Laele

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Olá, olá! Vou começar essa história já me apresentando.

Eu me chamo Roberval Josefino Arellano, mas graça ao bom Deus ninguém sabe disso então geral me chama de Robin. Meus tios avisaram ao meu pai para não deixar minha mãe escolher meu nome? Avisaram! Ele ouviu?! Absolutamente não.

Enfim, essa história começa com a tradição da minha família.

Minha mãe é mexicana, meu pai é descendente de indiano e americano.

Minha mãe largou algumas tradições da família dela pra seguir a do meu pai, menos a de levar o nome do marido na certidão, essa meu pai que acabou ganhando um nome de nossa família pois ele era maluco pra mudar o sobrenome dele por achar horrível, e até hoje eu não sei qual era. Mas enfim, tem uma tradição da família do meu pai que eles querem que geral siga, e a tradição que eles querem que eu tambémsiga é a de se casar.

Basicamente eles mostram uma foto de algumas pessoas, eu escolho uma para me encontrar e em um único encontro decidimos se vamos ou não nos casar.

Nunca gostei dessa tradição porque sempre quis conhecer alguém de modo "normal" diga-se de passagem. Eu quero namorar alguém e conhecer bem a pessoa antes de me casar, entendem o que quero dizer?

Mas vamos a história.

Eu estava extremamente irritado pelo fato de meus pais toda santa vez que eu os ia visitar, eles me mostrarem um dociê imenso cheio de fotos de garotas.

Aquilo já estava enchendo o saco. Até que a minha melhor amiga Cassidy me mandou uma ideia genial.

Ao menos pra mim parecia genial

Flashback on -

— Por que você não diz que é gay? Eles vão pensar "nossa meu filho gosta de levar na rosca então vou parar de mostrar fotos de mulher pra ele de casar"

Minha melhor amiga Cassidy falou soltando uma risada alta e eu a olhei em choque.

— Primeiramente, laele, segundo, pode ser uma boa ideia mas eu ia acabar criando uma guerra na minha família.


Digo de braços cruzados. Mas pensamento bem, aquela ideia não era tão mal...


Flashback off.


E finalmente, chegamos aqui. Eu resolvi visitar meus pais hoje.

Bato a porta algumas vezes e logo sou atendido pela minha mãe, Alexandra, e pelo meu pai, Marcos Arellano.

— Meu filho! Ainda bem que você chegou. Você não sabe quem eu encontrei, são moças tão bonitas!

Antes que minha mãe terminasse o resto da frase eu soltei a bomba.

— Mãe, pai, me desculpem mas eu sou gay. Por isso estava esse tempo inteiro negando todas as moças as quais vocês queriam me apresentar, me desculpem.

Falei de cabeça baixa mas no fundo, eu estava sorrindo. Agora eles iriam desistir!

— Oh, nossa. Você deveria ter nos falado antes, filho. Me desculpe por fazer você achar que não podia nos contar sobre isso, ok?  Nos te aceitamos, te apoiamos e te amamos do jeito que você é okay?

Minha mãe diz sorrindo e me abraça forte. Confesso que me senti culpado por mentir e a culpa foi ainda maior quando vi meu pai sorrindo em direção à mim e me abraçando também. Ele não falou nada pois sempre foi um cara de boas palavras, sabe?


— Então vamos procurar um noivo pra você!


Minha mãe disse se separando de mim com um sorriso de orelha a orelha enquanto batia palminhas.




O tiro saiu pela culatra, meus irmãos.

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