pequenos olhos castanhos com quase três graus de miopia, mãos finas e delicadas como as de um músico, com calos na parte onde apoiava a caneta.

Era bonito, com nariz redondinho e lábios pequenos, voz suave e tato gentil. Se não fosse por sua postura fechada, pela indiferença explícita em suas feições quando olhava para os demais, poderia ser considerado um dos homens mais bonitos do condado. Todavia, sua atitude cortante costumava repelir as pessoas, o que não lhe desagradava ao todo.

Não gostava de ninguém além dele.

Sentado no segundo andar de um sobrado onde funciona a melhor — e única — cafeteria da cidade, digitou essas mesmas palavras em seu arquivo do word, fazendo o som dos clicks do teclado do notebook misturar-se ao ruído da tormenta lá fora. As gotas grossas, impiedosas e opressoras, chocaram-se contra a janela de vidro do ambiente na tentativa falha de atingi-lo. Por um segundo, desejou estar lá fora, banhando-se na chuva como se não fosse ficar gravemente gripado mais tarde.

Éden (VegasPete)Onde histórias criam vida. Descubra agora