5. Amor e Sacrifício.

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Última carta, para Kim Sunwoo.

Nishimura Riki, 4 de julho de 1920.

Em forma de despedida te dedico esse poema, até pensei em somente escrever o que sinto mas temo que não consiga me expressar com tanta eficiência quanto nos poemas. Já que é a última correspondência, também escrevi um breve texto, além da minha clássica poesia melancólica, sobre como me senti, um tanto deplorável, eu sei...espero que você tenha, de fato, recebido meus conglomerados de palavras desesperadas. Até a próxima, meu amor. Eu te amo.




Estou lutando e perdendo minhas forças, sem você tudo o que me restou foi a dor, meu coração está morrendo. Me sinto em uma queda sem fim, cada vez mais fundo, por favor segure minha mão.
Nossa felicidade foi sacrificada pelo destino. Essa dor e sede sem fim, seria essa a minha punição? Eu dedicarei minha vida à você, dedico somente à você o meu sacrifício. Assim minha arrogância e minhas ilusões serão afogadas nesse rio.



Amar.

Eu só queria amar e ser amado

Mas eu não pude.

Nessa madrugada, me despeço de você

Ah, minha juventude...

Tive que partir primeiro

Para que acabe em um desvaneio

Todo esse sofrimento.

Me desculpe por ir assim

Não pense que lhe abandonei

Meu amor nunca foi passageiro

Valerá a pena tudo que sacrifiquei.

A guilhotina será anulada com a minha partida

Situação que jamais poderá ser revertida.

Peço que olhe para o céu esta noite

Converse com a lua e lhe diga o que houve

A estrela que brilhar, será eu a te chamar

Creio que lá as coisas devem ser melhores

Onde cessam todas as dores

Todos nós morreremos um dia

E hoje será o meu dia.

Você recebeu amor suficiente?

Cuide-se para que não fique doente.

Meu corpo pode estar embaixo da terra

Mas a minha alma ainda te espera.

Me perdoe, mas foi o melhor a se fazer

Mesmo parecendo ainda doer

A minha partida não é um adeus

E sim um "até logo"

Até o dia em que verei de novo, o meu sol, Kim Sunwoo.

Saiba que não foi passageiro

O meu amor por ti foi inteiro.

Mas para que não sofras

Para que não te condenem por amar

Lhe ofereço minhas desculpas

E me jogo no mar

Para que não nos condenem por sermos dois garotos a se amar.

Garotos podem amar garotos | Sunki Onde histórias criam vida. Descubra agora