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𝒗𝒊𝒏𝒏𝒊𝒆 𝒉𝒂𝒄𝒌𝒆𝒓

𝒗𝒊𝒏𝒏𝒊𝒆 𝒉𝒂𝒄𝒌𝒆𝒓

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três dias antes...

Alex havia me chamado para ir com ele e alguns caras da faculdade jogar basquete durante a tarde. Pensei seriamente em recusar, mas estava devendo uma a ele depois de ter recusado todos os convites de rolê nos últimos cinco meses. Fui preparado psicologicamente para ter que ouvir comentários sobre eu ter trancado a faculdade e não ter retornado. 

Eu posso ser bom em muitas coisas, mas basquete com certeza não é uma delas. O meu time perdeu feio para o time adversário, tudo bem que Alex é péssimo em quadra, mas fazer o que? Depois de lá, resolvemos passar numa lanchonete do centro, que ficava localizada ao lado da Starbucks. Tinha até pensado em passar lá na volta e pegar um frapuccino de chocolate para Meg. 

A gente resolveu ficar nas mesas do lado de fora por estar muito cheio na parte de dentro. Eu tinha pedido um x-burguer com fritas e refrigerante. Estava bagaçando meu lanche quando percebi algumas risadinhas e um amontoado de alguns garotos do outro time. 

▬ Até que ela é gostosinha - Um deles falou olhando o celular. 

▬ Caralho, se ela rebola assim em mim... - O outro disse. 

▬ Hacker se deu bem demais. - Franzi as sobrancelhas e levantei, pegando o celular da mão do cara.

▬ Que porra é essa, caralho? - Perguntei quando vi o vídeo da festa do dia anterior. 

▬ O que foi? - Alex pegou o celular. - Porra, vocês são muito uns filhos da puta. 

Eu tentei me controlar, mas não deu. Fui até o dono do celular e puxei ele pela camisa. 

▬ Calma aí, Hacker. - Ele falou. - Tudo isso por que não quer dividir o seu lanchinho brasileiro com a gente? - Ele e os amigos riram. 

Quando eu vi, eu já tinha dado o primeiro soco e depois mais um e mais um. E de uma hora para outra, ele já estava no chão.

▬ CALA A BOCA, PORRA! - Gritei descontrolado. 

▬ CARALHO HACKER, sai daí! - Alex gritou. 

▬ SAI DE CIMA DE MIM, DESGRAÇADO. - Disse entre socos.

O garoto gemia de dor, mas eu não conseguia parar de socar ele. E ele também acertava alguns em mim. 

▬ Me escuta bem, seu arrombadinho, se eu escutar você ou algum dos seus amigos falando assim da Vênus ou de alguma outra mulher, você vai ter um encontro a luz de velas com o capeta. - Disse esfregando a cara dele no chão. 

Alex me puxou pela gola da camisa, me fazendo ficar de pé e me levou até o carro. 

▬ Cara, tinham chamado a polícia, vamos sair daqui. - Ele falou ligando o carro. 

▬ Puta que pariu. 

▬ Fica de boa, eu apaguei o vídeo e tenho certeza que ele entendeu o recado. E os amiguinhos dele são tão cagões que invés de tentar ajudar, saíram correndo. 


três dias depois...


Tinham me chamado para ir na tal festa, mas eu estava sem saco, e também, se encontrasse aquele idiota do Connor, ia terminar de quebrar a cara dele. Me disseram que ele teve que fazer uma cirurgia no nariz com urgência. O que me diz que fiz um bom trabalho. 

Estava saindo do banho, enrolado na toalha, quando a porta do meu quarto se abriu agressivamente. 

▬ O que-

▬ Por que caralhos você não me contou o que realmente aconteceu? - Ela perguntou e consegui ver seus olhos cheios de água. 

▬ Eu não queria que soubesse que estavam divulgando o vídeo por aí. - Segurei a toalha mais firmemente em minha cintura. 

▬ Não fode, Hacker. Fizeram aquilo COMIGO, eu tinha direito de saber. - Ela passou a mão na testa. - Por que me defendeu daquele jeito? Você quase matou o cara.

▬ Ele mereceu, e quer saber? Para de tentar me pintar de vilão sempre, Vênus. Eu posso ser um cuzão contigo, mas eu NÃO SOU o filho da puta aqui. - Franzi o cenho. 

▬ E quem é? Eu? - Falou mais baixo. 

▬ Caralho garota, para de se fazer de durona por um segundo e escuta o que está dizendo. - Passei as mãos pelos cabelos. - Porra, nem quando eu faço algo certo você perde essa postura. - Respirei fundo e me virei para o banheiro. 

▬ Para onde tá indo? 

▬ Eu vou trocar de roupa, cacete. Nem isso eu posso mais? 

Entrei no banheiro e fechei a porta com força, vesti um short por cima da cueca, coloquei uma camisa e respirei fundo antes de sair de lá. 

Quando saí, vi a garota sentada na minha cama com as mãos no rosto. 

▬ Vênus...

▬ Me desculpa, Vinnie. Eu deveria ter te agradecido por ter feito isso por mim, e eu vim aqui por isso. - Ela se levantou. - É que, eu cresci acostumada a te odiar como algo natural e saber que você, a pessoa que me odeia tanto quanto eu te odeio, me defendeu... Me deixou confusa. 

▬ Eu nunca disse que te odiava, Dias. - Ela arqueou as sobrancelhas e eu senti meu coração palpitar mais forte. 

▬ Eu posso... te abraçar? - Perguntou e eu a puxei, envolvendo meus braços ao seu redor. - Obrigada por me defender. 

Nunca pensei que um dia eu estaria nessa situação, de estar abraçando ela. O que mais me quebrou dessa situação toda, foi sentir as lágrimas dela molhando a minha camisa. A sensação de abraçar ela pela primeira vez é boa, confortável. Fico triste de que a condição tenha sido essa. 

𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀𝐁𝐋𝐄 𝐁𝐎𝐘 | vinnie hackerOnde histórias criam vida. Descubra agora