Delírios

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— Bom dia....— Romero disse.

— Oh, os jornais e a televisão só falam no roubo de ontem, parabéns Romero, finalmente fez alguma coisa que preste. — Ascânio disse.

— Isso vai me deixar bem na fita com os caras da facção.... — Romero disse vendo as notícias no celular. — Aí, cadê ela?

— Ih, hoje não é um bom dia, Romerinho acordou passando mal e ela tá lá com ele. — Ascânio disse tranquilo terminando de comer o mamão.

— E SÓ AGORA QUE TU FALA VELHO DOS INFERNOS. — Romero disse saindo da mesa e indo ao quarto do menino.

— Não teve mais febre dona Chiara.... — A babá do menino disse. — O remédio já deve estar fazendo efeito.

— Oi, o velho disse que ele está doente. — Romero disse entrando no quarto.

— Com licença... — A babá do menino saiu.

— Romero, hoje não. — Ela disse deitada na minúscula cama com o menino, fazendo carinho na cabeça dele.

— Eu só quero ajudar. — Ele disse se aproximando cautelosamente.

— Vai ajudar deixando a gente em paz. — Ela disse baixo. — Deu tudo certo ontem, os caras lá estão otimistas com tu, já não precisa mais desse teatrinho, pode ir embora.

— Atena...— Ele ia falar mas o menino despertou.

— Mamãe, minha garganta dói, minha cabeça e meu corpo também....— Ele disse fazendo mais drama do que necessário como sempre.

— Vai passar amor... — Atena deu um beijo na testa dele.

— Ei amigo, falaram que você tá tendo um dia difícil....— Romero disse se aproximando deles, ignorando a cara feia que Atena fazia pra ele.

— É, eu tô. — O menino confirmou.

— Então, quando meu filho ficava assim, eu passava o dia todo vendo desenho com ele....— Romero disse, essa era uma das poucas lembranças boas que conseguiu manter de Dante.

— Você tem filho? — O menino perguntou.

— Tenho, qualquer dia, eu te apresento, ele trabalha na polícia. — Romero disse.

— Qual o nome dele? — Romerinho perguntou.

— Dante! — Romero disse.

— Não esquece de falar que você também tem uma filha. — Atena disse desdenhando.

— Você tem? — O menino perguntou curioso.

— Tem, inclusive, logo, logo ele vai embora pra ir ficar com ela... — Atena disse beijando o topo da cabeça do filho.

— Na verdade não, não vou, até porque ela já tem um pai, não precisa de mim. — Ele disse. — Mas Harry, o que você diz da gente descer lá pra sala de cinema e ver vários desenhos...

— Melhor ele ficar aqui. Na cama. Pra se recuperar! — Atena disse fuzilando Romero com olhos.

— Eu quero. Deixa mamãe? — Ele pediu.

— Só um pouquinho, depois você vai voltar pra cama! — Atena disse e o menino deu um sorriso, ela nunca conseguia dizer não pro filho.

— Vamos lá! — Romero estendeu o braço e pegou o menino no colo.

Eles se instalaram na sala de cinema, mesmo relutante, depois de um tempo, Atena teve que deixar eles sozinhos pois tinha que resolver algumas coisas com o sogro e a facção.

Amor DescarrilhadoOnde histórias criam vida. Descubra agora