Uma esposa muito inadequada

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Eu não esperava por uma reação agradável por parte do noivo, mas quando me viu, Tobirama sequer pareceu surpreso. Cheguei a ficar em dúvida se ele lembrou de mim ou simplesmente detesta todos ao seu redor a ponto de nada o surpreender.

Madara estava impaciente ao meu lado e reparou como eu estava inquieta.

— Dá pra parar com isso? — Perguntou meu irmão. Sem entender, olhei para minhas mãos e percebi que estava estalando os dedos. Costumava fazer isso quando ficava nervosa.

— O que essa gente está fazendo aqui? — Perguntou Tobirama ao irmão.

— Qual o problema, Tobirama? Respirar o mesmo ar que nós lhe causa desconforto? — Perguntou meu irmão.

— Você tá ficando menos burro, Madara. — Respondeu provocativo. — Trouxe o resto da ralé junto agora? Isso aqui virou uma casa de caridade? — Falou se dirigindo a mim, mas sequer me encarou. Me senti ofendida com seu comentário agressivo, e desconfortável por ele evitar me olhar.

É impossível que ele não lembre de mim, mas como pode ter sido tão gentil num dia e no seguinte agir tão grosseiramente.

— Tobirama, por favor. — Hashirama interviu. — Maisha, a irmã de Madara, está aqui para o casamento.

O homem de cabelos cinzas desatou a rir, e não de um tipo engraçado quando alguém conta uma piada, de um tipo grosseiro e assustador.

— Não tem a mínima chance de isso acontecer.

Tobirama estava em um kimono elegante azul escuro com detalhes brancos, algo que eu precisaria vender todas as minhas jóias e ainda não seria suficiente para pagar.

Mesmo naquele terno, ele não parecia mais tão atraente como na noite anterior. Talvez fosse a bebida que o deixou bonito, ou talvez ele ser tão ranzinza e detestável me fez achá-lo tão feio agora.

— Se você se importa em saber, eu também não concordo com isso. — Falei para deixar claro que não era eu quem estava implorando por aquele casamento, mas ele novamente me ignorou.

— Vocês me dão licença por um minuto? — Pediu Hashirama, e Madara prontamente atendeu, me arrastando para fora da sala.

— Por que está tão vermelha? — Perguntou Madara me olhando já ao lado de fora do escritório. Talvez porque ele nem imagina que eu já me deitei com o noivo e que agora ele deve achar que sou uma prostituta e se recusa a casar comigo por isso, contará para seu irmão e eu serei expulsa da casa do meu irmão.

— Porque estou com raiva. Não acredito que está me obrigando a fazer isso.

— Antes que você possa perceber, estará livre para fazer o que quiser da sua vida.

— Bom, acho que não vai demorar, aquele cara ali nunca concordaria em casar com um Uchiha.

— Tobirama quer ser hokage e faria qualquer coisa para assumir esse posto. Hashirama acha que casando o irmão com um de nós vai diminuir a minha vontade de tomar o trono.

— O que, evidentemente, não é verdade.

Ele não me respondeu, mas me lançou um olhar que eu interpretei como "você está certa".

— Se seu plano não funcionar e aquele homem assumir o posto de hokage, estaremos mortos. Você sabe disso.

— Ele estará morto antes disso. — Disse Madara por fim, me levando a conclusão de que em pouco tempo teríamos um banho de sangue e eu seria viúva.

Não sou a favor da guerra, nem da forma como Madara conduz as coisas, mas nesse jogo é matar ou morrer, e eu prefiro continuar viva.

Quando voltamos para a sala, lá estavam os irmãos nos aguardando.

Morando com meu inimigo - TobiramaOnde histórias criam vida. Descubra agora