Thongrir saltou para trás, desviando da lâmina, e então desembainhou sua espada. O atacante era esguio e trajava vestes negras. Por baixo de seu capuz, era visível apenas o brilho em seus olhos.
Rapidamente o vulto pulou em direção a Thongrir e desferiu uma série de golpes com sua adaga, e a cada golpe acertado de raspão Thongrir dava um gemido assombroso.
Thongrir era baixo para o padrão dos Azmerios, que podiam chegar a ter mais de dois metros de altura, mas tinha constituição forte, até mais que os homens de Uphan, que pareciam ursos. Usava uma cota de malha sobreposta por um peitoral de ferro. Em sua mão esquerda tinha um broquel, mas não conseguia usá-lo pelo fato do atacante estar muito próximo.
Em um piscar de olhos Thongrir deu um grande pulo para trás, mas acabou com suas costas na parede. O vulto negro deu uma risada estridente, e então ganiu: "A sua hora chegou, cão estrangeiro!" Já não estava mais tão próximo de Thongrir.
Começou a se aproximar. Quando Thongrir estava a seu alcance ele se preparou para o estocar com sua adaga. Thongrir deu um breve sorriso. Quando levou seu braço na direção de Thongrir, o mesmo balançou seu braço esquerdo com toda sua força, e acertou a mão do vulto com seu broquel.
A adaga voou, e então a sombra tentou se afastar, mas não havia tempo, pois Thongrir já havia começado a balançar sua espada.
Em um piscar de olhos havia um corte no peito da sombra, que caiu no chão, e agora seu rosto era visível: sua face expressava um ódio e um medo gigantesco.
Então Thongrir pôs um pé em seu peito e falou: "Vocês, Azmerios, deveriam ser gratos por minha clemência. Eu os conquistei pela força de meus exércitos e fui clemente em não fazer de vocês escravos. Mas estou perdendo minha paciência com essa série de insurgências em tão pouco tempo."
Então balançou sua espada e cortou a garganta do homem. Andou um pouco pelo beco, até encontrar o punhal, e quando limpou o sangue da lâmina em um lenço que carregava em sua pequena bolsa na cintura e viu as marcações, seus olhos brilharam.
Então disse, em voz alta: "Uma lâmina de Bhangrav. Me pergunto o que uma coisa tão preciosa fazia na mão desse rato. Deve ter roubado de alguém rico, ou achado no corpo de um dos andarilhos daquelas terras." Então, embrulhando-a no lenço em que limpou o sangue, colocou-a na cintura.
Então se voltou para sua direção inicial e voltou a andar. Depois de uma hora de caminhada ele chegou a uma muralha de pedra bruta, em seu interior era visível uma grande torre negra, cheia de janelas iluminadas.
Então foi até seu portão. Os soldados que lá estavam não perceberam sua aproximação, mas quando o viram ficaram pálidos e logo o saudaram: "Vida longa a Vossa Majestade, Thongrir, o Grande!" Mas então ele fez um sinal com sua mão, e eles ficaram em silêncio.
"Abram os portões." Disse ele, com voz imponente. E em pouco tempo ele estava passando pelo túnel de pedra. A muralha era grossa, tinha quase cinco metros de largura. Quando saiu do túnel ele suspirou e deu um sorriso largo e selvagem.
Então sussurrou para si: "Azmer foi apenas o primeiro dos reinos que eu hei de conquistar, pois em minhas veias corre o sangues dos Antigos," então parou e fez uma mesura, e voltou a sussurrar "e pelo direito que eles me conferem, eu, por bem ou por mal, hei de reconquistar o que era nosso."
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A Sombra contra o Conquistador
Short StoryEsse foi o primeiro conto que eu terminei. Escrevi em cerca de duas horas e fiz a capa em 5 minutos. A história se passa logo após o Reino de Azmer ser conquistado por um homem Chamado Thongrir Kharash. Ele decide andar por sua capital recém conquis...