Garotos podem amar garotos | Sunki

2. Preconceito

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Para: Kim Sunwoo

— Nishimura Riki, 02 de julho de 1920.

Continuo com lágrimas nos olhos, mas sei que escrever para você vai me deixar melhor. Estou enviando aquelas fotografias suas nesse envelope, meu pai as encontrou e me disse coisas horríveis, ele quebrou minha câmera fotográfica e jogou o filme fora, ele falou que vai me levar para a igreja porque preciso me curar. Cuide bem dessas fotos porque elas são muito preciosas para mim, eu gostaria de continuar com elas aqui para matar um pouquinho da saudade que estou sentindo mas temo que meu pai também as jogue fora. Fiquei sabendo que as pessoas da cidade estão pedindo que nos executem porque dizem que somos doentes, presumi que a sua mãe tomou essa decisão de te obrigar à isso para tentar demonstrar que eu sou o único "problematico". Mesmo que não tenha dado certo e ainda estivermos condenados te peço que confie em mim, tudo vai dar certo, não vou permitir que nada de ruim te aconteça, eu te juro. Escrevi esse poema assim que recebi a notícia, espero que eu tenha conseguido transmitir meus sentimentos através dessa carta. Eu te amo!

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Recebi a notícia

Te obrigaram a casar com uma bela moça

Era eu quem devia estar no altar

Para comtemplar

O nosso amor proibido.

Por que era tão doído?

Odeio essa culpa.

Homens e mulheres podem se amar

Mas nós não podemos?

Estamos tão distantes

Ao mesmo tempo tão próximos

Ambos condenados a solidão

Almas entrelaçadas pelo coração

Destinos traçados desde o nascimento

Unidos por esse sentimento

Um amor fadado à um trágico fim

De nada servira esse casamento

Nos condenaram a pena de morte

Eu jamais poderia deixar isso acontecer

Kim Sunwoo, meu bem mais precioso!

Antes que eu pudesse ver

Já estava a escrever

Para quando meu fim chegar

Você pudesse notar

Que o seu amor me salvou

E o preconceito matou.